sexta-feira, 26 de abril de 2019

Fácil goleada lusitana contra o Moreninhas no Canindé

Fotos e texto: Fernando Martinez


Na quinta-feira passada, mesmo sendo dia normal de trabalho, arranjei uma brecha na agenda e emplaquei uma sessão extra de futebol. O motivo foi mais do que justo, já que não é toda hora que temos a chance de ver times do Mato Grosso do Sul por essas bandas, ainda mais de futebol feminino. No gramado do Estádio Oswaldo Teixeira Duarte, a Portuguesa recebeu a genial Associação Atlética Moreninhas pela penúltima rodada da fase inicial do Campeonato Brasileiro Série A2.

A equipe do Centro-Oeste foi fundada em 6 de março de 1998 em Campo Grande. Depois de alguns anos apenas com equipe masculina, passaram a se aventurar pelo feminino. Se nunca venceram o estadual dos homens, as meninas já conquistaram duas taças: em 2008 e 2018. Ano passado foram campeãs de forma invicta, vencendo o Comercial de Três Lagoas com duas goleadas nos confrontos decisivos: 5x0 e 6x0. Na A2 nacional, estrearam sofrendo duas goleadas nas jornadas iniciais - 8x0 contra o Palmeiras e 7x0 contra o Grêmio - e venceram o Atlético Mineiro na rodada passada pela contagem mínima.

Já o clube do Canindé, rebaixado em 2018, chegou para esse confronto somando seis pontos - duas vitórias e uma derrota - e precisando vencer para não se complicar da derradeira rodada. Um triunfo deixaria as rubro-verdes com nove pontos e próximas da segunda fase pelo menos como uma das melhores terceiras colocadas. Como elas farão a despedida da fase inicial contra o Grêmio fora de casa, sem dúvida era melhor já resolver a parada atuando nos seus domínios.


Associação Portuguesa de Desportos (feminino) - São Paulo/SP


Associação Atlética Moreninhas (feminino) - Campo Grande/MS


Capitãs das equipes e o quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Thiago Luis Scarascati, as assistentes Fabrini Bevilaqua Costa e Amanda Pinto Matias e a quarta árbitra Regildenia de Holanda Moura

Mais uma vez poucas testemunhas foram ao velho estádio, entre elas o decano Milton Haddad. Os cerca de 30 presentes acompanharam uma partida com avassalador domínio do onze local. O número de chances de gol criadas pelas comandadas de Prisco Palumbo foi enorme, mas para o desespero de boa parte dos presentes, a pontaria das atacantes da Portuguesa estava completamente desregulada. O que vimos de oportunidades desperdiçadas não está no mapa.

Como se a pontaria ruim não fosse por si só algo bastante complicado, as avantes ainda tiveram como problema crônico o posicionamento ruim. Antes dos dez minutos, dois gols foram anulados pois as autoras estavam impedidas. Foi somente na terceira vez que marcaram que o gol valeu. Aos 14 minutos, Amanda tocou em profundidade para Lins. A camisa 10 surgiu entre as zagueiras, entrou na área e colocou no canto esquerdo.

As meninas do escrete sul-mato-grossense não conseguiam passar do meio de campo e a Portuguesa fazia o que queria... menos ampliar a vantagem. Apesar dos vários momentos de perigo, o segundo saiu apenas aos 36 minutos. Num ataque pela direita, a goleira Mirela salvou, só que, no rebote, a camisa 9 Laiane chutou pelo alto e fez o dela. Aos 38 e 43, Sassá e Pires tiveram oportunidade de alcançar uma goleada ainda na etapa inicial, porém ambas as finalizações pararam no travessão.


Um dos primeiros ataques lusitanos na peleja


Marcação firme de atleta local em cima da defensora do Moreninhas


Lins abrindo o placar para a Portuguesa


Mais um ataque paulistano pela esquerda

No tempo final o domínio lusitano foi ainda maior. Aos cinco minutos Laiane acertou um belíssimo chute na trave, Na sobra, Pires teve o gol aberto à sua disposição e também acertou a baliza. Não perca a conta: com esses dois lances, já eram quatro as finalizações na trave. Aos sete, a Portuguesa teve escanteio a seu favor. Na cobrança, a zaga do Moreninhas falhou e a goleira Mirela marcou contra, ampliando a vantagem paulistana para 3x0 no placar.

Seguindo no esquema "ataque contra defesa", aos 20 minutos Sassá acertou a trave pela quinta vez. Aos 29, Laiane recebeu lançamento longo, entrou na área sem marcação e fez o quarto. Aos 36 Lins chegou a fazer o quinto, porém novamente a arbitragem impugnou o lance. Antes do apito final o marcador não foi alterado mas vimos outro tento anulado e a sexta (!) finalização no travessão.


Assim como no primeiro tempo, no segundo a Portuguesa foi dona absoluta das ações


De longe, o lance do terceiro gol local. O árbitro colocou na súmula que o tento foi da goleira Mirela, contra


Detalhe do quarto gol lusitano marcado por Laiane


A zaga do Moreninhas cortando cruzamento na área

O placar final de Portuguesa 4-0 Moreninhas ficou barato para as visitantes. Não é toda hora que vemos uma peleja com seis bolas na trave e quatro gols anulados. Se as paulistanas tivessem caprichado um pouquinho mais, poderíamos ter visto um massacre histórico no Canindé. De qualquer forma, a vaga provavelmente está assegurada. Falando do Leão, independente da atuação fraca, sempre merecem nossos aplausos, pois sabemos a luta que é fazer futebol feminino nesse país. Só o fato de entrarem em campo já é uma grande vitória.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Portuguesa 4-0 Moreninhas/MS

Competição: Campeonato Brasileiro Série A2; Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Amanda (Por), Manu (Mor); Gols: Lins 14 e Laiane 36 do 1º, Mirela (contra) 7 e Laiane 29 do 2º.
Portuguesa: Leticia Rodrigues (Andreia); Naty, Edna, Bru e Amanda; Pequena (Steh); Pires, Silmara e Lins; Laiane e Sassá (Abacaxi). Técnico: Prisco Palumbo.
Moreninhas: Mirela; Nêga, Bia, Neguinha e Isa; Ziza, Fabíola (Camilinha), Manú e India; Brenda (Tania) e Sinharha (Karina). Técnico: Carlos Alberto de Oliveira.
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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Pelo Brasileiro sub-17, virada palmeirense contra o Peixe

Texto e fotos: Fernando Martinez


Todo mundo sabe que a CBF faz um sem número de bobagens. Mas uma coisa é certa: nos últimos anos a entidade vem montando um calendário bem legal pensando nas categorias de base. A maior novidade da atual temporada foi a criação do importante Campeonato Brasileiro sub-17. Na quarta-feira fui ao Estádio Oswaldo Teixeira Duarte debutar no certame com o clássico entre Palmeiras e Santos, válido pela segunda rodada.

Disputado por vinte clubes divididos em duas chaves. Eles jogarão um turno dentro do grupo e os quatro primeiros passam à segunda fase. A partir daí, quartas de final, semifinal e final. Palmeiras e Santos estão no Grupo A. Na rodada inicial, o verde derrotou o Vasco no Rio e o Peixe foi derrotado pelo Athletico como mandante. Reitero os parabéns à CBF pela criação do torneio... pena que aqui em São Paulo pouco esteja sendo realmente feito nesse sentido.


Sociedade Esportiva Palmeiras (sub-17) - São Paulo/SP


Santos Futebol Clube (sub-17) - Santos/SP


Capitães dos times e quarteto de arbitragem

Outra vez tive a companhia de Milton Haddad numa sessão futebolística e novamente o público foi diminuto. Também, a grande maioria dos torcedores não tem a menor ideia que esse campeonato exista. Fugir do lugar-comum com a imprensa que temos e com tudo sendo levado para o lado da "zoeira" é praticamente impossível. Quem se arriscou a ir na casa rubro-verde viu um jogo acima da média.

O Santos iniciou os trabalhos mais ligado e logo aos cinco minutos Kevin abriu o marcador. O camisa 8 chutou de longe, a bola quicou na frente de Mateus Oliveira e morreu no canto direito. O Peixe teve a chance do segundo aos 13, quando Marcos Leonardo recebeu livre, entrou na área mas, ao invés de concluir, esperou a zaga chegar e foi desarmado.

Aos poucos o Palmeiras foi se acertando e o empate saiu aos 26 minutos. Numa grande jogada de Gabriel Silva pela esquerda, ele entrou na área e cruzou por baixo. Ruan surgiu entre os zagueiros e fez o dele. Aos 34, quando era bem melhor em campo, saiu a virada. Após cruzamento da direita, Bruno Menezes tocou de leve, o arqueiro Gustavo resvalou na pelota. O camisa 11 aproveitou a sobra e marcou 2x1. O alvinegro ainda teve a derradeira chance aos 37 quando a finalização de Renyer bateu na rede pelo lado de fora.

No tempo final o duelo continuou bastante animado. Renyer teve a primeira boa chance aos dois minutos em tiro que passou perto da meta defendida por Mateus Oliveira. Aos 11, Pedro Henrique avançou pela esquerda e tocou para Kevin. A finalização foi em cima do goleiro palmeirense. Na sequência, a zaga santista salvou o terceiro tento adversário em cima da linha. No rebote, Gustavo fez milagre. Não demorou para o Santos responder à altura com um chute cruzado de Fernando e importante defesa de Mateus Oliveira. O arqueiro verde mostrou serviço mais uma vez aos 20 em novo chute de Fernando. Marcos Leonardo também teve ótimo momento aos 20 e, só pra variar, o camisa 1 verde foi preciso.

Aos 32, a zaga santista falhou e João Vieira recebeu um belo presente. Ele chutou da pequena área e a bola tinha endereço certo, porém um dos defensores conseguiu travar e a finalização saiu pela linha de fundo. Dois minutos depois, Fernando acertou belo chute da esquerda, o goleiro palmeirense deu rebote e Ruan marcou... só que ele estava impedido e o tento foi anulado.


Dividida em lance no meio de campo logo no começo de Palmeiras x Santos


Ruan, camisa 9 palmeirense, se livrando da marcação


O camisa 11 Bruno Menezes no lance do gol da virada alviverde no Canindé


Ataque santista pela esquerda no segundo tempo


O camisa 3 Henri cortando ataque visitante


Escanteio a favor do Peixe no final da peleja

No último lance, aos 45 minutos, o escrete local teve escanteio pela direita. A zaga bateu cabeça, não conseguiu afastar e Daniel Alves, camisa 13, se aproveitou e fez o terceiro. A peleja chegou ao fim com o placar de Palmeiras 3-1 Santos. Segunda vitória verde e segunda derrota do Peixe no Brasileiro sub-17. Ainda tem tempo de muita reviravolta acontecer até a última rodada. Vamos ficar de olho e tentar cobrir mais alguns joguinhos do torneio.

Menos de 24 horas após esse cotejo, retornei ao Canindé na base da "sessão bônus", agora com o time feminino da Portuguesa em ação pela segundona do nacional.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 3-1 Santos

Competição: Campeonato Brasileiro sub-17; Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Ilbert Estevam da Silva; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Gustavo Garcia, Vanderlan, Kaiky, Renan (Pal), Cadu, André, Ivonei, Renyer, Marcos Leonardo (San); Gols: Kevin 25, Ruan 26 e Bruno Menezes 34 do 1º, Daniel Alves 45 do 2º.
Palmeiras: Mateus Oliveira; Gustavo Garcia (Daniel Alves); Henri, Vanderlan e Renan (Robson); Kaiky, Gabriel (Kevyn), Fabinho e Gabriel Silva; Ruan (João Vieira) e Bruno Menezes (Thiago Santos). Técnico: Artur Akiyama.
Santos: Gustavo; André, Pedro Henrique (Rafael), Cadu e Barbosa; Sandry (Matheus), Ivonei, Kevin e Gabriel (Fernando); Marcos Leonardo e Renyer. Técnico: Márcio Griggio.
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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Início do Paulista sub-20 com 0x0 entre Lusa e Taubaté

Texto e fotos: Fernando Martinez


Não ia ter futebol no sábado passado, algo de praxe nos últimos meses. De última hora a agenda profissional foi modificada e consegui uma brecha e fui acompanhar a jornada inicial do Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão. Sem ter muito o que escolher, fui ao Estádio Oswaldo Teixeira Duarte para o confronto entre Portuguesa e Taubaté, valendo pelo Grupo 3 da competição de base.

O estadual desse ano conta com 40 participantes divididos em cinco chaves com oito clubes cada. Os quatro melhores de cada grupo vão para a segunda fase junto com os quatro melhores quintos colocados. Lusa e Burro da Central estão junto com Primavera, Red Bull, Nacional, Juventus, Guarani e Bragantino. O Palmeiras é o atual bi-campeão da competição e você viu aqui no JP as duas conquistas com coberturas in loco. Em 2017, a Ponte Preta foi derrotada no Pacaembu e em 2018 o Corinthians chegou a vencer o primeiro jogo em casa, mas foi goleado na Arena Barueri e ficou com o vice.


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


Esporte Clube Taubaté - Taubaté/SP


Trio de arbitragem e capitães dos times

Voltando a 2019, tive a companhia do decano Milton Haddad nesse compromisso que teve presença quase nula de torcedores, algo que já estamos super acostumados. Felizmente poucos foram testemunhas de 90 minutos de um futebol fraco, sem inspiração e com vários erros dos dois lados. Ficamos com aquela famosa certeza que, se depender dos atletas que foram a campo, o futuro de Portuguesa e Taubaté não será dos melhores. Aliás, esse é o nível geral do nosso futebol, em todas as categorias e divisões.

Aos 17 minutos da etapa inicial, a Portuguesa teve o primeiro momento razoável quando um dos seus zagueiros finalizou e o goleiro taubateano quase deixou passar. Dois minutos depois, a zaga visitante cortou um cruzamento e os atletas locais pediram pênalti. Aos 28 Diego, 11 do Taubaté, recebeu bola alçada pela esquerda, cortou o defensor e chutou pela linha de fundo. Aos 41, a última chance rubro-verde com uma ótima cobrança de falta de Fabrício.João Marcos espalmou pra fora.

No tempo final pouco mudou. Foram poucos os momentos de perigo e foi uma tarefa hercúlea se manter acordado graças ao que (não) acontecia no relvado. Cada time teve um bom momento antes dos dez minutos. Aos dois, o Burrão teve sua maior chance com um chute certeiro que foi salvo em cima da linha. A Portuguesa respondeu oito minutos após quando a defesa recuou mal e genial Mandrak, o camisa 14, perdeu grande chance na pequena área.


Lance na lateral esquerda do ataque lusitano


Jogadores dentro da área taubateana


Paolo, 7 da Lusa, em bom lance de ataque


Zagueiro do Taubaté se esticando todo em busca do desarme


Bom corte do defensor visitante


Jogadores apostando corrida no ataque local

A partir daí pouco aconteceu. Estava mais animado acompanhar o Twitter e ouvir música do que acompanhar a peleja, totalmente ausente de emoções. Foi o tipo do jogo que a gente já sabia que não teria gol bem antes do final. O placar de Portuguesa 0-0 Taubaté não foi uma estreia dos sonhos de ambos no Paulista sub-20. Menos mal para o Burrão, que somou um ponto fora de casa pelo menos. O trabalho realmente está apenas no começo.

Pela primeira vez em onze meses saí de uma partida num sábado à tarde sem correria e sem pressa. Voltei junto com o decano Milton e o grande Raul Dias, dono do melhor chuveiro do país, e ainda fiquei conversando com a dupla antes de pegar o caminho do QG da capital. Futebol de novo? Só Deus sabe...

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Portuguesa 0-0 Taubaté

Competição: Campeonato Paulista sub-20 Primeira Divisão; Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Luiz Carlos Ramos Júnior; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: João (Por), Gabriel Davy (Tau).
Portuguesa: Rossi; Gegê, Artur (Ramalho), João (Tromba) e Roma (Davi); JP, Paolo (Léo Souza), Cabeça e Marques (Gian); Tortelli (Mandrak) e Fabricio. Técnico: Wendel de Freitas.
Taubaté: João Marcos; Arnon; Alberto; João Oliveira (Hiago) e Jonas Silva; Vitor, Luiz Fernando (Natha), Gláuber e Otávio; Gabriel Davy (Léo) e Diego (Rodrigo). Técnico: Frederico Junior.
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sábado, 13 de abril de 2019

JP na rota da Segundona em São Carlos (com meio jogo)

Texto e fotos: Fernando Martinez


Nos primeiros anos de Jogos Perdidos, vira e mexe rolava alguma cobertura que fugia da rotina ou com times diferentes do que mostrávamos no dia-a-dia ou com visita a alguma cidade distante de casa. Na última quinta-feira tivemos o prazer de emplacar uma cobertura digna do antigo "Especial do Mês" direto da cidade de São Carlos. Na pauta, o genial encontro entre São-Carlense e Catanduva FC na abertura da segunda rodada da fase inicial do Campeonato Paulista da Segunda Divisão.

Nunca tinha visto uma partida profissional em São Carlos. As três que tinha assistido no Estádio Luís Augusto de Oliveira foram válidas pela Copa São Paulo de Futebol Júnior (São Carlos 1-3 São Paulo e São Cristóvão 2-1 Comercial/MS pela edição de 2007 e Flamengo/RJ 0-0 Aquidauanense na edição 2012) e a única que vi no genial Zuzão, casa do falecido Estrela da Bela Vista, foi pelo Paulista sub-17 (Paulistinha 0-2 XV de Piracicaba em 2007). Levando em conta que só faltavam dois times novos na Segundona, justamente os adversários do duelo antecipado, o lance foi aproveitar a deixa e colocar ambos de uma vez na Lista.

Não foi difícil armar a caravana até a Capital da Tecnologia. Tivemos a presença do decano Milton Haddad, o amigo Renato Rocha e, na direção, a fênix Emerson Ortunho reaparecendo após alguns meses de hibernação futebolística. Deixamos a capital no começo da tarde e chegamos no destino por volta das 18 horas. Antes da ação fomos fazer uma boquinha, por coincidência no mesmo local visitado em 2012, também com a presença do amigo-abelha Renato. Lanchonete boa, barata e com um custo benefício espetacular.

Satisfeitos com a bela refeição, nos dirigimos ao Luís Augusto de Oliveira. O local existe como praça de esportes desde 1952 e o estádio como conhecemos foi inaugurado em 1968. Todas as equipes da história profissional da cidade atuaram ali: Estrela da Bela Vista, Bandeirantes, Madrugada, Sãocarlense - o mais famoso deles, que disputou várias divisões entre 1976 e 2004 -, São Carlos FL, Paulistinha e o Grêmio Desportivo São-Carlense. Fundado em 2016, ele é uma espécie de "sucessor" do antigo GES e está na sua segunda temporada pela FPF. No ano passado, fizeram uma campanha fraca e foram lanternas do Grupo 3.

Falando de Catanduva, a cidade tem um extenso rol de times que surgiram e sumiram sem vestígios do cenário futebolístico. Começando com o antigo Catanduva EC, que jogou de 1955 a 1968, passando pelo Botafogo, pelo genial GE Catanduvense e pelo CA Catanduvense, que virou Grêmio Catanduvense de Futebol em 2004. A história da nova agremiação da Cidade Feitiço vem de 2010, quando o padre Osvaldo de Oliveira Rosa criou uma escolinha de futebol como um projeto social para jovens. A empreitada deu resultado e a ideia de continuidade de trabalho foi a responsável pela profissionalização em novembro de 2017. Em 2018, estrearam oficialmente e foram eliminados na primeira fase.


Grêmio Desportivo São-Carlense Ltda. - São Carlos/SP


Catanduva Futebol Clube - Catanduva/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Rafael Emilio Acerra, os assistentes Leonardo Lourenço Marchiori e Adilson Roberto de Oliveira e o quarto árbitro Luciano Alves de Lima

Foi de boa entrar na cancha e mais ainda chegar ao gramado. Lá encontrei integrantes das duas comissões técnicas, entre eles o Gustavo Curvelo, responsável pela assessoria de imprensa do São-Carlense. Trocamos algumas palavras antes das equipes subirem ao relvado. Logo fiz os instantâneos oficiais e fui pegar meu lugar acompanhando o ataque local. Fiquei à frente da torre de iluminação oposta à esquerda das cabines... mal sabia que ela se transformaria na maior personagem da noite em breve.

O jogo começou bom e com grande movimentação, principalmente por parte dos visitantes. Aos 10 minutos, Angelo, camisa 10 do onze quadricolor, chutou de longe e a bola bateu na trave. No rebote, Canela não conseguiu finalizar com sucesso e mandou pela linha de fundo. Na sequência ele mesmo cabeceou firme e a pelota tirou tinta do travessão. A torcida, que compareceu em número razoável, já mostrava sinais de preocupação.

O São-Carlense assustou pela primeira vez aos 11 minutos numa falta marcada pelo setor esquerdo do ataque. O goleiro catanduvense Daniel fez ótima defesa e afastou. Aos 13, novo bom momento tricolor em nova cobrança de falta de Cowboy (!), o genial camisa 8 do tricolor. O arqueiro foi ainda melhor e mandou pela linha de fundo. A partir daí, muita entrega dos atletas das duas agremiações e poucos momentos de real emoção.

Jogando sem se importar com o fato de estar longe da sua casa, o Catanduva FC voltou a incomodar a defesa adversária aos 31, quando o camisa 7 Cristian foi lançado pela direita. Ele entrou na área e finalizou para fora com perigo. O São-Carlense teve mais uma falta perigosa aos 34 e novamente o camisa 1 visitante mostrou serviço. Aos 38, nova chance do CFC quando Daniel Junio recebeu no meio, driblou o zagueiro e chutou por cima.

Aos 40 minutos finalmente o placar foi inaugurado e quem fez foi o escrete catanduvense. Angelo, honrando a camisa 10, recebeu pelo meio, tirou com classe do defensor e arriscou da entrada da área. Ele colocou um efeito incrível na pelota e ela encobriu o goleiro Gabriel Silva. Um golaço que colocou o onze amarelo em vantagem. Sem maiores chances, o São-Carlense viu o intervalo chegar em desvantagem no marcador.


Lance pelo alto no ataque do Grêmio São-Carlense


Bruno Jackson, camisa 6 do Catanduva FC, encarando a marcação adversária


Zaga visitante afastando o perigo


Outra boa chegada local em bola alçada na área


Momento em que a bola entrou no gol de Gabriel Silva no golaço de Angelo


Uma visão mais aberta do Luís Augusto de Oliveira na noite de quinta-feira

No intervalo eu fui perto da entrada principal bater um papo com os amigos da caravana e com integrantes da direção do Grêmio. Também aproveitei e comprei uma camisa da equipe. Pena que ela vai ficar numa das várias caixas de papelão, local que minha coleção se encontra desde 2017. A torcida é para que todas voltem a ver a luz do sol em breve. Enquanto a conversa rolava, notei meio sem querer que a torre que ficou atrás de mim nos primeiros 45 minutos estava apagada.

Com os times em campo, o árbitro não autorizou o reinício da peleja e resolveu esperar os refletores voltarem a funcionar. Em poucos minutos quatro deles acenderam, enquanto os outros oito continuavam apagados. A meu ver a bola poderia ter rolado assim, porém o senhor juiz estava irredutível. O tempo foi passando e o pessoal do Catanduva FC começou a se preocupar pensando num eventual adiamento da etapa final, afinal, eles não estavam preparados para passarem a noite longe.

Teve muita conversa de tudo que é lado e então o árbitro, atendendo os pedidos de ambos os clubes, resolveu chamar os dois capitães e os dois goleiros para, com a aprovação dos quatro, reiniciar o cotejo. Os capitães e o goleiro do CFC disseram que não teria problema, só que o arqueiro local, Gabriel Silva, disse que a falta de todos os refletores acesos dificultaria sua performance. Resumindo: nada feito. Como desgraça pouca é bobagem, logo depois dessa reunião os quatro refletores que estavam ligados apagaram de novo.

Não havia eletricista no estádio e Marcelo, encarregado do Luisão, ficou com a missão de consertar tudo. Começou uma enorme correria para conseguir um alicate e descobriram que tinha um dentro do carro do funcionário que estava estacionado na rua. O problema foi que a moça do portão não deixou ele sair pois teria que pagar ingresso (!) caso quisesse adentrar as dependências novamente. Foram alguns minutos perdidos nessa surreal situação. Quando finalmente o rapaz estava munido da tal ferramenta, começou a sair fumaça da caixa de força. Enquanto tentava uma última cartada, um curto-circuito geral fez com que o heroico moço desistisse de vez.


O papo entre o quarteto de arbitragem, capitães dos times e os dois goleiros na tentativa da continuidade da peleja


Os quatro refletores sobreviventes. Na boa? Dava pro jogo ter rolado apenas com eles


O papo de dirigentes, arbitragem, atletas e imprensa sob a não-luz da torre com curto-circuito


Não foi do jeito que esperávamos o desfecho da partida, mas a viagem valeu mesmo assim

Foi o detalhe que faltava para o árbitro dar por suspensa a peleja e, pelo regulamento, a segunda etapa seria jogada na sexta-feira às 15 horas. Um triste e lamentável desfecho após 250 quilômetros percorridos pela caravana da coragem da vez. Ainda ficamos fazendo aquela famosa social com os presentes e também emplacamos um pit-stop para degustar o bom e velho Guaraná Poty, uma tradição nas nossas viagens.

Entre vários assuntos no caminho da volta, afirmei que cortaria um braço se o resultado do primeiro tempo permanecesse no segundo, já que eu tinha absoluta certeza que rolariam mais gols. Dito e feito: saíram mais três. Os donos da casa deixaram tudo igual aos 20 minutos com Matheus Ferreira. Nos acréscimos, precisamente aos 48, os visitantes voltaram à frente com Caio, porém, na saída de bola, Jeferson deu números finais à partida de dois dias no Luis Augusto de Oliveira: São-Carlense 2-2 Catanduva FC. E aí, vale colocá-los na Lista tendo visto só os primeiros 45 minutos? Cartas para a redação.

Espero do fundo do coração que a gente consiga emplacar mais viagens em breve. Por enquanto, vamos no esquema que faço desde maio de 2018: presença quando a agenda profissional permite. Como o futebol (infelizmente) não paga minhas contas, não resta outra opção.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: São-Carlense 2-2 Catanduva FC

Competição: Campeonato Paulista Segunda Divisão; Local: Estádio Luís Augusto de Oliveira (São Carlos); Árbitro: Rafael Emilio Acerra; Público: 153 pagantes; Renda: R$ 1.265,00; Cartões amarelos: Pedro Bispo e Jeferson (Sao), Daniel Junio, Daniel, Douglas, Caio e Lucas (Cat); Gols: Angelo 40 do 1º, Matheus Ferreira 20, Caio 48 e Jeferson 49 do 2º.
São-Carlense: Gabriel Silva; Yure, Pedro Bispo, Gustavo Henrique e Alison; Rezende (Eric), Joel, Cowboy e Hugo (Matheus Ferreira); Vagner (Kaio) e Jeferson. Técnico: Anderson Ré Fiorentino.
Catanduva FC: Daniel; Douglas (Ventura), Léo Cruz, Gil e Bruno Jackson; Daniel Junio, Cristian (Caio), Mineiro e Angelo; Canela e Kitinho. Técnico: Macena.
Obs: O jogo foi interrompido no intervalo por falta de energia elétrica em 11 de abril. O segundo tempo foi disputado na tarde de 12 de abril.
Obs²: O cartão amarelo para Lucas, do Catanduva FC, foi dado em virtude de infração na comemoração do gol. O atleta era o goleiro reserva do time.
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terça-feira, 9 de abril de 2019

Barcelona e Guarulhos ficam no zero na Rua Javari

Texto e fotos: Fernando Martinez


No final de semana, enquanto a bola rolou nas fases decisivas da A2 e A3, começou o outrora carro-chefe do JP, o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, absurdamente limitado a atletas sub-23 desde o ano passado. Não fui em nenhum jogo no sábado e no domingo, porém na segunda-feira, enfrentando frio, chuva e uma preguiça do tamanho do mundo, fui até o Estádio Conde Rodolfo Crespi. Ali, Barcelona e Guarulhos estrearam pelo Grupo 6.

A Segundona deste ano tem a presença de 41 clubes e conta com a presença de inúmeros baluartes do interior paulista, como América, Bandeirante, Francana, Taquaritinga, XV de Jaú, Paulista, São José, Marília, entre outros, além dos "estreantes" Rio Branco e União Barbarense. Todos ostentando grande história e sabendo que precisam sair da última divisão o quanto antes. De longe é o campeonato mais difícil do estado, sem sombra de dúvida. 

Na chave 6, além do Elefante e do escrete guarulhense estão Flamengo, Mauaense, Jabaquara, Mauá FC e o genial União Suzano, retornando às competições da FPF após quatro anos. As equipes estão divididas em seis chaves e as quatro melhores se classificam. Diferente do bisonho "sorteio" do ano passado, nessa temporada haverá a famosa "mistura" de times na segunda fase. Se o fato de ser sub-23 torna o certame uma anomalia, pelo menos esse fato é algo legal.


Barcelona Esportivo Capela Ltda - São Paulo/SP


Associação Desportiva Guarulhos - Guarulhos/SP


Capitães dos times e o quarteto de arbitragem composto por Matheus Delgado Candançan, Helio Antônio de Sá, Rafael de Souza Penatte e Alef Feliciano Pereira

A peleja era pra ter sido realizada domingo cedo, mas como o Juventus recebeu o XV pelas quartas da A2, o confronto foi então remarcado para segunda às três da tarde, aquele horário espetacular preferido de dez entre dez desempregados e desocupados de plantão. Apesar do dilúvio que desabou na capital, não deixei de ir pois queria manter os 100% de aproveitamento de compromissos do Barcelona Capela como mandante desde sua volta em 2015. Foi a 30ª apresentação seguida com a minha presença e por consequência, com matéria aqui no Jogos Perdidos.

Quando estava no caminho da Rua Javari encontrei o metaleiro Renato Rocha e o seu rol de momentos surreais. Chegamos na cancha e nada indicava que uma partida oficial seria realizada ali, algo totalmente esperado, já as bilheterias estavam vazias e a movimentação era nula. Esse fato fez com que eu me surpreendesse com a boa presença de público na parte coberta - bom para os padrões do Barcelona e da competição, que fique claro -. Logo fui ao gramado e permaneci ali pelos 45 minutos inciais acompanhando o ataque local.

O primeiro tempo foi de grande movimentação, mas poucos momentos interessantes. Aos seis minutos Johnny, camisa 7 do Barcelona, chutou de longe e o goleiro Alex fez defesa segura. Quatro minutos depois, o Guarulhos atacou pela esquerda e a finalização saiu por cima do gol. Aos 13, nova chance visitante quando, após escanteio da esquerda, um dos avantes subiu sozinho e cabeceou firme, só que a bola saiu pela linha de fundo. A partir desse lance, muita chuva, sono e ação concentrada no meio de campo.


Johnny, 7 do BEC, enfrentando a marcação adversária


Samuel (9) e Jonatan (4) disputando a bola pelo alto


Zagueiro do Guarulhos sendo acossado por atletas paulistanos


De novo Samuel no ataque do Elefante, agora com a marcação de Guilherme (3)


Alex (6) tentando se desvencilhar da marcação de Wesley (2)

O aguaceiro piorou no intervalo e desisti de seguir captando as imagens de perto. A etapa final foi disputada debaixo de muito mais água e mesmo assim o panorama melhorou. O Barcelona criou duas boas oportunidades nos primeiros minutos e em ambas Alex trabalhou bem. Aos sete, faltou um detalhe para o placar ter sido inaugurado. Num escanteio a favor do Guarulhos pela esquerda, o camisa 4 Jonatan escorou no segundo pau e Weider perdeu na pequena área. Aos 10, Vinicius bateu falta a favor do Barcelona e o arqueiro visitante fez ótima defesa.

No minuto seguinte a bola foi cruzada na área paulistana e nenhum atleta do Guarulhos conseguiu completar. Weider, o principal nome do onze visitante, arriscou um tiro aos 12 e a pelota tirou tinta da trave. Aos 22, outro lance de bastante perigo a favor do tricolor da Grande São Paulo. Weider fez ótima jogada pela esquerda e obrigou Alexandre a mostrar serviço novamente. Luís Henrique ficou com o rebote e, com um toque de classe, ele tentou encobrir o camisa 1. A bola saiu por centímetros. Ali eu vi que o 0x0 seria praticamente inevitável.


No segundo tempo, o Guarulhos foi melhor do que o Barcelona


Uma das várias chegadas visitantes pelo alto


Atletas do Guarulhos se preparando para mandar a bola na área local

O cotejo continuou bem movimentado e com os visitantes mais dispostos. No fim, minha expectativa se confirmou com o resultado de Barcelona 0-0 Guarulhos. Os líderes da chave são Flamengo, que derrotou o Mauá FC, e o União Suzano, que venceu por WO o Mauaense pois o Pedro Benedetti não estava com os laudos em dia. A primeira fase vai terminar no longínquo 30 de junho, no meio da Copa América. O próximo compromisso do Elefante dentro de casa será no feriado de 1º de maio. Após esse jogo, os demais serão nas sextas (!) de tarde. Prevejo dor de cabeça para manter a sequência que vem desde 2015.

Quando a peleja acabou a chuva que já estava forte ficou ainda pior. Fui obrigado a pegar um 99 da Mooca até o Morumbi para não chegar tão atrasado no trabalho. Apesar dos inúmeros problemas que tenho passado ali, é o que está me segurando financeiramente falando, então vamos engolindo aquele sapo maroto todo santo dia que a situação do país não está nada fácil.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Barcelona 0-0 Guarulhos

Competição: Campeonato Paulista Segunda Divisão; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Matheus Delgado Candançan; Público: 203 pagantes; Renda: R$ 1.530,00; Cartões amarelos: Rafael e Vinícius (Bar), Tuono (Gua).
Barcelona: Alexandre; Wesley, Gerson, Alê e Rafael (Japa); Vinicius, Felix e Gui; Johnny, Samuel (Alemão) e Roni. Técnico: Adauto Marinho.
Guarulhos: Alex; Alanderson, Guilherme, Jonatan e Alex (Weider); Victor, Breno, Deivision e Luis Henrique (Arthur); Tuono (Matheus) e Guedes. Técnico: José Eduardo de Miranda.
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