sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

JP na bela Votuporanga depois de 11 anos

Texto e fotos: Fernando Martinez


O sétimo dia seguido de coberturas do Jogos Perdidos na fase inicial da Copa São Paulo de Futebol Júnior foi histórico, afinal não é toda hora que conseguimos ver um joguinho de futebol na distante Votuporanga. Sede do Grupo 1, a Arena Plínio Marin abriu sua última rodada com o duelo entre o novato Atlético Matogrossense e o Monte Azul.

Desde 2012 a Copinha tem como primeiro grupo a sede mais distante da capital. Aos poucos acompanhar o Grupo A/Grupo 1 foi se tornando um sonho cada vez maior. Sete cidades receberam essa chave, de São José do Rio Preto (440 km de São Paulo) a Andradina (627 km). Em 2020 cheguei perto e vi o Grupo 2 em Marilia. Em 2022 a programação foi feita com precisão milimétrica e tudo deu certo.


Placa na entrada da cidade de Votuporanga, o lugar do estado mais distante da capital que já vi um jogo


Fachada da Arena Plínio Marin

Encerramos a rodada de domingo em Araraquara e dali fomos dormir em São José do Rio Preto. Foi uma noite de sono curta e mal descansei, mas na manhã de segunda estava firme e forte a postos para continuar a jornada. Felizmente um dos meus maiores medos nem chegou perto de Votuporanga: o insuportável calor que faz no Noroeste Paulista no ano todo. A partida foi disputada sob a agradabilíssima temperatura de 23 graus. Um verdadeiro milagre.

A história de coberturas do Jogos Perdidos na Cidade das Brisas Suaves contava com apenas uma visita. Quando o sumidaço Orlando viajava pelo interior praticamente todas as semanas, ele esteve em um triunfo do CA Votuporanguense por 2x1 em cima do Assisense no Plínio Marin, a casa original da AA Votuporanguense e do CAV, em 2011. Ele deixou de ser utilizado na mesma temporada, foi vendido na sequência e acabou demolido em 2015. No ano seguinte foi inaugurada a Arena Plínio Marin em outro local. Desde então, passou a ser a principal casa do futebol na cidade.

A capacidade do estádio é de pouco mais de 8 mil pessoas e ele é muito bem ajeitado. Tem um espaço confortável para a torcida, boas cabines de imprensa e vestiários de responsa. Outro detalhe genial foi estar ali em plena segunda-feira, 11 da matina, um horário um tanto quanto raro. Mesmo assim um público de cerca de 300 pessoas esteve acompanhando o duelo preliminar.




Times posados em plena segunda-feira de manhã e os capitães com o quarteto de arbitragem

O Monte Azul tinha perdido seus dois primeiros compromissos, enquanto o Atlético somava um ponto. Com um triunfo em cima do lanterna, o escrete do Mato Grosso, que faz a sua estreia na Copinha em 2022, dependia de derrota do Bahia na sequência. Fundado em 2020, a equipe conquistou a vaga no torneio ao eliminar o Cuiabá na semi do estadual sub-19. Na decisão, o título ficou com o Mixto, que caiu na sede de Jaú e contou com cobertura do JP no empate contra o XV de Jaú.

Existe um erro que está sendo perpetuado na grande rede dizendo que este Clube Atlético Matogrossense é o que foi fundado em 1948 e conquistou cinco vezes o estadual do Mato Grosso. Não é. A agremiação original sumiu nos anos 90 e desapareceu no limbo. Essa de agora tem apenas o mesmo nome, apesar do que os dirigentes dizem. Vale o registro que o antigo disputou duas edições da Copinha, em 1974 e 1975, as primeiras do estado na história.

Felizmente eu vi uma das partidas mais legais de todo o cronograma da fase inicial, com dois times mostrando um futebol aberto e cheio de oportunidades. Precisando vencer, o Atlético fez 1x0 logo aos 13 minutos. Gabriel lançou Léo em profundidade, o camisa 9 deu um belo drible no goleiro e conferiu.





Lances do primeiro tempo em Votuporanga

No restante da etapa inicial, vários ataques perigosos do clube do Centro-Oeste, porém o placar foi ampliado apenas aos oito do tempo final em uma linda cobrança de falta de Gabriel. Com o 2x0, o onze atleticano diminuiu o ritmo e o Monte Azul resolveu aprontar. Quando o relógio marcava 30 minutos, Afonso recebeu na entrada da área, dominou, ajeitou e bateu rasteiro. E foi o mesmo Afonso que deixou tudo igual aos 41 em belíssimo chute no ângulo.


Voo do goleiro do Monte Azul em tiro de longe


Disputa pelo alto no campo de defesa do Atlético Matogrossense


Visão da parte coberta da bela Arena Plínio Marin


O goleiro do Monte Azul trabalhou bastante no tempo final


Atleta do Mato Grosso ganhando na corrida da defesa


Bola estufando a rede paulista no terceiro gol atleticano


O Monte Azul tentou, mas não foi capaz de arrancar um pontinho

Os paulistas ainda comemoravam quando Lucas, aos 43, estragou a festa a recolocou a equipe do Mato Grosso na frente em tiro cruzado. Foi um banho de água fria no Azulão, que terminou a Copinha sem somar nenhum ponto. Por outro lado, o resultado de Atlético Matogrossense 3-2 Monte Azul manteve o sonho de classificação para os vencedores. É, só que o empate entre CAV e Bahia no jogo de fundo colocou estes na segunda fase e eliminou o novato. O que vale é que fizeram uma boa campanha.

Não ficamos para a peleja principal pois tínhamos rodada dupla em local perto de Votuporanga nunca visitado pelo que vos escreve. Um antigo sonho de criança. Um daqueles estádios que estava na lista de prioridades desde sempre.

Até lá!

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Ficha Técnica: Atlético Matogrossense 3x2 Monte Azul

Em breve
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