quarta-feira, 26 de maio de 2021

Brilhante Nacional!

Texto e fotos: Fernando Martinez


O Campeonato Paulista da Série A3 encerrou sua fase inicial na última terça-feira e como o Nacional jogou no Estádio Nicolau Alayon, nos fizemos presentes. O adversário foi o glorioso Bandeirante de Birigüi, atual vice-campeão da Segundona, também lutando por uma vaga nas quartas de final. O BEC não pintava nas nossas páginas desde 2016 quando visitou o Mauaense no Pedro Benedetti.

Quando derrotou o Leão da Sorocabana na 12ª rodada, o Naça chegou ao quarto lugar na tábua de classificação. Nos dois compromissos seguintes, as derrotas por 2x1 contra São José e Primavera os deixaram em oitavo lugar e o fantasma da eliminação precoce apareceu com tudo. Vencendo, tudo beleza. Empatando, teria que torcer contra Desportivo Brasil e Capivariano. Tudo grande cortesia da campanha altamente irregular feita em 2021. Dos 19 pontos conquistados, apenas seis foram com o mando de campo.



Aquela foto marota dos capitães e do quarteto de arbitragem e dos times entrando em campo. É o que para hoje...

Pelos lados do Leão da Noroeste, o fato de terem se mantido na A3 após o acesso de 2020 já deve ser muito comemorado. Para melhorar, ainda tinham chance de estarem entre os oito melhores. O BEC tinha que venceu seu compromisso e torcer por um triunfo da Penapolense em cima do Desportivo e do Olímpia contra o time de Capivari. Uma combinação um tanto quanto improvável.

Sem contar um amistoso em 1944 com triunfo do antigo SPR, entre 1983 e 2009 as equipes se enfrentaram apenas onze vezes em torneios oficiais. Foram quatro vitórias paulistanas, três do BEC e quatro empates. Os duelos mais importantes foram válidos pelo quadrangular final da segunda divisão de 1983, com dois triunfos do Leão. Na minha Lista, apenas dois confrontos: 1x1 pela A2 de 2002 e outra igualdade pelo mesmo placar na A2 de 2007.

Cheguei cedo na Comendador Souza e fiz uma boquinha antes de entrar no estádio. Fui obrigado a ficar bem longe de uma rapaziada reunida como se não estivéssemos no meio de uma pandemia: quase nenhuma máscara e muita aglomeração, cenário comum nas ruas da capital. Quando entrei fui buscar um espaço em uma das cabines e ali aguardei pacientemente o apito inicial. Esperava nada menos do que uma peleja animada.

O Bandeirante começou melhor do que o Nacional. Os donos da casa não conseguiram atacar com propriedade nos primeiros 15 minutos. O BEC ocupou o campo de defesa local, tomou conta da partida e assustou em chutes de longe e em dois escanteios. Não que tenham sido momentos repletos de perigo, porém foi suficiente para deixar os presentes bastante ressabiados.

O Nacional começou a atacar após o 20º minuto. Chiclete cabeceou com perigo aos 21 e aos 25 Éder Paulista rolou até César e o lateral finalizou em cima da zaga. Na sequência, Mendes teve nova oportunidade pelo alto. O Bandeirante respondeu aos 28. Depois de falta pela direita, a bola foi escorada no primeiro pau e Thiago César chegou um pouco atrasado. Não fosse isso, ele certamente teria aberto o marcador.

Henal se tornou o grande nome do BEC com duas defesas antológicas aos 30 e aos 33 minutos. Em levantamento pela direita, Éder Paulista deu de peixinho e o arqueiro do BEC mostrou serviço. O rebote foi afastado pela zaga. A segunda intervenção do veterano camisa 1 foi ainda mais espetacular. Wallace cruzou e Éder Paulista, sempre ele, deu um voleio incrível e Henal, não sei como, deu um tapa com a mão direita e impediu que os donos da casa saíssem em vantagem na etapa inicial.





Nacional e Bandeirante levaram bastante perigo para a meta adversária durante o tempo inicial


A melhor chance da etapa inicial foi nesse chute de Éder Paulista que Henal fez um verdadeiro milagre

Quando o intervalo chegou, por conta de todos os resultados da rodada o Nacional estava sendo eliminado de braços dados com o Bandeirante. Não restava alternativa senão atacar, atacar e atacar. Claro que tinham que tomar um cuidado enorme na defesa pois o Leão da Noroeste não estava morto, muito pelo contrário. Parecia que estava escrito, pois nem bem a etapa final tinha começado e o Bandeirante fez 1x0. Todo o sistema defensivo nacionalista falhou de forma bizarra e a pelota sobrou limpa para Welbinho. O atleta chutou sem marcação e Rafael nem pulou. Os ferroviários sentiram o tento sofrido e passaram dez minutos sem saber o que fazer, errando passes e atacando sem objetivo. Mas como em um passe de mágica, tudo mudou a partir da meia hora final.

Decorridos 14 minutos, Paolo fez uma brilhante jogada pela esquerda, driblou seu marcador e levantou na cabeça do artilheiro da Série A3. Éder Paulista tocou no canto direito. Empurrados pelos dirigentes e atletas não relacionados que estavam na parte coberta, a virada saiu aos 17. Brener cobrou falta pela direita, a bola foi tocada meio sem querer no segundo pau e Mendes, livre e sem ângulo na outra trave, meteu a cabeça e, apesar de não ter ângulo, fez o dele. Virada instantânea dos donos da casa.

Foi a vez do Bandeirante sentir o golpe e os paulistanos tomaram conta da peleja de vez. Sem sofrer praticamente nenhum susto, os comandados de Ricardo Silva enfileiraram boas chegadas. Mostrando uma raça incrível, aos 30 definiram a classificação em tento de Éder Paulista – o 12º no torneio - em novo passe de Paolo na esquerda. Aos 38, o golpe de misericórdia. Paolo, o grande nome da tarde junto com o artilheiro do certame, fez uma jogada individual simplesmente maravilhosa com direito a caneta em cima de um dos zagueiros e rolou de calcanhar até Emerson Mi, velho personagem nacionalista. O camisa 10 mandou de primeira e fechou a fatura. Aos 43, a trave impediu o quinto gol.


Bola no fundo da rede nacionalista no gol de Welbinho aos dois do tempo final



A zaga do Leão da Noroeste foi bastante acionada durante os 45 minutos finais


Bola viajando dentro da área do BEC. No canto direito da imagem, Mendes (20), estava sozinho, sem marcação, apenas segundos antes de virar o placar


Éder Paulista fez o terceiro gol, o seu segundo da tarde. O atacante é o artilheiro isolado da A3 até aqui



Paolo fazendo brilhante jogada individual antes do tento de Emerson Mi e a comemoração do quarto gol do Nacional

O resultado de Nacional 4-1 Bandeirante colocou o escrete paulistano nas quartas de final da Série A3 2021 na oitava posição. Assim como na temporada passada, teremos um encontro ferroviário com o líder Noroeste, velho algoz dos nacionalistas. Sim, o Naça está fazendo uma campanha instável demais para as suas pretensões, mas o que esperamos é que possam fazer frente ao alvirrubro de Bauru. Os outros jogos são Primavera x Barretos, Marília x Votuporanguense e Linense x São José.

Se tudo permitir, na sexta-feira estaremos no Alayon.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 4x1 Bandeirante

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Wallace, Brener, Anderson Cavalo, Paulão, Jackson Maninho, Luizão; Gols: Welbinho 2, Éder Paulista 14, Mendes 17, Éder Paulista 30 e Emerson Mi 38 do 2º.
Nacional: Rafael; Gigante (Messias), Everton, Gustavo França e César; Diego Chiclete (Guilherme Nascimento), Guilherme Lobo, Brener (Emerson Mi) e Mendes; Éder Paulista (Léo Machado) e Wallace (Paolo). Técnico: Ricardo Silva.
Bandeirante: Henal; Iury, Luizão, Gabriel Bahia e Paulão; Rapchan, Thiago César, Gabriel Silva (Jackson Maninho) e Davi Ceará (Danilinho); Anderson Cavalo (Fábio Leite) e Dandan (Tatá) (Welbinho). Técnico: Márcio Ribeiro.
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