sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Chile vence a Costa Rica e vai para a final do Torneio Internacional

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na noite da última quinta-feira não tinha como ficar de fora da genial rodada dupla que abriu o Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino no Estádio Paulo Machado de Carvalho. Iniciando os trabalhos, a ainda vazia cancha viu o encontro entre as seleções de Costa Rica e Chile, um jogo perdido de grife e muito legal de se ver em território neutro, respectivamente a 37ª e 38ª colocadas no atual Ranking da FIFA.

De 2009 a 2012 o certame foi realizado na capital bandeirante com organização da FPF. A partir de 2013 a CBF tomou as rédeas e passou a levar a competição até palcos construídos especialmente para a Copa do Mundo: Brasília em 2013 e 2014, Natal em 2015 e Manaus em 2016. Com todo o frenesi gerado pela Copa do Mundo da França, ótima hora da competição retornar ao estado de São Paulo. O Brasil foi campeão sete vezes (as finais de 2009 contra o México e 2012 contra a Dinamarca tiveram cobertura do JP) e o Canadá uma, em 2010.



Mesmo de longe, pegamos uma carona nas fotos oficiais de Chile e Costa Rica na abertura da edição 2019 do Torneio Internacional de Futebol Feminino



As seleções perfiladas para os respectivos hinos nacionais e a foto oficial das capitãs com o quarteto de arbitragem

Conseguir se credenciar foi como fazer companhia ao Tom Cruise na sua eterna Missão Impossível por conta da enorme desorganização e pouca simpatia dos responsáveis. Após uma série de e-mails enviados sem resposta e um contato bizarro na véspera da peleja, fiquei sem lugar no gramado e encarei a jornada da arquibancada. Pior foi saber que uma série de bloqueirinhas, aspones, parças e afins conseguiram o tal credenciamento.

O fato é que não tinha como esperar algo diferente levando em conta o cenário que temos em momentos importantes. Ninguém se faz presente nos jogos perdidaços do Paulista Feminino ou do sub-17 estadual em locais mais remotos, só que na hora do filé mignon tem briga de cachorro grande pelo maior pedaço. São os já citados ~lacradores~ repletos de opiniões mas que na hora H nem sabem o que está rolando de verdade na categoria durante toda a temporada.

A Costa Rica ficou de fora da Copa do Mundo da França e conta com apenas uma participação em mundiais: foi 18ª colocada em 2015 no Canadá. Já o Chile, que tem sua seleção em atividade apenas desde 2009, fez sua estreia em gramados franceses no último mês de junho. Elas foram derrotadas por Suécia e Estados Unidos, ganharam da Tailândia e acabaram eliminadas ainda na primeira fase, finalizando a campanha na 17ª posição. Especificamente no Torneio Internacional, as centro-americanas disputam a segunda edição (a primeira foi em 2016) e as sul-americanas jogam pela quarta vez (as outras foram em 2009, 2011 e 2013).

Quem chegou cedo na velha cancha acabou vendo uma partida animada e bem movimentada. Se as seleções não possuem jogadoras com nível técnico incrível, pelo menos as meninas nos brindaram com bastante vontade e disposição. A Costa Rica foi melhor na maior parte do tempo e teve várias chances no decorrer na etapa inicial, mas quem colocou a bola na rede foi o Chile aos 47 minutos. A autora do golaço foi a camisa 10 Yanara com um chute no ângulo esquerdo.

No segundo tempo as costarriquenhas ocuparam o setor defensivo adversário sem que o domínio se transformasse em gols. As chilenas sofreram com a pressão e ainda terminaram com uma atleta a menos depois que a zagueira Carla Guerrero foi expulsa. Nos acréscimos a goleira Christiane Endler, que fez sua 70ª apresentação com a camisa da Roja, fez duas defesas que garantiram a vitória. Além disso, a equipe da América Central chegou a empatar, porém miseravelmente o tento foi anulado.


Ataque chileno pela direita no começo da partida


Aqui uma investida da boa equipe costarriquenha


Bola levantada na área centro-americana em lance já no tempo final


Perigo em chance sul-americana em cobrança de escanteio


Visão do Pacaembu ainda com presença tímida na preliminar

Apesar da pressão, o placar final ficou em Chile 1-0 Costa Rica e colocou a seleção da América do Sul pela segunda decisão na história - em 2013 foram derrotadas pelo Brasil em Brasília por 5x0. A Costa Rica, mesmo com um futebol melhor, lutará pelo terceiro lugar. Cotejo absolutamente agradável que serviu como belo aperitivo para o prato principal.

Com o estádio já com um público bem maior, tinha chegado a hora de acompanhar o duelo principal, a grande estreia da sueca Pia Sundhage no comando da seleção brasileira feminina.

Até lá!

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Ficha Técnica: Chile 1-0 Costa Rica

Competição: Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino; Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitra: Thayslane de Melo Costa (Bra); Público: 11.962 pagantes; Renda: R$ 132.402,00; Cartões amarelos: Carla Guerrero, Yessenia Huenteo (Chi); Mariana Benavídez (Cos); Cartão vermelho: Carla Guerrero 44 do 2º; Gol: Yanara Aedo 47 do 1º.
Chile: Christiane Endler; Su Helen Galaz, Carla Guerrero, Camila Sáez e Francisca Lara; María Francisca Mardones (Yastin Jiménez), Yessenia López (Javiera Roa), Yanara Aedo e Daniela Zamora (Yessenia Huenteo) (Rocío Soto); Yazmín Torrealba (Daniela Pardo) e Rosario Balmaceda. Técnico: José Letelier.
Costa Rica: Noelia Bermúdez; Gabriela Guillén, Carol Sánchez, Fabiola Sánchez e Lixy Rodríguez; Melissa Herrera (María Paula Porras), Raquel Rodríguez, Mariana Benavídez e Priscilla Chinchilla; Shirley Cruz e María Paula Salas (Sofía Varela). Técnica: Amelia Valverde.
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