Texto e fotos: Fernando Martinez
Menos de 24 horas depois da triste eliminação da Portuguesa na Série D, retornei ao Estádio Oswaldo Teixeira Duarte para acompanhar Red Bull Bragantino x Cruzeiro, jogo de ida das quartas de final do Campeonato Brasileiro Feminino. Bem diferente dos mais de nove mil presentes no sábado à tarde, a peleja das mulheres contou com pouco mais de 200 pessoas, boa parte cruzeirenses. Vale lembrar que não havia nenhum influencer, já que eles só aparecem no filé mignon.
O certame retornou após uma longa parada por causa da Copa América, mais um daqueles eternos absurdos do calendário feminino no país e na América do Sul, um Frankenstein montado de forma primária por Conmebol, CBF e federações, cada um pensando apenas nos próprios interesses. Já passou da hora de todos sentarem para elaborar um organograma mais decente.
O Cruzeiro terminou a primeira fase na liderança da competição com 36 pontos, dois acima do Corinthians, sofrendo apenas uma derrota. Já o antigo Massa Bruta ficou em oitavo, com 20 pontos e campanha mediana. No duelo entre os dois na fase inicial, as mineiras venceram por 2 a 1 em 26 de abril. Não tinha como não achar que o time celeste era totalmente favorito.
Red Bull Bragantino Futebol Ltda. (feminino) - Bragança Paulista/SP

Cruzeiro SAF (feminino) - Belo Horizonte/MG

A árbitra pernambucana Deborah Cecília Correia, a assistente catarinense Gizeli Casaril e a assistente baiana Daniella Coutinho Pinto, além da quarta e quinta árbitras paulistas Adeli Mara Monteiro e Izabele de Oliveira junto com as capitãs
Fazia muito frio na manhã de domingo, e a temperatura se refletiu na atuação das atletas. A partida foi muito, muito ruim, com raríssimos momentos de perigo, se transformando em um daqueles jogos difíceis de descrever. O RBB foi melhor do que as visitantes e teve duas chances claras: a primeira aos 22, em finalização de Paulina que saiu pela direita; e aos 36, em chute à queima-roupa, novamente de Paulina, defendido pela arqueira cruzeirense.
Durante os primeiros 45 minutos fez frio, garoou, abriu o sol, esquentou, voltou a garoar, esfriou e depois esquentou de novo com a presença do astro-rei. Apesar da esquizofrenia do tempo, permaneci no mesmo lugar na segunda etapa. Se o primeiro tempo já não tinha sido grande coisa, o segundo foi pior. Para se ter uma ideia, a primeira chance razoável surgiu apenas aos 46 (!), em finalização de Gisseli que passou perto da trave local. E só.
Detalhes de Red Bull Bragantino x Cruzeiro, um jogo que foi muito abaixo do esperado no Canindé
O óbvio 0 a 0 se desenhou desde os primeiros movimentos e se confirmou após o apito final. Fazia tempo que não via um jogo de futebol feminino tão abaixo da crítica. Como o Canindé provavelmente deixará de existir em um futuro não tão distante, valeu por ver outro jogo lá, o meu 453º em todos os tempos.
Assim, a semana de coberturas do Jogos Perdidos chegou ao fim. Foram apenas dois gols em três jogos... um horror completo. Vamos ver se as próximas partidas ajudam a recuperar um pouco a média de gols do ano.
Até a próxima!
Ficha Técnica: Red Bull Bragantino 0-0 Cruzeiro
Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitra: Deborah Cecilia Correia/PE; Público: 236 presentes; Renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Marília, Sochor e Vanessinha.
Red Bull Bragantino: Thalya; Tamires, Débora, Géssica (Stella) e Carol Tavares; Ana Carla, Brenda Pinheiro (Laura Valverde), Catalina (Lelê) e Thayslane (Gaby Santos); Dos Santos (Jane Tavares) e Paulina. Técnico: Humberto Simão.
Cruzeiro: Camila; Isabela, Vitória Calhau, Paloma Maciel e Bedoya; Lady Andrade (Letícia), Gisseli, Gaby Soares (Pri Back) e Miriã (Vanessinha); Marília (Gaby) e Byanca Brasil (Sochor). Técnico: Jonas Urias.
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