terça-feira, 2 de maio de 2023

Massacre corintiano em cima do Cruzeiro na Fazendinha

Texto e fotos: Fernando Martinez


O mês de abril terminou no domingo com a minha estreia no Estádio Alfredo Schurig em jogo do Campeonato Brasileiro Feminino na atual temporada. Pela nona rodada da fase inicial, o Corinthians recebeu o Cruzeiro buscando a reabilitação depois de perder pela primeira vez no torneio na rodada anterior.

As meninas alvinegras foram superadas pelo Internacional pelo placar de 2 a 0 na esteira de toda a confusão causada pela contratação do técnico Cuca no masculino. Nada melhor do que atuar dentro de casa jogando para a sua torcida, a torcida que realmente se importa e dá valor à categoria, querendo voltar a conquistar um resultado positivo. Vale dizer que as corintianas estavam em terceiro antes do duelo com 19 pontos, enquanto o Cruzeiro era o sexto, com 14.


SC Corinthians P (feminino) - São Paulo/SP


Cruzeiro EC (feminino) - Belo Horizonte/MG


As capitãs e o quarteto paulista para Corinthians x Cruzeiro: a árbitra Marianna Nanni Batalha, as assistentes Izabele de Oliveira e Veridiana Contiliani Bisco e o quarto árbitro Michel de Camargo

O público foi ótimo e quem esteve na Fazendinha acabou assistindo uma atuação de gala do Corinthians, especialmente no tempo inicial. O Cruzeiro, que tinha levado apenas 10 gols em oito compromissos, levou seis em menos de 40 minutos. Poucas vezes vi uma performance tão avassaladora em um confronto de times grandes, tanto no feminino quanto no masculino.

Antes do primeiro minuto Yasmin abriu a contagem aproveitando toque de Jaque no meio da área. Gabi Zanotti, voltando à equipe após seis meses de ausência, anotou o segundo aos 11 minutos, de cabeça. Ela mesma ampliou aos 13 aproveitando rebote da goleira cruzeirense. Aos 17, sem dar chance às visitantes, Gabi Portilho driblou uma defensora e rolou para Jhennifer fazer 4 a 0.

Taty Amaro salvou o quinto aos 20 minutos em finalização de Jhennifer. Aos 25 o Cruzeiro teve o seu melhor momento aos 25 em cabeçada de Vanessinha e grande defesa de Tainá. Aos 29, voltando a dominar a peleja, Gabi Zanotti chegou ao seu hat-trick. Ela também fez o sexto aos 39, o quarto na manhã. Digamos que um 6 a 0 a favor das alvinegras no intervalo era algo que ninguém esperava.



O belo colorido dos uniformes de Corinthians e Cruzeiro no Parque São Jorge


Gabi Zanotti comemorando seu primeiro gol na manhã



A zaga cruzeirense sofreu durante a etapa inicial


Gabi Portilho em lance pela direita




Lances de gols corintianos no massacre dos 45 minutos iniciais

No segundo tempo a partida caiu de produção. Por motivos óbvios o Corinthians se poupou e não teve o mesmo ímpeto. Ainda assim as paulistas podiam ter feito pelo menos três gols caso as oportunidades criadas tivessem sido convertidas. O Cruzeiro, que chegou forte aos sete minutos em chute que teve defesa brilhante de Tainá, diminuiu aos 21 com o bonito gol de Vanessinha tirando da arqueira e tocando com tranquilidade.

Antes do apito final o onze alvinegro ampliou o massacre. Em bola recuperada no meio-campo, Duda Sampaio recebeu de Millene pela direita e encheu o pé, marcando o primeiro dela no confronto e o sétimo do Corinthians no jogo, dando números finais ao grande triunfo paulista.




O Corinthians, como esperado, diminuiu o ritmo no segundo tempo



O belo chute de Duda Sampaio no sétimo gol paulista e a comemoração da atleta


O 7 a 1 foi a segunda maior vitória do Corinthians no Brasileiro Feminino em 2023

O Corinthians 7-1 Cruzeiro foi uma reabilitação em grande estilo. O triunfo não recolocou a equipe treinada por Arthur Elias, agora com 22 pontos, na liderança, porém pelo menos serviu para mantê-la na cola de Ferroviária e Flamengo, que venceram respectivamente Grêmio e Real Brasília, e seguem na ponta com 24. Faltam seis rodadas para a definição de quem estará nas quartas de final.

Falando em futebol feminino, no meio de semana vai começar a edição 2023 do Campeonato Paulista e eu pretendo acompanhar a estreia do atual campeão. Certamente será um jogo com pouco público por conta do (péssimo) horário. Vamos ver se acerto a previsão.

Até lá!

Ficha Técnica: Corinthians 7-1 Cruzeiro

Local: Estádio Alfredo Schürig (São Paulo); Árbitra: Marianna Nanni Batalha/SP; Público: 5.438 pagantes; Renda: R$ 95.778,00; Cartões amarelos: Kati, Janaína; Gols: Yasmin 1, Gabi Zanotti 11, 13, Jhennifer 17, Gabi Zanotti 29 e 39 do 1º, Vanessinha 21 e Duda Sampaio 37 do 2º.
Corinthians: Tainá (Paty); Yasmim, Diany, Kati (Isabela) e Tamires; Ju Ferreira, Duda Sampaio e Gabi Zanotti (Vic Albuquerque); Gabi Portilho (Millene), Jaqueline e Jheniffer (Miriã). Técnico: Arthur Elias.
Cruzeiro: Taty Amaro; Isa Fernandes, Camila Ambrózio (Janaína), Vitória Calhau (Rita Bove) e Ana Clara; Rafa Andrade, Mari Pires e Marília (Carol Soares); Vanessinha, Carol Baiana (Fernanda Tipa) e Byanca Brasil (Maii Maii). Técnico: Felipe Freitas.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Paulista de Jundiaí e Ska Brasil ficam no empate no Canindé

Texto e fotos: Fernando Martinez


Quando várias competições começam a ser disputadas, passo a sofrer para decidir o que assistir. Desde fevereiro eu tinha um Plano A reservado para o último sábado, mas de última hora fui obrigado a mudar. Não tinha como perder o duelo entre Paulista de Jundiaí e Ska Brasil pelo Campeonato Paulista sub-23 da Segunda Divisão disputado no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte. Jogo assim em campo neutro é covardia.

A partida não foi disputada no Jayme Cintra pois o gramado da casa jundiaiense está passando por uma grande reforma. Com a mudança para o Canindé, deixei de acompanhar um Nacional x Jabaquara absurdamente genial. Paciência, não tem como ver tudo com tanto torneio rolando. O esquema é escolher e seguir firme e forte, sem pensar no que perdeu.


Paulista FC - Jundiaí/SP


O delegado da FPF, totalmente mal educado, me impediu de tirar a foto posada do Ska Brasil. O problema nem é não ajudar, e sim que alguns fazem questão de atrapalhar. De qualquer forma, aqui o time perfilado para o Hino Nacional


Os capitães do Paulista e do Ska Brasil junto com o árbitro Pablo Rodrigo de Oliveira, os assistentes Leonardo Tadeu Pedro e Juliana Vicentin Esteves e o quarto árbitro Willians Costa Rocha

Esse foi o primeiro jogo de um campeonato abaixo da A3 na casa rubro-verde em mais de 20 anos. Até sábado, o último tinha sido o duelo de ida da decisão da Série B3 de 2002 entre Portuguesa B e Jabaquara. O rubro-amarelo fez 4 a 0 e então colocou a mão na taça, confirmada na semana seguinte apesar da derrota de 3 a 2 na Vila Belmiro.

Quem foi no Canindé viu o Ska Brasil jogar melhor do que os "locais". O Galo da Japi buscou pressionar, porém na primeira chance perigosa a favor do clube tricolor, quem marcou foi o onze visitante. O Paulista teve um escanteio pela direita e a conclusão foi interceptada em cima da linha por um defensor. Ele mesmo saiu jogando e lançou Victor Hugo em profundidade. A zaga furou e não conseguiu interceptar o passe. O camisa 8 seguiu livre e tocou na saída do goleiro Felipe Viotti.





Não é sempre que temos a chance de ver um jogo em campo neutro na Segundona, ainda mais no Canindé


A comemoração do gol parnaibano com a nada simpática recepção da torcida de Jundiaí

Vale registrar que enquanto a bola rolava no gramado lusitano, um evento monstro no clube estava em pleno vapor. O som estava tão forte e tão alto, que o chão tremia por conta do grave das caixas de som. Sem brincadeira, foi insano o negócio. Difícil jogar futebol com um negócio desse do lado do estádio.

Na etapa final, ainda com o som fritando do lado de fora, o Paulista retornou ao gramado mais ligado e, empurrado pela torcida presente no Canindé, deixou tudo igual aos 10 minutos. Depois de escanteio pela esquerda, Arthur Moura anotou de cabeça. Com o 1 a 1, a partida por um tempo seguiu equilibrada, só que aos poucos os visitantes passaram a retomar o domínio. A equipe da Grande São Paulo chegou a fazer o segundo gol com Rafael Lucas em lance que foi anulado por impedimento. Os parnaibanos seguiram tentando, porém o marcador não foi alterado novamente.





Imagens do segundo tempo na casa rubro-verde


Placar final do jogo no Canindé

No fim, ficou tudo em Paulista 1-1 Ska Brasil. Peleja nota 5.5, mas com uma estrelinha para cada time pela vontade apresentada. O resultado que acabou sendo justo pelo que fizeram e ambos seguem sem perder na Segundona. Não me arrependi em nada e esse será um daqueles duelos que vamos comentar daqui a bastante tempo. Acompanhar um confronto perdidão assim em campo neutro é bem raro.

Retornei ao QG da Zona Oeste sem pressa, sem correria e já pensando na rodada de domingo. Teve jogo legal do Brasileiro Feminino na pauta com uma goleada absolutamente inesperada. Cortesia da melhor equipe da categoria no país.

Até lá!

Ficha Técnica: Paulista 1-1 Ska Brasil

Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Pablo Rodrigo Soares de Oliveira; Público: 396 pagantes; Renda: R$ 5.870,00; Cartões amarelos: Morungaba, Gustavo, Vitinho, Guilherme Vieira, Lucas Gomes, Matheus Coruja; Gols: Vítor Zaga 24 do 1º, Arthur Moura 10 do 2º.
Paulista: Felipe Viotti; Arthur Pierino, Koiote, Ítalo e Pepe; Morungaba, Paulinho, Vitinho e Kennedy (Ferreira); Arthur Moura (Sales) (Michel Yan) e Arian (Filipinho). Técnico: Roberval Davino.
Ska Brasil: Lucas Gomes; Júlio César, João Bernardo (Weslley), Caio Henrique e Matheus Coruja; Derick, Rafael Lucas, Vítor Zaga e Flávio Henrique (Felipe Carvalho); Marcos Uberaba (Matheus Henrique) e Guilherme Vieira (Diogo) (Jonathan Araújo). Técnico: Nogueira Júnior.

União faz gol relâmpago, mas é goleado pelo Pinda FC no Juvenil

Texto e fotos: Fernando Martinez


Se a preliminar no Estádio Francisco Ribeiro Nogueira pelo sub-15 teve um certo equilíbrio entre União Mogi e Pinda FC, o duelo válido pela quarta rodada da primeira fase do Campeonato Paulista sub-17 foi bastante diferente. Diferente também foram os uniformes usados pelas duas equipes. Na minha opinião, seria bem legal se isso fosse obrigatório nas rodadas duplas do 15/17.

O Pinda FC tinha vencido todos os seus jogos no torneio e era líder isolado do Grupo 9. O União Mogi, mesmo atuando dentro de casa, não era favorito. Eu fiz as fotos oficiais na boa e decidi acompanhar, por motivos óbvios, o ataque do escrete visitante. Nem bem a partida começou e pintou um lance absolutamente sensacional.


União Mogi das Cruzes FC (sub-17) - Mogi das Cruzes/SP


Pinda FCL (sub-17) - Pindamonhangaba/SP


Capitães do União e do Pinda FC com o quarteto de arbitragem

O onze do Vale deu a saída e a bola foi recuada a um dos zagueiros. O defensor falhou feio e a posse ficou com Victor, camisa 11 do alvirrubro, que chutou forte e abriu o placar. Revi a jogada completa depois e o tento foi anotado simplesmente entre sete e oito segundos (!), um absurdo. Certamente o gol mais rápido que vi na vida contando meus 3.600 jogos em estádios.

Difícil fazer qualquer tipo de afirmação com 100% de certeza a respeito de competições de base em São Paulo. Boa parte das informações sumiu e quase nada tem registro de imagem. Agora, por tudo que envolve o esporte, podemos levar a crer que o gol de Victor deve estar entre os cinco mais rápidos, se não o mais, em todos os tempos no estado. Pena que ninguém vá saber disso, nem mesmo a FPF, a organizadora. O gol merecia ser visto por todos.

Voltando à realidade, o Pinda FC nem sentiu o golpe. Para desespero de quem foi ao estádio torcer pelo União, o clube do Vale do Paraíba rapidamente dominou a peleja. Aos nove o camisa 9 Fernando Luz empatou, aos 23 ele virou e aos 36 ele ampliou a vantagem visitante. Com esse nome, é meio caminho andado. Ele ainda chegou perto de anotar outro antes no intervalo.




Uniformes diferentes do Infantil no União x Pinda FC do Juvenil





A sequência matadora de Fernando Luz. Na primeira foto, o gol de empate. Na segunda, a comemoração pela virada, Na terceira, o camisa 9 fez 3 a 1 tocando na saída do goleiro e veio comemorar para as lentes do JP

Na etapa final o Pinda segurou a onda e administrou a vantagem obtida nos 40 minutos iniciais. A partida caiu de produção e pouco se viu no gramado judiado do Nogueirão. O União ainda tentou assustar em algumas raras investidas e não teve capacidade suficiente de diminuir a vantagem adversária. Aos 35, Kauê deu números finais ao confronto com o quarto tento alviverde.




No tempo final a partida caiu de produção e o Pinda FC consolidou a vitória, a quarta em quatro jogos

O União Mogi 1-4 Pinda FC foi justíssimo pelo que se viu em Mogi das Cruzes, mas fica também para a história por conta do gol aos sete segundos. Não é toda hora que a gente presencia algo desse tamanho acontecendo. O onze pindense segue com 100% de aproveitamento com suas quatro vitórias, enquanto o escrete da Grande São Paulo acho que dificilmente vai se classificar.

Saí rapidinho do Nogueirão pois a sessão da tarde era longe e eu tinha um caminho longo a percorrer pelos trilhos da CPTM e do Metrô. Das várias opções possíveis acabei escolhendo um duelo bem legal em campo neutro pela Segundona.

Até lá!

Ficha Técnica: União Mogi 1-4 Pinda FC

Local: Estádio Francisco Ribeiro Nogueira (Mogi das Cruzes); Árbitro: Marcio André Moreira; Público e Renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Victor, Daniel; Gols: Victor 7'', Fernando Luz 9, 23 e 36 do 1º, Kauê 35 do 2º.
União Mogi: Felipe Jesus; Silas (Cauã), Mateus (Júlio César), Thiago (Daniel) e Guilherme (Walisson); Felipe Souza, Wagner, Matheus (Heberty) e Jair (Rauhan); Miguel e Victor. Técnico: Cosme Brito.
Pinda FC: Ryan; Raphael Baldim (Kauê), Daniel, Gustavo Henrique e Maycon (Guilherme Neves); Jonathan Lira (Thiago Tardin), Lucas Prince (Cauã Santos), Biel (Kauan) e Gustavo Nunes; Fernando Luz (Gustavo Allan) e Luiz Fernando (Kanehara). Técnico: Fábio Castilho.