segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Carnaval Futebolístico do JP (1/5): Tudo em branco entre Rio Claro e Votuporanguense

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fevereiro estava sendo um mês fraco, com coberturas esparsas e nada tão especial. Nada melhor do que espantar a pasmaceira com uma pequena turnê pelo interior. No cronograma, cidades que não visitava há muitos anos e também canchas inéditas para o que vos escreve. Isso sem contar estádios históricos espalhados por alguns cantos do estado. Foi o Carnaval Futebolístico do JP.

A folia começou na tarde de quinta-feira com meu retorno ao Estádio Augusto Schmidt Filho após doze anos para o duelo entre Rio Claro e CA Votuporanguense, abrindo a oitava rodada da fase inicial do Campeonato Paulista A2. Estávamos sem cobrir o time profissional do Galo Azul em casa desde o longínquo 2005. Em tempos que o JP engatinhava na grande rede, o desaparecido Orlando esteve lá em março daquele ano num confronto contra o Barretos.


Fachada do Augusto Schmidt Filho, casa do Rio Claro FC

Da minha parte o lance é bem surreal também. Eu tinha visitado o belo campo inaugurado em janeiro de 1973 apenas uma vez... numa apresentação do maior rival (!). Foi num sábado à noite de junho de 2008 quando o Velo Clube recebeu o falecido Paulínia FC pela Segundona. Naquele ano, o rubro-verde mandou todas as suas partidas na casa do seu grande antagonista. Depois disso, só mais um jogo do blog no Schmitão: a vitória do Atlético/PR em cima do São Paulo na semifinal da Copa São Paulo de 2009.

Meus companheiros na caravana foram os amigos Caio Buchala, o motorista da rodada, e o Mário, adepto maior do Decano de Montevidéu no Brasil. Saímos da capital pouco antes do almoço e chegamos no local em cima da pinta. Depois de uma leve apreensão no portão principal, ainda fechado, fui ao gramado capturar as fotos de sempre. Vale registrar que lá também estava o grande Israel, fotógrafo das antigas e que já fez foto de Deus e o mundo.


Rio Claro Futebol Clube - Rio Claro/SP


Clube Atlético Votuporanguense - Votuporanga/SP


Quarteto de arbitragem com o árbitro Alessandro Darcie, os assistentes Fabrini Bevilaqua Costa e Alex Alexandrino e o quarto árbitro Rodrigo Santos posando junto com os capitães dos times

Apesar de marcado para um dia útil à tarde, a peleja recebeu um público de 278 pagantes, um número até razoável. Pena que a rapaziada tenha visto tão pouco futebol. Tudo bem, não tinha como esperar muito do lanterna Votuporanguense, que somava apenas dois pontos, nenhuma vitória e uma campanha que decepciona a todos. O grande problema foi o fraquíssimo futebol apresentado pelos donos da casa, então na sexta colocação com dez pontos. Os atletas alviazuis se apresentaram sem nenhuma inspiração.

Nos primeiros 45 minutos o time local teve apenas um bom momento com o camisa 11 Matheus Lu, ex-Nacional, mas a pelota saiu pela linha de fundo. No restante do tempo o que se viu um festival de passes errados, toques sem sentido e concentração total no meio-campo. Com o triunfo diante do São Caetano na rodada anterior eu sinceramente imaginava que o cenário seria outro. O Rio Claro foi uma decepção.


Firme marcação de atleta do CAV em ofensiva local


Investida do Rio Claro pela direita


Há um parque de diversões colado no muro do estádio, com isso o pessoal aproveita como pode para ver a peleja sem pagar ingresso


Bola levantada na área do Votuporanguense no fim do tempo inicial

Na etapa final fiquei na genial parte coberta junto com os amigos e também com a revoltada torcida do Azulão. A partida recomeçou com o Rio Claro conseguindo a proeza de errar mais passes do que antes, um horror. Foram cerca de 25 minutos assombrosos sem que nada acontecesse. Próximo de 30, na base do milagre divino, vimos o primeira real momento de perigo com o belo voleio de Lucas Crispim e a ótima defesa de Edson Kolln.

Na sequência foi a vez de Adílson finalizar e o arqueiro do CAV fazer milagre. No rebote, o camisa 16 teve uma segunda chance e não marcou. O escrete visitante tentou algumas investidas só que todas foram neutralizadas pela zaga rioclarense. Nesse cenário, o início do Carnaval Futebolístico do JP miseravelmente começou sem gols.


Ataque do CAV emplacando aquele ataque maroto pela esquerda


Foram poucos os momentos em que o onze visitante chegou dentro da área local no segundo tempo


Disputa de bola pelo alto


Nos últimos minutos o Rio Claro chegou perto de abrir o marcador, mas não teve sorte

O Rio Claro 0-0 CA Votuporanguense fez o Azulão cair para o sétimo lugar, agora com onze pontos, nos critérios de desempate. O CAV permanece na última posição sem vencer em oito rodadas e doidinho para retornar à Série A3, campeonato que não disputa desde 2015. Além deles, São Bento e Red Bull também estão tendo uma performance digna de rebaixamento.


Placar final da peleja no Schimitão, o único 0x0 do Carnaval Futebolístico do JP


O belo mural com imagens que contam um pouco da história do Rio Claro FC

Após o apito final fiquei por ali admirando o belo painel com imagens antigas do Rio Claro FC que fica próximo do portão principal. Antes de pegar a estrada novamente fizemos um pit stop para abastecer o possante e também comprar uma tubaína, algo que sempre busco fazer quando ando pelo interior.

O destino agora era a cidade de Bebedouro, cidade que nunca tinha visitado e que serviu de dormitório na primeira noite. Na sexta-feira não tinha jogo ali (a Inter só volta à atividade em abril pela Segundona), porém a ideia era visitar os estádios antes da rodada dupla começar. Esse é papo para o próximo post.

Até lá!

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Ficha Técnica: Rio Claro 0-0 Votuporanguense

Local: Estádio Augusto Schimidt Filho (Rio Claro); Árbitro: Alessandro Darcie; Público: 275 pagantes; Renda: R$ 2,400,00; Cartões amarelos: Acleisson, Pedro Bortoluzo.
Rio Claro: Dheimison; Douglas, Alyson, Guilherme e Eduardo; Acleisson, Roger, Everton (Matheus Santos) e Lucas Crispim; Rodrigo (Luiz Thiago) e Matheus Lu (Adilson). Técnico: Adilson Teodoro.
Votuporanguense: Edson Kolln; Danilo Belão, Mateus Buiate, Lucão e Cesinha (Genilson); Vitor Braga, João Marcos, Ricardinho e Everton (Reinaldo Dutra); Pedro Bortoluzo e Misael (Kaique). Técnico: Junior Rocha.
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