quinta-feira, 30 de maio de 2019

Palmeiras goleia a Ponte e segue como o melhor do Brasileiro sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez


Seguindo com aquele cronograma maroto de pelejas apenas no meio de semana, na quarta-feira a pedida foi seguir até o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte. Na pauta, novo compromisso do Palmeiras no Campeonato Brasileiro sub-17. O líder invicto do Grupo A recebeu a Ponte Preta, uma das últimas colocadas, pensando em ampliar a série invicta. Não há dúvidas que o verde é o maior favorito ao título.

Nas seis rodadas realizadas, o time da Zona Oeste venceu cinco vezes (entre elas um 3x1 em cima do Santos com cobertura do JP) e empatou apenas uma. A equipe vai voando na disputa da chave e está virtualmente classificada para as quartas de final. Já a Macaca faz uma campanha bem abaixo da crítica com apenas uma vitória e cinco derrotas. Nada indicava que eles iriam surpreender, ainda mais jogando fora de casa.


Sociedade Esportiva Palmeiras (sub-17) - São Paulo/SP


Associação Atlética Ponte Preta (sub-17) - Campinas/SP


Capitães dos times e quarteto de arbitragem

Novamente em companhia de Milton Haddad, o amigo que está pensando em se filiar ao PSOL para as eleições 2020, fui ao judiado Canindé. Acompanhei o ataque local durante os 90 minutos e a superioridade alviverde foi incontestável. Na primeira etapa a Ponte Preta não foi capaz de passar do meio-campo e viu o adversário dominar as ações ofensivas durante todo o tempo. O setor ofensivo do escrete interiorano sofreu bastante com o rápido ataque verde.

Nesse cenário, não demorou para o marcador ser inaugurado. Aos 13 minutos Garcia invadiu a área pela direita, cruzou e Gabriel Silva completou livre de marcação na pequena área, aproveitando falha do arqueiro Dã. O domínio era absurdo, mas o segundo tento saiu apenas aos 38. Veron roubou a bola, tocou para Daniel Melo e o camisa 11 fez o dele. Nos minutos restantes a vantagem não foi ampliada por pouco em duas finalizações que bateram na trave.


Durante a maior parte do tempo, somente o Palmeiras atacou no Canindé


Jogada local dentro da área campineira


Detalhe do primeiro gol do Palmeiras, marcado por Gabriel Silva


Ofensiva alviverde pela esquerda ainda no primeiro tempo

No intervalo subi até as cabines pegar as escalações e no caminho vi o estado deplorável do que um dia foi o parque aquático rubro-verde. De volta ao gramado, a Ponte Preta teve a maior chance de tentar melhor sorte no jogo quando o árbitro marcou um pênalti a favor dos campineiros no primeiro lance de perigo dos últimos 45 minutos. Só que a cobrança parou nas mãos de Bruno Carcaioli e, mesmo com o segundo tempo todo pela frente, a Macaca se entregou de vez. A partir daí vimos um daqueles famosos "ataques contra defesa",

O terceiro gol saiu aos doze minutos depois que Daniel Alves recebeu bom passe na direita e cruzou rasteiro. Gabriel Silva recebeu no meio da área, tirou do zagueiro e tocou tranquilo. Aos 21, Bruno Menezes quase marca num lance em que Dã fez defesa milagrosa. Aos 31 o camisa 10 se redimiu e, aproveitando cruzamento da esquerda, chutou firme e fez o quarto. O arqueiro ponte-pretano tocou na pelota sem muita força e viu ela morrer no fundo das redes.

O quinto tento saiu aos 33 num rápido ataque pela direita. Márcio avançou, entrou na área e chutou cruzado, sem chances para o guarda-metas. Nos acréscimos Bruno Menezes teve grande momento e o camisa 1 dessa vez mostrou serviço. No rebote, Veron teve o gol aberto à sua disposição e conseguiu a proeza de mandar pela linha de fundo. Foi o último lance de perigo da tarde.


Aos doze do segundo tempo, Gabriel Silva fez o terceiro tento local


Cruzamento que originou o quarto gol palmeirense


O goleiro Dã olhando a bola entrar pela quinta vez na sua meta. O tento foi de Marcinho


Os locais tiveram várias chances para ampliarem ainda mais a vitória

O placar final de Palmeiras 5-0 Ponte Preta colocou de vez o alviverde nas quartas do Brasileiro sub-17. Há bons nomes no Grupo B, porém é inegável que o atual campeão paulista da categoria é talvez o nome a ser batido no torneio. Já a Macaca vai cumprir tabela nas duas partidas restantes tentando melhorar um pouquinho a campanha que até aqui foi desastrosa.

Seguiremos com as coberturas do JP em dias úteis na próxima sexta-feira, novamente com o dever cívico de acompanhar todos os jogos do Barcelona Capela como mandante na Segundona Paulista. Nem sei como, mas o 100% desde 2015 está se mantendo na raça.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 5-0 Ponte Preta

Competição: Campeonato Brasileiro sub-17; Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitra: Fernanda Ignacio de Souza; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Renan, Gabriel Silva (Pal), Edson, João Pedro, Lucas Peres, Ryan (Pon); Gols: Gabriel Silva 13 e Daniel Melo 38 do 1º, Gabriel Silva 12, Bruno Menezes 24 e Márcio 33 do 2º.
Palmeiras: Bruno Carcioli; Garcia, Henri (Jonathan), Vanderlan e Fabinho; Renan (Daniel Alves), Veron e Ramon (Márcio); Daniel Melo (Bruno Menezes), Ruan Ribeiro (Robson) e Gabriel Silva (Vitinho). Técnico: Artur Itiro.
Ponte Preta: Dã; João Pedro (Thiago), Edson, Lucas Peres e Ryan; Borim (Baltazar), Amaral, Maurício (Washington) e Diogo (Nicão); Robinho (Eliel) e Pedrinho (Felipe). Técnico: Cláudio Ribeiro.
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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Massacre palmeirense contra o Porto Velho na A2 Feminina

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fazia tempo que eu não ia ao interior ver um jogo de futebol e eu tinha esquecido como isso é legal. Na quarta-feira emplaquei uma mini-caravana da coragem até a cidade de Vinhedo para acompanhar de perto as oitavas de final do Campeonato Brasileiro Feminino da Série A2. No simpático Estádio Nelo Bracalente, nunca antes mostrado aqui no Jogos Perdidos, Palmeiras e Porto Velho de Rondônia duelaram em busca de uma vaga nas quartas de final.

Tinha visitado a simpática cidade apenas uma vez, isso em meados dos anos 90, e desde então não tinha voltado. Ela fica a 75 quilômetros da capital e possui cerca de 70 mil habitantes. Possuem um IDH muito alto, o sexto do estado, e também um dos maiores do país. O Nelo Bracalente é o palco futebolístico mais famoso pois foi a casa do falecido Estrela quando este deixou Porto Feliz e se abrigou ali na virada do século. Desde a extinção da equipe, o local, que tinha acanhadas arquibancadas de madeira, sumiu do cenário.

Há cerca de dez anos a prefeitura construiu arquibancadas de concreto após grande reforma. Pelo Google soube que a capacidade é de 4.200 pessoas, mas creio que efetivamente seja menor, logo, não atende os critérios da FPF para a disputa de futebol profissional. Preciosismo demais, pois creio que a cancha possa tranquilamente abrigar jogos da Segundona. Em 2016 o Grêmio Barueri disputou alguns compromissos do sub-20 ali, assim como a Ponte Preta feminina no ano passado. Na atual temporada, passou a ser a casa das meninas do Palmeiras.


Fachada do Estádio Nelo Bracalente, em Vinhedo


Detalhe da arquibancada principal da bonita cancha interiorana

Já estava de olho no cronograma de partidas do alviverde esperando a chegada de uma peleja que realmente valesse a pena acompanhar. Quando a primeira fase da Série A2 nacional acabou e os confrontos foram definidos vi que era a hora de aproveitar a deixa. A ideia de ver o Porto Velho Esporte Clube, novíssimo time do Norte fundado há menos de um ano, na sua primeira visita ao estado de São Paulo pareceu uma ótima chance de colocar um novo estádio, o 198º, na Lista.

A ideia era ir de ônibus, porém de última hora pintou a chance de uma pequena e animada caravana com a presença do Renato Rocha e também do Caio Buchalla, o mago das Copas do Mundo, que foi apresentado a mim pelo próprio amigo-abelha. Pegamos a estrada cedo e fizemos um pit-stop de categoria numa loja de camisas em Campinas. Retomamos o caminho um pouco mais falidos, mas bastante felizes pelas aquisições.

Chegamos no destino final em cima da pinta e, apesar de tudo, não demorei a pisar no glorioso relvado. Deu tempo de sobra para captar as fotos oficiais das duas equipes, com destaque para o belo fardamento visitante. Falando do confronto, as palmeirenses venceram o duelo de ida por 4x0 e somente uma catástrofe as deixaria fora das quartas de final. Aliás, a campanha verde até então era belíssima: seis jogos, seis vitórias, 24 gols marcados, nenhum sofrido e a segunda melhor campanhas entre todos os participantes, atrás apenas do São Paulo.

O Porto Velho estava perto da eliminação pois nem o mais ferrenho torcedor imaginava que a equipe pudesse fazer 5x0 jogando fora de casa. Mesmo assim, o que fica é a marca da superação do elenco durante a primeira fase. A campanha começou com um 9x2 (!) sofrido contra o 3B/AM e revés em casa para o Pinheirense. A partir dali, não perderam mais. Venceram o São Raimundo/RR, o Atlético Acreano e decidiram a vaga contra o Operário/MT longe dos seus domínios. O triunfo heroico foi conquistado nos acréscimos e colocou a equipe entre as 16 melhores do certame. Só por isso elas já são vitoriosas.


Sociedade Esportiva Palmeiras (feminino) - São Paulo/SP


Porto Velho Esporte Clube (feminino) - Porto Velho/RO


Quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Thiago Luis Scarascati, as assistentes Amanda Pinto Matias e Veridiana Contiliani Bisco e a quarta árbitra Regildenia de Holanda Moura junto com as capitãs dos times

Imaginando que somente as locais atacariam, me postei junto ao ataque verde e quando o árbitro apitou pela primeira vez na tarde, não rolou absolutamente nenhuma surpresa. O domínio do Palmeiras foi amplo, avassalador e irresistível. As esforçadas rondonienses não conseguiram criar nenhuma chance importante. Nesse cenário, o primeiro gol saiu logo aos 10 minutos com Carla Nunes. A camisa 10 recebeu um belo passe da direita, matou no peito e tocou com estilo, encobrindo a goleira Milena.

O clube paulistano enfileirou vários momentos de perigo, porém o segundo tento saiu apenas aos 29 minutos. Camila tocou na área, Bianca matou e rolou para a chegada de Marissa. A camisa 8 chutou forte no canto direito e começou a se tornar a artilheira da tarde. Aos 33, ela desperdiçou rebote da arqueira com a meta vazia. Aos 38, Carla Nunes acertou um chute na trave e aos 49 ela deu uma assistência primorosa para Thais fazer o terceiro gol. No intervalo, triunfo parcial por 3x0.


Ataque palmeirense pela esquerda no começo da partida


Visão da arquibancada oposta do Nelo Bracalente


Atletas apostando aquela corrida atrás da bola na direita


Detalhe do terceiro gol, marcado por Thaís, camisa 3


Chute de longe que passou perto do gol defendido pela arqueira Milena

Na segunda etapa ficou claro que as atletas do Porto Velho sentiram o cansaço e aí o domínio palmeirense foi ainda maior. Aos dez minutos, após cobrança de escanteio curto pela esquerda, Marissa levantou no segundo pau e encontrou Carla Nunes. A jogadora matou no peito com classe e encheu o pé, fazendo o quarto tento (foi uma das primeiras vezes que vi uma cobrança curta de escanteio dar resultado). Aos 19, Juliana recebeu um belo passe na esquerda, dominou com estilo e colocou no ângulo esquerdo de Milena. Um golaço.

Sem deixar as defensoras recuperarem o fôlego, as palmeirenses chegaram ao sexto aos 22 minutos com Maressa. A atleta recebeu bola enfiada em profundidade, ganhou da marcadora e finalizou no canto direito. Aos 26, foi a vez de Luana deixar o dela em novo lançamento longo. A camisa 11 matou na marca do pênalti e mesmo com duas zagueiras no cangote, chutou na saída da camisa 1. Não perca a conta: nesse momento o placar marcava 7x0. Aos 37 Maressa fez o terceiro da tarde completando de cabeça uma bola alçada da direita. Ela mesma fechou a contagem aos 41 minutos num lance que pareceu replay do gol anterior.


Quarto gol local marcado pela camisa 10 Carla em chute cruzado


Boa marcação de Paulinha, camisa 19 do Porto Velho, em cima de Juliana


Aqui o sexto gol, marcado pela camisa 8 Maressa


O oitavo gol foi marcado de novo por Maressa sem nenhuma marcação


Fechando o massacre, Maressa fez o nono gol, seu terceiro na tarde, e colocou o Palmeiras nas quartas da A2 feminina

No fim, o marcador terminou num inapelável Palmeiras 9-0 Porto Velho. Uma vitória com "V" maiúsculo que mostra a força das meninas alviverdes na competição. Na próxima fase, que acontece só depois da Copa do Mundo, elas pegam a Chapecoense na disputa direta pelo acesso à Série A1 em 2020. Não precisa ser um especialista para saber que elas são favoritas a isso. Mostra que o trabalho feito em Vinhedo vem dando resultado.

Pelos lados do escrete de Rondônia fica o gosto ruim da goleada sofrida mas também a certeza de que fizeram bonito e honraram o nome do estado na competição. Não é nada fácil fazer futebol feminino nesse país, logo dirigentes, comissão técnica e atletas merecem muitos aplausos. O destaque após o apito final foi o papo que eu e o Renato tivemos com a veterana Nenê. Ela fez parte da seleção brasileira nas Olimpíadas de 1996 e 2000 e abandonou a carreira em 2001. Ano passado resolveu voltar à ativa para auxiliar o Porto Velho com sua experiência. Deixo um abraço especial a ela pela simpatia e pela conversa.


A simpática Nenê, atleta do Porto Velho e veterana da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000

Ainda ficamos um bom tempo no gramado do Nelo Bracalente antes de pegarmos a estrada de volta à capital bandeirante. Jornadas assim que dão um tempero especial na nossa lista. Falando nisso, no final de semana não deve pintar nenhuma cobertura. Na pauta livre do JP temos um compromisso do Brasileiro sub-17 na outra quarta-feira.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 9-0 Porto Velho/RO

Competição: Campeonato Brasileiro Série A2; Local: Estádio Nelo Bracalente (Vinhedo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Adriéli, Rosinha (Por); Gols: Carla Nunes 10, Maressa 29 e Thais 49 do 1º, Carla Nunes 12, Juliana 18, Maressa 22, Luana 26, Maressa 37 e 41 do 2º.
Palmeiras: Jully; Isabella (Letícia), Thais, Camila e Mônica; Nicoly (Karla), Juliana, Maressa e Carla Nunes (Samara); Bianca e Luana. Técnica: Ana Lúcia Gonçalves.
Porto Velho/RO: Milena; Adelaine, Vanda, Adriéli e Japinha; Rosinha, Laira (Paulinha), Angra (Josiane) e Monique; Flavinha e Kamila (Erika). Técnico: Reginaldo Filho.
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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Corinthians derrota o Santos em jogaço no Pacaembu

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde da última quarta-feira, dando uma pausa no que realmente é importante, resolvi encarar uma sessão futebolística com direito a clássico pelo Campeonato Paulista Feminino. No velho Estádio Paulo Machado de Carvalho, as meninas do Santos receberam o Corinthians em duelo absolutamente imperdível reunindo as atuais campeãs paulistas e brasileiras. O encontro abriu o segundo turno do estadual.

Na disputa do Grupo 2, Sereias e Mosqueteiras vão nadando de braçada e certamente serão as duas primeiras colocadas da chave quando a fase chegar ao seu fim. No primeiro turno, o Corinthians venceu todos os jogos e o Santos perdeu apenas um, justamente contra as paulistanas, na rodada inicial. Campeãs em 2007, 2010, 2011 e 2018, as santistas buscam se tornar as maiores vencedoras da história e superar a Ferroviária, que também tem quatro conquistas.

O Corinthians nunca conseguiu levantar a taça da competição apesar das suas campanhas monstruosas desde que voltou à categoria em 2016. Foram duas eliminações na semi-final nos dois primeiros anos e na temporada passada perderam a decisão contra a agremiação de Vila Belmiro. Mesmo assim, o retrospecto é avassalador: 65 partidas disputadas, 49 vitórias, 12 empates e apenas quatro derrotas. Talvez dizer que elas são favoritas ao caneco não seja exagero.


Santos Futebol Clube (feminino) - Santos/SP


Sport Club Corinthians Feminino (feminino) - São Paulo/SP


Quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Willer Fulgêncio Santos, os assistentes Bruno Bonani Munhoz e Luciana da Silva Ramos e o quarto árbitro Willians Costa Rocha posam junto com as capitãs dos times

Pena que outra vez foi pequena a presença de público no Pacaembu, algo já de praxe nos jogos da categoria. Cerca de 300 pessoas ficaram na arquibancada laranja, a maior delas torcedores de ocasião que passaram boa parte do tempo dizendo coisas do tipo "vai lavar roupa" ou "vai cuidar do marido e desiste do futebol". Esse tipo de gente só atrapalha a modalidade e não deveriam chegar perto dos estádios. Defendo a tese que colocar futebol feminino como preliminar do profissional é algo nocivo pensando no desenvolvimento do esporte muito por esse tipo de situação.

Falando do que rolou nas quatro linhas, quem foi à velha cancha acabou sendo premiado com uma belíssima partida, sem dúvida uma das melhores que acompanhei in loco em 2019. A técnica santista Emily Lima escalou um time reserva enquanto Arthur Elias colocou suas principais atletas em campo. Resultado: o Corinthians foi superior durante toda a etapa inicial. As Sereias até tentaram e tiveram seus momentos, mas a atuação visitante foi melhor.

Logo aos cinco minutos as mosqueteiras abriram o marcador. Em rápida cobrança de falta, Gabi Zanotti rolou para Giovanna Crivelari. A camisa 19 se antecipou à goleira Michelle e tocou por cobertura, fazendo um golaço. O Santos não desanimou e chegou próximo da área adversária algumas vezes. Ketlen, Amanda Gutierres e Paola Villamizar foram as donas das principais chances, só que na maioria das vezes ou a bola saiu pela linha de fundo ou a zaga neutralizou.

Aos 32, jogando na boa, o Corinthians chegou ao segundo gol depois de um vacilo monstro da arqueira local. O ataque pressionou o sistema defensivo santista, a goleira Michelle titubeou feio e a bola sobrou para Crivelari. Ela tocou de lado, Adriana recebeu e tocou com classe. No lance, a centroavante se chocou com a camisa 1 e teve que ser substituída. Após exames, foi constatada que a lesão foi grave e com isso ela está fora da seleção brasileira que disputará a Copa do Mundo da França.


Meninas corintianas depois do primeiro gol marcado por Giovanna Crivelari


Chegada corintiana pelo meio


Cida, 33 do Santos, fazendo o corte



Bola nas redes santistas no segundo tento corintiano, marcado por Adriana. No lance ela se contundiu e está fora da Copa do Mundo

Foi com o 2x0 que a peleja chegou ao intervalo e no descanso das atletas pintou uma chuva fora de hora. Fazia frio e o fato de ter ido de bermuda me complicou. Acabei então ficando debaixo da cobertura que tem atrás do gol reservada ao pessoal da imprensa. Quando o árbitro reiniciou o cotejo, logo vimos que o Santos era outro. As meninas voltaram com tudo e a primeira metade do tempo final foi toda do clube praiano. Logo aos dois minutos Villamizar chutou de longe com bastante perigo.

Seis minutos depois, Maurine tocou para Maria Dias e esta cruzou rasteiro para Amanda Gutierres. A atleta desviou com precisão e a goleira Lelê salvou a pátria corintiana. O bom momento foi premiado aos 12 com o bonito gol de Maria Dias. Sentindo que o empate era possível, a pressão continuou e aos 20 o marcador do Pacaembu foi igualado. A venezuelana Paola Villamizar recebeu grande passe e tocou com enorme categoria, fazendo a festa dos torcedores santistas. Agora, vale registrar um momento surreal que aconteceu pouco antes do empate. As mandantes fizeram várias substituições de uma vez e, por um vacilo da arbitragem, tivemos cerca de um minuto de bola rolando com doze atletas locais em campo. Genial!

O 2x2 diminuiu um pouco o ímpeto das Sereias e essa foi a deixa que o Corinthians esperava. Mesmo com as adversárias ainda melhores, as visitantes mostraram raça e conseguiram marcar pela terceira vez aos 31 minutos num gol de cabeça de Gabi Nunes, completando cruzamento de Marcela. A equipe de Emily Lima sentiu o tento sofrido e apesar de ainda continuarem dentro do campo de defesa visitante, o placar não foi mais alterado.


Jogada das mosqueteiras pelo meio


No tempo final, as Sereias voltaram mais inspiradas e logo chegaram ao empate


Ketlen tentando passar por duas zagueiras dentro da área visitante


Ataque do onze praiano pela esquerda

Ao fim dos eletrizantes 90 minutos o resultado final do ótimo jogo foi Santos 2-3 Corinthians. O escrete de Parque São Jorge permanece com 100% de aproveitamento na competição após seis compromissos, enquanto as garotas do litoral perderam pela segunda vez, novamente para seu maior rival. Aposto que até o final da primeira fase ambas não perderão mais pontos. Certamente elas estarão nas fases decisivas do certame.

Ainda demorei a sair do Pacaembu e tive a companhia do amigo Renato Rocha no ônibus que me levou de volta ao QG, Novamente não devo ver nada no final de semana, mas se tudo der certo, na quarta-feira que vem vou tentar emplacar uma cobertura num estádio nunca visitado por ninguém do Jogos Perdidos nos nossos quase 15 anos de vida.

Até lá!

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Ficha Técnica: Santos 2-3 Corinthians

Competição: Campeonato Paulista Feminino; Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Willer Fulgêncio Santos; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Sandrinha (San), Juliete (Cor); Gols: Giovanna Crivelari 5 e Adriana 32 do 1º, Maria Dias 12, Villamizar 20 e Gabi Nunes 31 do 2º.
Santos: Michelle (Nicole); Leila (Maurine), Cida, Kelly (Gi) e Katielle (Dani); Sandrinha, Bebel (Glaucia) e Villamizar; Maria Dias, Ketlen e Amanda. Técnica: Emily Lima.
Corinthians: Lelê; Katiuscia, Erika, Pardal e Juliete; Grazi, Gabi Zanotti, Adriana (Cacau) e Giovanna Crivelari (Diany); Millene (Marcela) e Gabi Nunes (Monica). Técnico: Arthur Elias.
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segunda-feira, 13 de maio de 2019

Barcelona finalmente vence a primeira partida em 2019

Texto e fotos: Fernando Martinez


Terminou o primeiro turno da primeira fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Na tarde de sexta-feira bati o cartão outra uma vez no Estádio Conde Rodolfo Crespi pois era dia de ver nova apresentação do Barcelona "em casa" na última divisão. O adversário dos paulistanos foi o Jabaquara, num encontro que reuniu os dois últimos colocados do Grupo 6. Eles eram os únicos da chave sem nenhuma vitória conquistada no certame antes da sétima rodada. Agora, se tinha um jogo para o Elefante vencer na competição, com certeza era esse.


Barcelona Esportivo Capela Ltda - São Paulo/SP


Jabaquara Atlético Clube - Santos/SP


O árbitro Gilmar Pedroso Rocha, os assistentes Leonardo Augusto Villa e Adilson Roberto de Oliveira, o quarto árbitro José Donizete da Silva e os capitães dos times posando para as lentes do JP

O clube da capital somava quatro pontos até então com quatro empates e apenas uma derrota. Já o outrora poderoso Leão da Caneleira conquistou apenas um ponto e vem fazendo mais uma campanha bem abaixo da média, algo comum nos últimos anos. Já se foi o tempo em que os rubro-amarelos tinham relevância no cenário estadual. É triste ver uma agremiação tão importante e sensacional na história do futebol paulista transformar sua relevância em pó. Sinceramente não acho que eles possam voltar a ter campanhas minimamente decentes a curto/médio prazo.

De novo na companhia do decano Milton Haddad, a Rua Javari recebeu um pequeno público que viu uma partida até que bastante razoável. Por incrível que pareça o Jabaquara foi quem atuou melhor durante boa parte da etapa inicial. O Barcelona teve enormes dificuldades de criar bons momentos atuando contra um oponente limitadíssimo. A melhor chance visitante aconteceu aos 30 minutos quando Thallis acertou a trave num belo chute de fora da área. O Elefante melhorou um pouco no final, porém o marcador continuou em branco.


Artur, 13 do Barcelona, dominando a pelota na esquerda do ataque


Cristopher (2), lateral do Jabuca, tentando sair do seu campo de defesa


Bom desarme na marcação visitante em chegada local


Mais uma investida de Artur pelo setor esquerdo do ataque paulistano

Na segunda etapa o onze santista retornou ao gramado ainda melhor e com mais posse de bola. Apesar de sofrer pressão, o Barcelona conseguiu abrir o placar aos 16 minutos mesmo sem merecer. Em jogada pela esquerda, Gérson Orelha passou por três adversários, entrou na área e finalizou com sucesso. O Jabuca sentiu o golpe por pouco tempo e não demorou para manter sua boa atuação. Os visitantes tentavam o empate principalmente em bolas alçadas dentro da área local.

Quando a peleja se encaminhava ao seu final, a insistência jabaquarense deu resultado precisamente aos 43 minutos com Saraiva completando cruzamento dentro da área e deixando tudo igual. Com o cotejo prestes a acabar, quase todos os presentes já contavam com outra partida sem vitória para o onze da capital bandeirante. O que ninguém esperava era que, mostrando uma sorte incomum, o Barcelona afastasse a zica com o gol de Johnny aos 47. O Jabuca não merecia esse castigo no último lance da tarde.


Ainda no tempo inicial, Erick (4) se preparando para mandar a bola longe da área do Jabaquara


Jogadores do Barcelona e do Leão da Caneleira apostando corrida no gramado da Javari


A comemoração do primeiro gol local, marcado por Gérson Orelha


Escanteio a favor do onze santista no fim do jogo

Não foi brilhante e nem merecido, porém o resultado final ficou em Barcelona 2-1 Jabaquara. O resultado, pasmem, colocou o Barça no quinto lugar da chave com sete pontos, a mesma pontuação do Guarulhos, quarto colocado. Findado o primeiro turno, será que o Elefante terá condições de lutar pela classificação? Melhor aguardamos as cenas dos próximos capítulos. O Leão da Caneleira... bom, o time segue na lanterna com um ponto conquistado rumo a mais uma eliminação na fase inicial da última divisão, a terceira seguida. É uma pena, é triste, mas não podemos alterar a realidade tétrica do rubro-amarelo.

No final de semana não teve futebol na pauta, só para não fugir à regra. A agenda aponta uma nova cobertura do JP no meio da semana com um joguinho de favoritos pelo Campeonato Paulista Feminino. Teremos clássico nas páginas do blog.

Até lá!

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Ficha Técnica: Barcelona 2-1 Jabaquara

Competição: Campeonato Paulista Segunda Divisão; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Gilmar Pedroso Rocha; Público: 124 pagantes; Renda: R$ 1.195,00; Cartões amarelos: Luiz Vinicius, Johnny (Bar), Rogério, Thallis, Felipe, Gabriel Saraiva (Jab); Gols: Gerson 17, Gabriel Saraiva 43 e Johnny 46 do 2º.
Barcelona: Alexandre; Cristopher; Alessandro; Guilherme e Gerson; Luiz Vinicius, Felipe, Romilson (Felix) e Guilherme; Artur (Johnny) e Geovani (Edilson). Técnico: Murilo Souza.
Jabaquara: Matheus; Caique, Gabriel Saraiva, Erick e Rogério (Robinho); Weliton, Maycon Douglas, Vinicius e Mateus Souza (Felipe); Joilson (Matheus Aragão) e Thallis. Técnico: Ricardo Gonçalves da Silva.
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