sábado, 2 de junho de 2018

Burocraticamente, as Sereias da Vila derrotam a Lusa no Canindé

Texto e fotos: Fernando Martinez


É, amigo... depois de um ano e meio agora estamos com a agenda profissional novamente em atividade. Com isso o calendário futebolístico vai diminuir drasticamente. Aproveitando uma folga no feriado de 31 de maio, me mandei pro Estádio Oswaldo Teixeira Duarte para outra apresentação da Portuguesa no Campeonato Brasileiro Feminino. Pela sexta rodada da fase inicial, as lusitanas receberam o Santos.

As meninas alvinegras eram francas favoritas à vitória, levando em conta a belíssima campanha até então: quatro vitórias, três delas por goleada, e um empate. É fato que as Sereias da Vila estarão entre as classificadas da chave. Já a Portuguesa vai lutar contra o rebaixamento e vinha de duas derrotas consecutivas, tendo vencido apenas um compromisso até então (3x2 contra o Vitória de Pernambuco, como você viu aqui no JP).


Associação Portuguesa de Desportos (feminino) - São Paulo/SP


Santos Futebol Clube (feminino) - Santos/SP


Capitãs das equipes junto com quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Rodrigo Gomes Domingues, as assistentes Renata Ruel de Brito e Amanda Pinto Matias e a quarta árbitra Fernanda Ignacio de Souza

Mais uma vez o Canindé estava vazio para um jogo do futebol feminino, ou seja, aquela realidade que já conhecemos bem. Resolvi acompanhar o ataque santista por acreditar mais nas visitantes. O primeiro ataque perigoso foi do Santos no primeiro minuto, porém a arqueira local salvou. Dois minutos depois, uma surpresa: a Portuguesa armou um belíssimo contra-ataque, Baratinha invadiu a área e tocou na saída de Michelle, inaugurando o placar.

Pena que a alegria da torcida da casa tenha durado apenas cinco minutos. Maurine atacou pela direita e cruzou na área. A bola passou por todo mundo, menos por Alanna. A camisa 21 dominou e bateu com estilo, deixando tudo igual. Com o 1x1, a ordem das coisas se restabeleceu e o Santos foi dono das ações ofensivas. Aos 16 quase acontece a virada num chutaço de Sandrinha na trave de Fabi.


Maurine atacando pela direita


Detalhe do gol de empate santista, marcado por Alanna


Ofensiva das Sereias pelo alto


A goleira Fabi indo buscar a bola no fundo das redes no segundo tento do Santos

A partir dos 30 minutos a pressão se intensificou e o alvinegro enfileirou vários momentos ótimos na busca do segundo gol: aos 28, a arqueira local falhou em tiro de longe e Chú quase fez. Aos 35 Brena mandou de longe e a bola tirou tinta da trave. Na sequência, Rosana cabeceou e Fabi fez boa defesa. Foi apenas no último lance do primeiro tempo que o massacre deu resultado. Depois de escanteio, a bola sobrou para Sandrinha e ela chutou do meio da área e virou o placar.

A vitória parcial não sossegou as Sereias no segundo tempo. O poderoso ataque criou bons momentos em profusão, porém pecou no último toque. Maurine, Chú, Rosana, Alanna, Erikinha... todas elas chegaram perto de fazer. A Portuguesa não foi capaz de equilibrar as ações nem em sonho. Aos 38 vimos a maior chance do terceiro num toque de letra de Alanna que bateu na trave.


Pelota viajando dentro da área lusitana


Boa chegada alvinegra pela esquerda


Fabi fazendo boa defesa em chute de longe


A bola passou pela arqueira, mas a zagueira salvou o gol em cima da linha


De tanto insistir, o Santos marcou o terceiro aos 43 através de Ketlen

A pressão deu resultado apenas aos 43 minutos com o gol de Ketlen. Ela recebeu na entrada da área e bateu no canto esquerdo de Fabi. Caprichosamente a pelota tocou na trave antes de morrer no fundo das redes de Fabi. O placar final de Portuguesa 1-3 Santos confirmou a expectativa e deixou o onze da Vila mais líder do que nunca do Grupo 2 da competição. A Lusa está lá embaixo e o título será a permanência na primeira divisão.

Na saída presenciamos o início da destruição do complexo aquático da Portuguesa para dar lugar ao terreno da feirinha da madrugada. Inaugurado no início dos anos 60 e popularíssimo nas décadas seguintes, é de profunda tristeza saber que ele não existirá mais em pouco tempo. Fruto de várias e várias gestões que se aproveitaram do clube sem pensar no futuro. Ter que abrir mão de algo assim é o retrato fiel da derrota em vários sentidos. A Lusa caminha a passos largos para a extinção.



O início da destruição do complexo aquático da Portuguesa. Daqui a pouco tempo, isso não existirá mais

Enfim, no dia seguinte me aproveitei do novo horário e voltei aos gramados na base da correria com outra peleja pelo Brasileiro Feminino. Teve duelo de líderes do Grupo 1 na pauta livre do Jogos Perdidos.

Até lá!

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