quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

JP na Olimpíada (parte 13): Em jogo tenso, Brasil derrota os violentos colombianos

Texto e fotos: Fernando Martinez


Os Jogos Olímpicos chegaram à segunda semana no dia 13 de agosto, um sábado. E foi nessa data que eu alcancei uma marca não tão simples assim de se conquistar. Depois de ter visto o Brasil duas vezes durante a Copa do Mundo (os 3x1 na estreia contra a Croácia e a desastrosa disputa pelo terceiro lugar contra a Holanda), chegou a hora de ver de ver a seleção canarinho disputando uma partida de Olimpíada.

No gramado da Arena Corinthians, o onze tupiniquim enfrentou a perigosa seleção da Colômbia em busca de uma vaga na semi-final do torneio de futebol masculino. Depois de vacilar na fase inicial e empatar sem gols contra África do Sul e Iraque, o Brasil goleou a Dinamarca e deu mostras que poderia ir mais longe no certame. Apesar de tudo, tinha quase certeza que a torcida iria apoiar a seleção durante todo o jogo.


Brasil e Colômbia pouco antes do apito inicial na Arena Corinthians

Já falei aqui uma vez sobre a dificuldade que é assistir uma peleja do Brasil no estádio - em 2013, quando fui no amistoso contra a África do Sul no Morumbi - e reitero tudo que disse na época. O público pagante desse duelo foi de 41.560 almas, mas aposto que nem 10% dos presentes sabia discorrer sobre algum tópico relacionado ao esporte mais popular do mundo que não passe na TV aberta. Não foi fácil, e junto com os amigos Luiz Fôlego e Ricardo Pucci, passei alguns apuros com a rapaziada que estava lá como turista.

Enquanto sofríamos nas arquibancadas, dentro de campo teve muita tensão e muita pancadaria. Os colombianos foram ao gramado tendo como prioridade bater nos jogadores brasileiros. Mesmo assim, o fraco árbitro turco Çuneyt Çakir não teve coragem para expulsar ninguém, e por causa disso o pau cantou durante todo o tempo inicial.

Numa partida aonde uma das equipes só quer bater, nada melhor do que uma bola parada. Aos doze minutos o camisa 10 Neymar marcou seu primeiro gol no torneio olímpico numa brilhante cobrança de falta da intermediária. Estava atrás do gol e consegui captar o exato momento em que a bola ultrapassou a linha.

No restante do tempo inicial o Brasil teve a bola mais tempo no pé e a Colômbia continuou com a caixa de ferramentas aberta, distribuindo chutes e coices. Sem muito espaço para o futebol, o jogou chegou ao intervalo com a vantagem mínima a favor do time verde e amarelo.


Palacios subindo no segundo andar para neutralizar ataque local



Bola estufando as redes do arqueiro colombiano no gol de Neymar e a comemoração do camisa 10


Boa jogada da seleção verde e amarelo pela esquerda


Confusão entre atletas e comissão técnica das duas seleções no final do primeiro tempo

A Colômbia deixou a violência nos vestiários e voltou preocupada apenas em jogar bola no tempo final. Quem acabou brilhando foi a zaga brasileira com Marquinhos e Rodrigo Caio e também o jogo coletivo. Depois de sofrer nos dois primeiros compromissos e de mostrar evolução contra a Dinamarca, finalmente o elenco do Brasil tinha entendido como jogar um torneio difícil como a Olimpíada.

Foram vários minutos tensos até Luan acertar um chutaço de fora da área aos 38 minutos e fechar o marcador. O placar final de Brasil 2-0 Colômbia colocou o time da casa na semi-final e também transformou os penta-campeões mundiais na seleção mais vencedora na história olímpica, ostentando agora 33 vitórias contra 32 da Itália.


Visão geral de uma Arena Corinthians lotada para o jogo do Brasil nas quartas-de-final da Olimpíada


Boa troca de passes no ataque da Colômbia


Disputa de bola pela lateral


Placar final da peleja que transformou o Brasil no país com mais vitórias na história dos Jogos Olímpicos

Na semi, o Brasil venceu Honduras aplicando a sua maior goleada na história dos Jogos. Três dias depois o time comandado por Neymar foi à decisão contra a Alemanha no Maracanã. Eu estive presente naquela histórica final e logo, logo a história será contada por aqui.

O dia 14 de agosto começou comigo correndo para pegar o trem na Estação Corinthians-Itaquera antes do final do expediente. E ele terminou de uma forma sensacional, com a minha presença na grande final dos 100 metros rasos, um momento que não imaginava assistir in loco um dia.

Até lá!

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