Texto e fotos: Fernando Martinez
A sessão noturna do sábado, que fechou a exaustiva rodada tripla, foi bastante singular. Não é toda hora que um jogo com portões fechados tem a presença de público... mesmo que do lado de fora do estádio. Apesar de a CBF proibir torcida nas arquibancadas do CERET, Centro Olímpico e Recanto da Criança, pelo Campeonato Brasileiro Feminino Sub-17, o pessoal ficou acomodado fora do alambrado.
Se fosse um estádio "normal", ninguém teria como assistir, mas como o campo do CERET está dentro de um parque, o público conseguiu acompanhar tudo do lado de fora, já que a gloriosa entidade que rege o futebol brasileiro não tem poder para fechar os portões do local. Aliás, é um absurdo o número de jogos com portões fechados nos campeonatos da entidade, que impõe proibições aos clubes e demonstra zero bom senso. Estádios liberados nos estaduais acabam vetados em competições da CBF. Não faz o menor sentido.
Visão geral do CERET vazio do lado de dentro para jogo do Brasileiro Feminino sub-17
Saí de Mauá pouco depois das 17 horas e tinha 90 minutos para chegar ao Tatuapé. Só que a CPTM entrou em operação tartaruga e, depois, o Uber que peguei na Estação Mooca levou absurdos 40 minutos (!) para chegar ao CERET. Eram 18h55 quando avistei o campo. Sem chance de credenciamento, fui conferir a peleja do morro junto com o Milton e o amigo Caio. Foi uma experiência nova e bastante interessante. O estranho, confesso, foi não fazer as fotos oficiais. Paciência.
A partida abriu o segundo turno do Grupo D. Na semana anterior, no duelo realizado no Amazonas, o Centro Olímpico venceu o Recanto da Criança por absurdos 15 a 0. Apesar de saber que não seria uma goleada parecida (nunca é), eu imaginava que alguma goleada viria. É, só que na etapa inicial o jogo foi ruim. Bem ruim. As paulistanas erraram demais e marcaram apenas um gol, com Esther.
O que irritou todo mundo ao redor do campo foi o número de vezes que alguma atleta do Recanto caía no gramado. Sim, a preparação não é a mesma, a gente sabe. O problema foi que, a cada dois minutos, no máximo, uma jogadora ia ao chão. O primeiro tempo deve ter tido, no máximo, uns 20 minutos de bola rolando, e olhe lá. Se a árbitra tivesse realmente dado os acréscimos corretos, passaria de 12 minutos pelo menos (ela deu cinco).
Na segunda etapa, a pontaria do Centro Olímpico melhorou um pouco. Não que as meninas pararam de perder chances, pois seguiram desperdiçando vários e vários lances, porém a goleada esperada chegou sem dificuldade. Seis atletas anotaram sete gols e fizeram o time da casa derrotar o escrete amazonense por 8 a 0. Se não tivessem errado tanto, teriam chegado perto do placar da ida.
Mesmo do lado de fora, deu para tirar algumas fotos legais de Centro Olímpico x Recanto da Criança. O que pega mesmo é a iluminação ruim do CERET

Essa foi a visão que tive durante a etapa final. Uma cobertura bastante peculiar, eu diria
O Corinthians segue líder da chave com 12 pontos e 100% de aproveitamento, enquanto o Centro Olímpico soma nove, ocupando a segunda posição. O UDA de Alagoas está em terceiro com três, e o Recanto amarga quatro jogos e quatro derrotas. Semana que vem, a equipe do Parque São Jorge vai ao Norte do país, enquanto o ADECO recebe as alagoanas, também no CERET. Pretendo, desta vez, chegar cedo para fazer as fotos sem problema.
O amigo Caio deu uma providencial carona até a Estação Belém do metrô e, antes das 22 horas, eu já estava no QG da Zona Oeste. De novo, tive que dormir mais cedo, pois a rodada de domingo começaria cedo. Teve Segundona na pauta e volta a um estádio que gosto muito após oito anos.
Até lá!
Ficha Técnica: Centro Olímpico 8-0 Recanto da Criança
Local: CERET (São Paulo); Árbitra: Ana Caroline Carvalho/SP; Público e Renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Isa Alexandre, Molina e Kaylla; Cartão vermelho: Letícia 8 do 2º; Gols: Esther 24 do 1º, Caitano 3, Luiza 18, Bianca 21, Carol 35, Pietra 36, Carol 44 e Santiago 49 do 2º.
Centro Olímpico: Karen; Pietra (Rianna Raquele), Julia (Bianca), Molina e Esther (Santiago); Aninha, Isa Alexandre, Lu (Ana Clara) e Ikeda; Luiza e Caitano (18 Carol). Técnica: Mayara Pires.
Recanto da Criança: Rayna; Tatiane, Letícia, Kaylla e Thalita (Raquel); Larissa, Eva (Emily), Eduarda e Ana Flávia; Daniela e Gabriele. Técnico: Leonardo Gentil.
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