Texto e fotos: Fernando Martinez
Terça-feira foi um dia caótico com chuva o tempo todo e uma falta de luz que me quebrou as pernas. Quase desisti de tudo, porém de última hora confirmei a minha presença no Estádio Cícero Pompeu de Toledo acompanhar o imperdível duelo entre São Paulo e o genial Academia Puerto Cabello. Foi apenas o quarto time da Venezuela que vi ao vivo e o 760º da minha Lista.
A torcida são-paulina não estava animada com o técnico Rogério Ceni e certamente a peleja não receberia um grande público, por isso fiz um pit-stop com a dupla Paulo "Shrek" e Sérgio Oliveira na gloriosa AllTV. Junto comigo estava a dupla Pucci e Bruno, ambos deixando o pulmão de fora na subida da Giovanni Gronchi. Tudo debaixo de chuva, a propósito.
Enchemos o bucho e então pegamos o caminho do Morumbi. O Pucci foi se molhar na arquibancada e eu fui para o anel central no setor amarelo com os amigos Bruno e Paulo. Foi nesse pedaço do estádio que acompanhei boa parte das apresentações do Tricolor nas Libertadores em meados dos anos 2000. Tudo devidamente registrado aqui nas páginas do Jogos Perdidos.
Times perfilados para os hinos nacionais e a foto posada do genial Academia Puerto Cabello. De longe também vale
A grande Academia Puerto Cabello está na liderança do certame do seu país e foi derrotado pelo Deportes Tolima na estreia do torneio internacional. O confronto na capital paulista foi o primeiro fora da Venezuela em todos os tempos. O time foi fundado em 21 de janeiro de 2011, começou suas atividades na terceira divisão em 2014/2015 e chegou na elite em 2018.
Mas a coisa foi feia, nossa senhora. O jogo foi muito ruim. A chuva apertou quando o árbitro iniciou a ação e os atletas desfilaram uma série de lances sem sentido no gramado molhado. Foram poucos os momentos dignos de registro, os principais em chutes de longe de Pablo Maia, Caio Paulista e Michel Araújo. O Puerto Cabello ficou na boa e se arriscou em algumas oportunidades no campo de ataque.
Na segunda etapa os visitantes colocaram as manguinhas de fora em tiros certeiros interceptados pelo goleiro Rafael e os locais responderam em boas conclusões de Calleri. Só que a rede permanecia imóvel e nada indicava que sairia algum gol na noite encharcada. Somente aos 40 minutos os 16 mil torcedores puderam comemorar com a certeira conclusão de Marcos Paulo. Dois minutos depois Michel Araújo recebeu grande passe de Nestor, invadiu a área e tocou na saída de Luís Romero.
Detalhes de São Paulo x Academia Puerto Cabello, mais um time novo na Lista
Comemoração de um dos gols do São Paulo no fim da partida
Placar final do sufoco no Morumbi
No fim, o São Paulo 2-0 Academia Puerto Cabello ficou de bom tamanho por tudo que (não) vimos. A peleja ganhou uma nota 5 com muita boa vontade só por conta do que rolou no finalzinho. Segunda vitória do Tricolor na Sul-Americana, que assumiu a liderança do Grupo D. Para o simpático time venezuelano, fica a emoção de terem jogado fora do país pela primeira vez.
Após colocar outro time novo na Lista, na sexta-feira começa o campeonato mais legal (apesar de muitos estragarem ele) do estado de São Paulo. Estaremos em uma bela sessão noturna em Mogi das Cruzes com promessa de bastante frio.
Até lá!
Ficha Técnica: São Paulo 2-0 Academia Puerto Cabello
Local: Morumbi (São Paulo); Árbitro: Ivo Mendes (BOL); Público: 16.827 pagantes; Renda: R$ 485.825,00; Cartão amarelo: Rodrigo Nestor: Gols: Marcos Paulo 40 e Michel Araújo 42 do 2º.
São Paulo: Rafael; Raí Ramos, Arboleda, Beraldo e Caio Paulista (Marcos Paulo); Pablo Maia e Rodrigo Nestor; Alisson (Wellington Rato), Michel Araújo, Luciano (Patryck) e Juan (Calleri). Técnico: Rogério Ceni.
Puerto Cabello: Luis Romero; Carlos Rivero, Edwin Peraza, Kevin De La Hoz (Joel Cáceres) e Diego Osio; Junior Cedeño, Gideon Iliya (Colina), Richard Figueroa (Stephens) e Danny Pérez; Williams Lugo (Guerrero) e Luifer Hernández (Ayine). Técnico: Noel Sanvicente.
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