terça-feira, 18 de maio de 2021

Nacional se consolida no G8 com o triunfo em cima do Capivariano

Texto e fotos: Fernando Martinez


Como todos sabem, o Campeonato Paulista da Série A3 está com o calendário apertado. Na tarde de segunda-feira, menos de 48 horas depois de se apresentar na distante Marília, o Nacional voltou a campo atuando na sua casa, o Estádio Nicolau Alayon. O adversário foi o glorioso Capivariano, o Leão da Sorocabana, pela 12ª rodada da primeira fase. Um duelo entre o sétimo e o nono colocados, em um daqueles famosos "jogos de seis pontos".

Sabemos que esse é uma edição bastante singular da A3, fato. Agora, o escrete ferroviário, apesar de toda a peculiaridade do torneio, vem fazendo uma campanha um tanto quanto esquizofrênica. O clube somou 13 dos 16 pontos conquistados como visitantes, um assombro. Perdeu apenas uma vez em seis compromissos - contra o Batatais, candidatíssimo ao rebaixamento - e venceu quatro vezes. Já como mandante, cinco partidas, um único triunfo (3x1 em cima do Rio Preto) e quatro derrotas (!). Para uma agremiação que em 2017 conquistou um título sem nenhuma vitória na capital e com 100% de aproveitamento longe dos seus domínios no mata-mata não é uma novidade tão grande.

Já era hora de os paulistanos voltarem a vencer, ainda mais atuando na Comendador Souza e precisando se consolidar no G8. Já o Capivariano estava há cinco rodadas invicto e buscava um lugar entre os oito melhores. Na história, nove confrontos, oito entre 1987 e 1991 e um no ano passado. Os ferroviários venceram cinco vezes, perderam uma (o 2x0 sofrido em Santa Bárbara D'Oeste no ano passado, a última matéria do JP antes da longa parada em virtude da pandemia) e empataram três. Na capital, o último jogo tinha sido no longínquo 3 de julho de 1991, um 2x1 a favor dos locais.



Times entrando em campo e a foto oficial de capitães e quarteto de arbitragem

O ataque nacionalista já fez 22 gols e é nada menos do que o segundo melhor contando as três principais divisões do estado, ficando atrás apenas do São Paulo. Se a defesa está deixando um pouco a desejar, o setor ofensivo está correspondendo, algo raro levando em conta a eterna e crônica dificuldade do onze da Zona Oeste em marcar gols. A atuação dos dianteiros do Nacional na quarta-feira novamente foi precisa. O Capivariano também mostrou muita qualidade e a partida teve ótimo nível técnico.

A etapa inicial foi muito boa. O Nacional chegou duas vezes em sequência aos quatro minutos. Nada que assustasse tanto a zaga do Leão, mas com isso tinham deixado clara a intenção de que não deixariam a zaga adversária sossegada. Aos 16, Rômulo cruzou da esquerda, Éverton tocou para trás e Rafael evitou o gol alvirrubro tocando com a ponta dos dedos. Nova boa chance aconteceu aos 33 quando Emanuel cruzou por baixo pela direita. Corrêa, ele mesmo, surgiu entre os zagueiros e chutou forte, mandando quase fora do estádio.

O Naça voltou com tudo aos 44. Pablo se mandou pela esquerda e foi derrubado por Éverton no bico da área. Na cobrança de falta, César levantou e o artilheiro Éder Paulista tocou de cabeça no canto de Moisés. Foi o nono gol do atacante em doze jogos disputados com a camisa ferroviária em 2021. Gol merecido e vantagem importante para a etapa final. Nos últimos 45 minutos o confronto subiu de nível e a rapaziada esbanjou inspiração.


Nacional e Capivariano fizeram um "jogo de seis pontos" na capital paulista


Rafael trabalhou bastante, como aqui em bola levantada na área nacionalista


César (6) cruzando na área sob olhar de Emanuel (11)


Chute local que passou MUITO longe do gol defendido por Moisés



Exato momento da cabeçada de Éder Paulista que colocou o Nacional em vantagem e a comemoração dos atletas locais

Num espaço de dois minutos o camisa 8 Corrêa bateu três escanteios primorosos seguidos, obrigando Rafael a se tornar um dos grandes personagens da tarde. O arqueiro salvou dois gols olímpicos e no outro defendeu brilhantemente uma cabeçada que tinha endereço certo. Aos 17 Guilherme Lobo bateu de chapa no meio da área e a finalização passou perto da trave. Um daqueles gols que não se pode perder. Aos 19 Lucas Soares cabeceou pela esquerda e certamente Rafael teria trabalho. Bem postado, Gigante desviou na hora H e salvou os locais. O mesmo Lucas Soares completou levantamento em cima da linha da pequena área e o tiro quase parou nos campos sintéticos que ficam atrás do estádio.

Os donos da casa conseguiam se segurar com qualidade e levaram perigo nos contra-ataques. Aos 38 minutos Guilherme Lobo, que não teve uma boa atuação no geral, perdeu uma oportunidade de ouro quando recebeu belo passe em profundidade, porém tentou encobrir o arqueiro quando o chute rasteiro teria sido a melhor opção. Moisés defendeu sem dificuldade. Apenas no 42º minuto que os ferroviários puderam respirar mais tranquilamente. Val recebeu passe na esquerda, entrou na área e finalizou cruzado, vencendo o camisa 1 e marcando o segundo tento paulistano.


Rafael evitando um gol olímpico de Corrêa no começo do segundo tempo


Guilherme Lobo perdendo grande chance de gol aos 17 do segundo tempo


Boa chegada do onze paulistano pelo alto


Leandro (11) finalizando para boa defesa do goleiro do Capivariano

O Leão da Sorocabana buscou diminuir na sequência. Lucas Soares avançou pela lateral e rolou até o meio da área. A zaga afastou mal e Neto Alexandre, com a meta praticamente aberta, atirou por cima. No fim, o triunfo local se confirmou com o placar de Nacional 2-0 Capivariano. O antigo SPR se consolidou no G8 e agora está na quarta posição com 19 pontos, dois atrás de Noroeste, Linense e Votuporanguense. O time de Capivari caiu para o 11º lugar. Detalhe: foi a primeira vez desde março de 2019 que o Nacional passa dois jogos sem sofrer gol.

Os participantes da A3 terão agora três dias de folga e a 13ª rodada acontecerá na quinta-feira. Teremos outro compromisso nacionalista em São Paulo contra um velho rival. Se tudo der certo, estaremos presentes.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Nacional 2x0 Capivariano

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Thiago Lourenço de Mattos; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Reinaldo, Lucas Soares; Gols: Éder Paulista 44 do 1º, Val 42 do 2º.
Nacional: Rafael; Gigante, Everton, Gustavo França e César; Reinaldo, Mendes (Val), Brener (Diego Chiclete) e Guilherme Lobo (Léo Machado); Éder Paulista (Leandro) e Pablo (Guilherme Nascimento). Técnico: Ricardo Silva.
Capivariano: Moisés; Éverton, Jemmes, Feliphe e Rômulo (Pavani); Édson Magal (Carlos Eduardo), Giovane (Lucas Soares), Corrêa (Neto Alexandre) e Lucas Morais (André); Neto Costa e Emanuel. Técnico: Jardel Zamberlan.
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