sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Vira-vira nacionalista na estreia da Copa Paulista

Texto e fotos: Fernando Martinez


Seguindo com o plano de fazer a toque de caixa pelo menos seus campeonatos profissionais na atual temporada, a FPF organizou uma edição super enxuta da Copa Paulista neste 2020 fora do comum. A tradicional competição será disputada em menos de dois meses e teve início na última quarta-feira. Marcamos presença batendo o ponto no Estádio Nicolau Alayon para Nacional x Água Santa.

O torneio terá 20 participantes divididos em cinco chaves de quatro clubes cada. O detalhe curioso é que os três primeiros de cada chave e o melhor quarto colocado se garantem nas oitavas de final. Resumindo: teremos um grupo em que TODAS as equipes vão se classificar. Entendemos que é um ano de exceção e a federação fez o que pôde, mas não deixa de ser menos bizarro por isso. Lembra aqueles regulamentos surreais dos anos 70/80.

Nacional e Água Santa estão no Grupo 5 junto com Portuguesa e Guarani. O onze ferroviário foi eliminado pelo Noroeste nas quartas da Série A3 e o Água Santa foi rebaixado de forma improvável na A1. Tinha uma expectativa relativamente boa em relação aos donos da casa, já que boa parte do elenco foi mantida. Nada do naipe "nossa, o Nacional vai destruir o adversário", porém a esperança era de uma boa apresentação.



Nacional e Água Santa momentos antes do apito inicial. Na segunda foto, os capitães dos times junto com o quarteto de arbitragem

Corta a cena... No primeiro tempo aconteceu de tudo, menos uma partida decente dos locais. Eles até ensaiaram um início razoável, só que o Água Santa, comandado pelo experiente técnico Sérgio Soares, foi melhor nos lances cruciais e abriu o placar aos 20 minutos. Igor recebeu cruzamento de Rhuan e completou sem nenhuma dificuldade dentro da pequena área. O Naça pouco fez em busca do empate.

A boa expectativa que tinha antes do apito inicial se dissipou rapidinho. Bateu aquela desanimada quando o intervalo chegou pois já tinha visto várias vezes esse filme. O que eu não esperava mesmo era que o Nacional fosse mudar da água para o vinho nos últimos 45 minutos. Mostrando um poder de reação ao qual não estamos acostumados, os comandados de Tuca Guimarães se transformaram em senhores absolutos da peleja.


Tavares (19) sendo desarmado por zagueiro do Água Santa



Esse foi o nono encontro entre Nacional e Água Santa na história. Nos oito anteriores, apenas um triunfo paulistano (1x0 em 2017)



Igor abriu o placar para o time de Diadema aos 20 do primeiro tempo

A transformação foi tão grande que era fato que o gol sairia mais cedo ou mais tarde. Saiu aos 20 minutos com um belo chute de Matheus Teta, o glorioso Matthew Boob em território estadunidense. A pressão se manteve e a virada saiu dos pés de Tavares aos 31. O Água Santa em nenhum momento chegou com perigo perto da meta paulistana e assim ficou fácil para os ferroviários estrearem com um belo triunfo.


Zagueiro local interceptando bola lançada no ataque visitante




Três momentos do segundo tempo de Nacional x Água Santa. Incrivelmente o time da capital teve forças para virar o marcador e estrear na Copa Paulista com vitória

O Nacional 2-1 Água Santa foi animador pelo que se viu na etapa final. Agora é esperar que o clube repita a atuação do segundo tempo nos próximos compromissos. Na segunda rodada terão uma pedreira, a Portuguesa. O time do Canindé fez 5x0 no Guarani fora de casa e se credencia como um dos postulantes ao título. Vamos ver do que o Naça será capaz.

Voltei aos gramados na quinta-feira com rodada do Paulista Feminino. Outro caso em que a expectativa era uma e a realidade foi bastante diferente.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 2-1 Água Santa

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Adriano de Assis Miranda; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Tavares, André Rocha, Gabriel, Matheus Teta, Guilherme Dias, Rodrigo Maranhão, Renato Junior, Ricardo da Silva (AT-N); Gols: Igor 20 do 1º, Matheus Teta 20 e Tavares 31 do 2º.
Nacional: Matheus Polentini; Alanderson, Gabriel, Diego Chiclete (Júlio) e Matheus; André Rocha, Wellington, Matheus Teta (Reinaldo) e Guilherme Lobo (Vinicius Dias); Tavares (Guilherme Dias) e Lucas Silva. Técnico: Tuca Guimarães.
Água Santa: Caio; Alemão (Genilson), Robson, João Paulo e Rhuan; Rodrigo Sam, Igor, Ramon e Diogo (Tavison); Renato Junior e Rodrigo Maranhão (Richard). Técnico: Sérgio Guedes.
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