sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Guarani destrói o Nacional na capital em jogo de oito gols

Texto e fotos: Fernando Martinez


Hoje todo mundo entra em site de aposta para fazer uma fezinha em jogos dentro e fora do país. Eu não me meto nessa pois não tenho o dom de gastar dinheiro com isso e por ser péssimo em palpites. Um exemplo? Se eu fosse um aficionado teria apostado alto na vitória do Nacional contra o Guarani, terça-feira, pela abertura do returno da fase inicial da Copa Paulista. Teria me dado muito mal.

A meu favor o fato do duelo de ida, realizado três dias antes, ter sido dominado pelo escrete paulistano. Os ferroviários perderam um pênalti, foram bem, mas apenas empataram em 2x2. Jogando no Estádio Nicolau Alayon, o mais natural seria esperar um triunfo mandante. Aposto que nove entre dez especialistas pensariam da mesma forma. O grande problema é que, quando contamos com uma boa atuação do Nacional, acontece justamente o contrário.


Nacional e Guarani perfilados antes do apito inicial. Dessa vez ninguém tirou as fotos posadas

O Bugre foi derrotado duas vezes e contava apenas com um ponto conquistado em três rodadas. Além disso, tinha feito apenas três gols, dois deles no 2x2 citado no parágrafo anterior. Foi na Comendador Souza que o alviverde campineiro tirou a zica, fez uma etapa inicial antológica e destruiu o ligeiro favoritismo local. Há muito eu não via o Naça tomar um vareio tão grande em apenas 45 minutos de futebol.

Os locais iniciaram os trabalhos completamente perdidos e aos sete minutos o Guarani abriu o placar com João Pedro, de cabeça, em cruzamento de Mateus Ludke. Em desvantagem, os comandados de Tuca Guimarães até tiveram maior posse de bola. O Bugre foi se segurando bem, tendo o contra-ataque todo à sua disposição. Sem se acertarem, quando os atletas se tocaram, o Nacional já estava tomando 4x0 no lombo.

Foi num período de apenas cinco minutos que os campineiros aniquilaram o adversário. Não percam a conta: Bruno Paulo recebeu em profundidade e finalizou de forma brilhante por cobertura aos 23, o mesmo Bruno fez o terceiro aos 25 e Caio, aos 27, marcou o quarto. Na base do bumba-meu-boi os ferroviários diminuíram com Matheus aos 34, porém dois minutos depois o artilheiro da tarde Bruno Paulo fez 5x1.


Por ter jogado bem no empate de Campinas, pensávamos que o Nacional seria favorito contra o Bugre. Errado!


João Pedro comemorando o primeiro gol do Guarani



Bola nas redes do Nacional no segundo gol bugrino, marcado por Bruno Paulo. Foi uma pintura de gol no Nicolau Alayon que mereceu muita comemoração


Aos 27, Caio fez outro golaço nesse lance. O camisa 7 cortou do zagueiro e colocou no ângulo direito


Nesse lance meio bizarro com um vacilo do zagueiro e do goleiro, o Nacional diminuiu. Matheus, fora do quadro, marcou


Esse chute bateu na trave, mas no rebote Bruno Paulo fez 5x1 a favor do Guarani ainda no primeiro tempo

Nem o Carrossel Holandês viraria uma partida em circunstâncias tão complicadas, certeza. Abatido e sem entender o que tinha acontecido, o Naça foi aos vestiários em busca de inspiração e encontrar algum tipo de milagre. No tempo final não restou alternativa a não ser ocupar o campo de defesa bugrino e tentar reduzir o tamanho do vexame. Gabriel fez o dele aos 14 e ficou uma pergunta no ar: "será que dá?". Não, não deu.

Ambas as equipes enfileiraram oportunidades e todas foram desperdiçadas. Se o Nacional teve bons momentos para reduzir a diferença de gols, o Guarani chegou com perigo algumas vezes também. Nos acréscimos, Matheus Souza acertou um chute sensacional com ótima defesa de Matheus Polentini. Na sequência, Wellington fez o terceiro tento local aos 47, decretando números finais ao animadíssimo jogo na Comendador Souza.




Na base da "terra arrasada", o Nacional se mandou para o ataque tentando pelo menos sofrer um revés menos vexatório


Matheus Souza acertou esse belo chute no final do jogo. Matheus Polentini evitou o sexto tento campineiro


Placar final da insólita partida no Nicolau Alayon. Não é sempre que vemos um marcador assim

Pode-se dizer que o Nacional 3-5 Guarani foi histórico. Foram três longas marcas quebradas: foi a primeira vez que a gloriosa agremiação da Zona Oeste sofreu uma derrota por esse marcador desde 1984 atuando fora de casa (contra o São Bernardo no Baetão), desde 1947 em São Paulo (o famoso duelo contra o Flamengo, a última vez que jogaram como São Paulo Railway) e desde 1943 no seu estádio (contra o Corinthians pelo estadual, ainda como SPR). Além disso, o antigo vice-líder agora é o lanterna do Grupo 5, complicando a sua situação. O Bugre subiu ao terceiro lugar e volta a ter chances reais de classificação.

Voltei ao Nicolau Alayon na quarta-feira com um amistoso monstro pela última rodada da fase inicial da Segundona Paulista na nossa sempre eficiente pauta livre. Confronto de eliminados é sempre foco das nossas coberturas.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 3-5 Guarani

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Paulo César Francisco; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Alanderson, Reinaldo, Lucas Silva, André Rocha, Wellington, Gabriel, Heitor, Caio, Luan, Bruno; Cartão vermelho: Alanderson 33 do 2º; Gols: João Pedro 7, Bruno Paulo 23, 25, Caio 27, Matheus 34 e Bruno Paulo 36 do 1º, Gabriel 14 e Wellington 47 do 2º.
Nacional: Matheus Polentini; Alanderson, Gabriel, Diego Chiclete (Reinaldo) e Matheus; André Rocha, Wellington, Matheus Teta e Vinicius (Fernando); Tavares e Lucas Silva (Adriel Bahia). Técnico: Tuca Guimarães.
Guarani: Carlos Henrique; Mateus Ludke, Bruno, Titi e Heitor; Caique, Caio (Júlio), Keverthon (Urbano) e Matheus Souza; João Pedro (Luan) e Bruno Paulo (Alan). Técnico: Baresi.
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