quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Goleada nacionalista contra o Olímpia no retorno ao Alayon

Texto e fotos: Fernando Martinez


Terminada a saga do JP na Copa São Paulo já estamos de volta com aquela cobertura marota nas divisões de acesso do estado. Iniciamos os trabalhos no futebol profissional de 2020 com o glorioso retorno dos jogos do Nacional na capital bandeirante, pena que no Campeonato Paulista da Série A3 após o lastimável rebaixamento no ano do centenário. O adversário da estreia no Estádio Nicolau Alayon foi o Olímpia.

Pode ter se passado quase um ano do fatídico 30 de março de 2019, data do confronto contra o Juventus que rebaixou o clube, porém eu ainda não me conformo com a queda para o terceiro nível do futebol paulista. Foram vários os erros e é bastante incômodo ver a agremiação de novo na A3. Pelo menos a expectativa é que todos os absurdos que vimos na Comendador Souza durante a Copa Paulista não devem se repetir. Sem entrar em detalhes, posso dizer seguramente que foi o ponto mais baixo da centenária história da equipe. Nem em 2011, ano da pior campanha da sua história na Segundona, a coisa foi tão feia. Charles Miller, o pai do futebol brasileiro que teve suas origens na São Paulo Railway, com certeza deu várias voltas no túmulo.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Olímpia Futebol Clube - Olímpia/SP


Os capitães posam para o JP junto com o árbitro Daniel Carlos Luciano Fernandes, os assistentes Leandro Fernandes Rodrigues e Leonardo Jose Rodolfo Brandini e o quarto árbitro Ricardo Bittencourt

Os nacionalistas começaram a campanha com um bom empate contra o Paulista de Jundiaí fora de casa. E nada melhor do que enfrentar o Galo Azul nessa primeira peleja dentro dos seus domínios. Foi justamente contra esse adversário que o Nacional conquistou o acesso para a A2 em 2017. Mostramos aqui a derrota do escrete ferroviário no jogo de ida por 2x1. Na volta, vitória no tempo normal e nos pênaltis. Duas semanas depois, os então recém-promovidos foram campeões da Série A3 pela terceira vez na história.

O quórum para essa partida foi acima da média e contou com Milton Haddad, sempre com seu exemplar do Manifesto Comunista debaixo do braço, Victor Minhoto, o Dirty Harry do sul mineiro, e a dupla alvinegra Mário e Ricardo Espina. Rapaziada fina, elegante e sincera que também estava ligada no arbitral da Segundona que acontecia na sede da FPF próxima do Alayon.

Pena que o primeiro tempo do duelo tenha sido bem fraquinho. A rigor o Nacional criou apenas duas grandes chances de perigo. A primeira aos 15 minutos com um belo chute de Léo Ribeiro e defesa de Janílson e a segunda de novo com o camisa 11. O cruzamento de Thiago Pereira pela esquerda encontrou o avante local, mas ele chutou fraco pela linha de fundo. Já o time visitante nada fez e pouco foi ao setor ofensivo. O resultado parcial foi um óbvio 0x0.


Lauder, camisa 7 nacionalista, tentando o domínio dentro do Olímpia


O primeiro tempo foi fraco e com raras emoções. O Nacional foi pouco efetivo nas suas investidas


André Rocha (5) cruzando a bola dentro da área visitante

Tudo que não aconteceu na etapa inicial aconteceu na final, para a alegria da maior parte dos presentes. Os comandados de Tuca Guimarães mostraram muita vontade e aplicaram uma goleada até certo ponto inesperada. O detalhe é que a primeira oportunidade de perigo do segundo tempo foi do Olímpia aos três minutos. Mizael, camisa 3, completou escanteio da direita e, sozinho na pequena área, cabeceou na trave de Luís Henrique. O arqueiro tocou de leve na pelota antes dela encontrar o travessão.

Aos sete, depois de escanteio curto - sim, vocês leram certo - a bola foi cruzada na área visitante e André Rocha encheu o pé da entrada da área e abriu o marcador. Aos 12, Emerson Mi recebeu um passe primoroso de Léo Ribeiro e, sozinho dentro da área, chutou longe da meta. Aos 25 Vinícius Faria fez um golaço quando recebeu no campo de defesa, passou por quatro defensores, entrou na área e tocou no canto direito.

Totalmente abatido, o Olímpia passou a ver o ataque nacionalista dar show. Aos 37, Matheus Teta, mais conhecido como Matthew Boob nos Estados Unidos, rolou para André Rocha, ou Andrew Rock no estrangeiro, e o camisa 9 ampliou a vantagem num chutaço de fora da área. Aos 41 a zaga visitante fez uma lambança de responsa e o camisa 17 Edson marcou o quarto tento paulistano. Na saída de bola o grande Felipe Fumaça marcou um belo gol e diminuiu o prejuízo do Galo.


O belo chute de André Rocha, o Andrew Rock, que abriu o marcador no Alayon


Comemoração dos atletas locais... cena que aconteceu quatro vezes no tempo final


O Olímpia pouco fez no tempo final e saiu de campo debaixo de uma goleada

O placar de Nacional 4-1 Olímpia saiu melhor do que a encomenda para o pessoal da Zona Oeste. Será um calvário e a esperança é que possam conquistar o acesso se possível na atual temporada. Na próxima rodada, o adversário será o Comercial de Ribeirão Preto, também na capital. O Olímpia vai tentar a reabilitação contra o Barretos no Maria Tereza Breda.

Saímos da Comendador Souza sem escalas até a sede da FPF para pegar algumas informações sobre a Segundona 2020. Lamentavelmente os dirigentes fizeram uma bobagem e ressuscitaram a quinta divisão no ano que vem. Entrarei no mérito disso quando o certame começar no próximo mês de abril. Já adianto que provavelmente foi um enorme tiro no pé.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Nacional 4-1 Olímpia

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Daniel Carlos Luciano Fernandes; Público: 255 pagantes; Renda: R$ 2.970,00; Cartões amarelos: Lauder, Thiago Pereira, Ricardo; Cartão vermelho: Lauder 20 do 2º; Gols: André Rocha 7, Vinícius 25, André Rocha 37, Édson Capa 41 e Felipe Fumaça 43 do 2º.
Nacional: Luís Henrique; Alanderson, Gabriel, Diego Chiclete e Thiago Pereira; André Rocha, Lauder, Matheus Teta e Emerson Mi (Ricardinho); Vinícius (Édson Capa) e Léo Ribeiro (Palito). Técnico: Tuca Guimarães.
Olímpia: Janílson; Yan, Mizael, Márcio e Lucas; Cleverson (Rodrigo), Jean Theodoro, Paulo Vítor e Felipe Fumaça; Ricardo (Vinícius) e Thiaguinho (Linik). Técnico: Alexandre Ferreira.
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