sexta-feira, 6 de setembro de 2019

São Paulo na semi da Copa do Brasil sub-17 após derrotar o Tubarão

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde fria da última quarta-feira voltei a acompanhar um campeonato que não pintava nas nossas páginas há dois anos, a Copa do Brasil sub-17. Fui ao Estádio Laudo Natel, também conhecido como CT de Cotia, para o confronto de volta das quartas-de-final entre São Paulo e CA Tubarão. Depois de perder o onze catarinense duas vezes esse ano - na Copinha e na Série D - finalmente eles entraram na minha Lista como o time de número 685.

Esse é o segundo time com esse nome a fazer parte da Lista. O primeiro foi o Tubarão FC, nascido em 1992 e falecido em 2005. Ele foi o sucessor do antológico EC Ferroviário, campeão estadual em 1970 e que sumiu pois quiseram criar um time "com maior apelo" usando o nome da cidade, algo que vira e mexe não dá certo. Em 11 de novembro de 2001 estive em Mogi Mirim e acompanhei o confronto do saudoso Sapão com o Tricolor pela Série C nacional. Não irei me estender, mas a história daquela tarde chuvosa de domingo fará parte do livro do JP quando ele ver a luz do dia. Foi um dos grandes momentos da minha longa presença nos estádios paulistas.


Times perfilados para o hino nacional antes do apito inicial. Sem conseguir a autorização para fazer as fotos oficiais, nos resta publicar essa mesmo

Assim como fez no sub-20, a CBF mudou a forma de classificação para as copas nacionais de base em 2019. De 2013 a 2018 participavam os 20 clubes da Série A e doze da Série B. Na atual temporada ela passou a ser uma Copa do Brasil de verdade com todos os 27 campeões estaduais e os cinco vices das melhores federações no ranking. Isso trouxe equipes geniais ao torneio como o o SEDUC/MS, Confiança da Paraíba, Porto Vitória/ES e o genial 1º BPM de Tocantins.

Campeão da competição em 2013, o São Paulo estava com 100% de aproveitamento antes dessa pessoa após eliminar 1º BPM e Atlético/GO nas fases anteriores. Os catarinenses derrotaram o Piauí na fase inicial e nas oitavas o Carajás/PA. Na partida de ida, triunfo paulista por 4x2 e a vaga quase na mão, já que perder por três gols de diferença em casa era altamente improvável. Nessa jornada tive a companhia do amigo-abelha Renato Rocha e do mago das Copas, Caio Buchala.

A dupla de amigos são-paulinos ficou feliz com a apresentação do time de coração. Em nenhum momento o tricolor sofreu pressão ou teve a classificação ameaçada. Eles foram amplamente superiores e criaram um rol de boas oportunidades de todas cores e sabores. João Adriano foi o autor da primeira boa chegada aos sete minutos em chute de longe. Aos 18, o mesmo João Adriano recebeu na entrada da área e dividiu com o goleiro. A bola sobrou para Talles Wander e o camisa 9, com o gol livre, só teve o trabalho de marcar.

O único lance perigoso do Tubarão aconteceu aos 21 minutos. Young, goleiro paulistano, pegou bem uma finalização da entrada da área. Na sobra, Douglas chutou e Luizão salvou em cima da linha. Aos 30, em ótima trama de todo o ataque tricolor, Pagé finalizou e a bola passou raspando. Quando o intervalo chegou, o marcador do CT de Cotia apontava a vitória parcial pela contagem mínima da agremiação do Morumbi.


Ataque catarinense pela esquerda no começo da peleja


O Tubarão tentou, mas a zaga são-paulina esteve bem postada durante todo o jogo


O camisa 3 local Pablo em um dos vários momentos de perigo no segundo tempo

Aproveitei a deixa e fui fazer uma boquinha. Aliás, se trabalhar ali é uma coisa simplesmente horrorosa de tão chata por conta de tanta frescura (não conseguimos nem foto da escalação local, para terem uma ideia), pelo menos a lanchonete é muito bem servida. Tive o prazer de degustar um dos melhores pastéis que já comi até hoje num campo de futebol. Recheio caprichado e massa saborosa, ganhou fácil o Selo JP de qualidade.

Satisfeito com a iguaria, voltei ao meu lugar e logo no primeiro lance da etapa final o São Paulo ampliou sua vantagem com um golaço de Pedrinho de fora da área. Nos minutos seguintes, mais dois tentos foram marcados, ambos anulados por impedimento. Aos 29, Théo acertou um tirambaço na trave e Pagé também parou no travessão aos 35. Foi somente aos 44 que o tricolor conseguiu fechar a fatura depois que Cachoeira completou de cabeça um cruzamento da direita e a pelota encobriu o goleiro, morrendo no fundo do gol.


Cachoeira (22) chutando colocado e levando perigo para a meta do Tubarão



Bola no fundo das redes do onze catarinense... mais um gol do São Paulo. Na segunda foto, a comemoração de Cachoeira

Placar final em Cotia: São Paulo 3-0 Tubarão. O triunfo tranquilo manteve o escrete paulista com 100% de aproveitamento no certame e classificado para a semi-final. O adversário agora será o Vasco da Gama, que tirou o Ceará nos pênaltis. A outra semi também será de paulistas contra cariocas com o duelo entre Palmeiras e Fluminense. Promessa de joguinhos legais à vista.

A pauta livre do JP voltou à atividade na noite de quinta-feira com um sensacional amistoso olímpico no Pacaembu, apenas a terceira vez que uma seleção brasileira masculina atuou na velha cancha nos últimos 51 anos. Apesar do horário e da chuva que caiu em São Paulo, não tinha como perder de jeito nenhum.

Até lá!

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Ficha Técnica: São Paulo 3-0 Tubarão

Competição: Copa do Brasil sub-17; Local: Estádio Marcelo Portugal Gouvêa (Laudo Natel) (Cotia); Árbitra: Regildenia de Holanda Moura (SP); Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Léo, Marquinhos, Pablo (SP), Jadson, Breno (Tub); Cartão vermelho: Breno 40 do 2º; Gols: Talles Wander 18 do 1º, Pedrinho 1 e Cachoeira 44 do 2º.
São Paulo: Young; Flávio, Pablo, Luizão e Gabriel; Léo (Théo), Pedrinho (Palmberg), Pagé (Lucas) e João Adriano (Maioli); Marquinhos (Cachoeira) e Talles Wander (Cauê). Técnico: Rafael Paiva.
Tubarão: Davi; Wesley, Breno, Mateus Magallanes e Hyago (Marquinhos); Paulo, Jadson (Ruggere), Douglas (Ian Abreu) e Jean Lucca; Eduardo Tanque (Cryzan) e Kassio Nathan (Lucas Oliveira). Técnico: Alysson Silveira.
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