segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Pacaembu recebe pela primeira vez duelo da Copa Paulista

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde de sexta-feira a programação sempre especial do JP contou com uma partida totalmente especial na pauta. No gramado do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Corinthians recebeu a Portuguesa pela terceira rodada do returno da fase inicial da Copa Paulista. Foi a primeira vez que o velho campo paulistano recebeu um jogo dessa competição na história mesmo se levarmos em conta os torneios equivalentes das décadas de 60 a 80.

Essa também foi a primeira apresentação lusitana no Pacaembu desde 23 de maio de 2015. Naquela data, o adversário foi o Brasil de Pelotas e a peleja, válida pela Série C, terminou empatada em 1x1. A cancha já foi palco de cerca de 800 duelos da Lusa desde sua inauguração em 1940, sendo o segundo local em que a quase centenária agremiação mais atuou na sua história. Pena que a terrível situação em que o clube se encontra nos deixe sem saber qual será a próxima vez que atuarão na tradicional praça de esportes.


Sport Club Corinthians Paulista - São Paulo/SP


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


Capitães dos times, o árbitro Salim Fende Chavez, os assistentes Diogo Correia dos Santos e Rodrigo Meirelles Bernardo e o quarto árbitro Antônio Carlos Santana posando para as lentes do JP


Torcida lusitana marcando presença no Pacaembu. Foi a primeira vez que atuaram ali desde 2015

Aproveitando a oportunidade, vale sempre dizer que apesar de alguns pesquisadores de renome seguirem o conceito que "jogos de Copas estaduais não entram nas estatísticas oficiais", eu incluo normalmente os compromissos corintianos nas minhas pesquisas, já que apesar de atuarem com um elenco sub-23, o que vale é o que está no regulamento: é um campeonato profissional e não restritivo. Rola um asterisco, mas não incluir na listagem a meu ver é um erro histórico.

Falando de Corinthians (sem o "B", claro), a performance até então era bem pífia: lanterna do Grupo 3 com quatro pontos, cinco derrotas, um empate e apenas um triunfo. A Lusa não estava muito melhor e ocupava na vice-lanterna com sete pontos ganhos. Vindo de uma vitória contra o Nacional, a ideia era tentar conquistar a segunda vitória consecutiva em busca, claro, da difícil vaga na próxima fase.

Embalados pelo triunfo da terça-feira, eu cheguei a crer que os comandados de Zé Maria eram levemente favoritos. Ledo engano. A atuação lusitana foi ridícula e bem abaixo da média. Como o escrete mosqueteiro também não foi nada bem, presenciei talvez o pior primeiro tempo da atual temporada. Para não dizer que os rubro-verdes nada fizeram eles até tiveram um momento bom aos nove minutos. Maicom Jesus cruzou e Doda completou no bico da pequena área. A bola passou perto da trave direita... e foi só.

O forte calor não deu trégua e a partida se arrastou. O alvinegro assustou apenas aos 37 minutos em cabeçada de Warian que passou por cima após levantamento da esquerda. A probabilidade de sair um gol era mínima, porém, contrariando a expectativa, ele saiu aos 45. A Portuguesa cobrou um lateral errado e a bola parou com Rodrigo Figueiredo. Ele chapelou com classe um marcador, avançou pela direita e tocou no meio da área para Warian. O camisa 7 só teve o trabalho de tocar na saída de Rafael Pascoal, deixando os alvinegros em vantagem na chegada do intervalo.


Ataque lusitano pela esquerda


Atacante da Portuguesa no chão... mas não foi falta


Boa chegada visitante em bola alçada na área mosqueteira


Renan Brainer (2) subindo sozinho para fazer o corte

Continuei acreditando no impossível e me mantive perto do ataque visitante no tempo final. A atuação não foi tão desastrosa quanto a da primeira etapa, mas a melhora foi pouco significativa. Os dois melhores - e únicos - momentos saíram dos pés de Doda aos 14 e 15 minutos. Em ambos, o camisa 10 finalizou bem e Filipe mostrou serviço evitando o empate certo, principalmente no segundo chute. Tirando isso, um festival de passes errados e finalizações equivocadas. Três momentos decentes em 90 minutos é muito pouco.

A torcida visitante obviamente não aprovou a performance e xingou à exaustão. As homenagens foram intensificadas conforme o limitado time corintiano achava enormes buracos no setor defensivo adversário e neles quase ampliou a vantagem. Só não fez pois os seus atletas também não são nenhuma Brastemp e erraram demais. Quando o árbitro apitou pela última vez, o placar eletrônico mostrava o resultado final de Corinthians 1-0 Portuguesa.


Bola lançada em profundidade no ataque rubro-verde no começo do tempo final


Corintiano e lusitano apostando corrida no histórico gramado do Pacaembu


Pelo alto a Lusa tentou o empate e não teve nenhum sucesso


Defensor alvinegro tomando a bola de atleta da Portuguesa


Placar final do primeiro jogo de Copa Paulista no Pacaembu. Agora resta saber quando veremos novamente a Portuguesa atuando na velha cancha

Essa foi a quinta derrota da Lusa em oito jogos disputados na Copa Paulista. Agora os alvinegros possuem os mesmos sete pontos e ambos estão dois atrás do Nacional, que fez o favor e também perdeu na rodada. Faltando duas rodadas, já está claro que Juventus, Taubaté e Desportivo Brasil se classificarão. A vaga restante será disputada pelo trio paulistano e o menos pior irá se garantir entre os 16. Vai ser difícil definir, já que todos estão fazendo um enorme esforço para ficarem de fora.

Falando em Nacional, no sábado a pauta livre do JP reservou outra apresentação do onze ferroviário dentro de casa e, como não poderia deixar de ser, fui conferir de perto tudo o que o time (não) fez contra o Desportivo Brasil.

Até lá!

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Ficha Técnica: Corinthians 1-0 Portuguesa

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Salim Fende Chavez; Público: 402 pagantes; Renda: R$ 3.600,00; Cartões amarelos: Marcio Ferrari, Warian, Jordan Souza, Igor Morais, Jorge Colman, Rodrigo (Cor), Gustavo Eugênio (Por); Gol: Warian 45 do 1º.
Corinthians: Filipe; Renan Brainer, João Victor, Igor Morais e Lucas; Jordan Souza, Warian, Marcio Ferrari (Rodrigo) e Rodrigo Figueiredo (Jordan); Jorge Colman (Hugo Borges) e Gabriel Silva. Técnico: Édson Leivinha.
Portuguesa: Rafael Pascoal; Hudson, Henrique Motta (Gustavo Eugênio), Garutti e Igor (Vilares); Jonatas Paulista, Clebinho, Gerley e Doda; Naná (Luiz Thiago) e Maicom Jesus. Técnico: Zé Maria.
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