terça-feira, 20 de agosto de 2019

Nacional vacila (mais uma vez) e se complica na Copa

Texto e fotos: Fernando Martinez


A "maldição do centenário" que atingiu várias agremiações brasileiras sem dúvida está cumprindo seu papel no Nacional. O time ferroviário vem fazendo uma temporada muito abaixo da média e o confronto do sábado contra o Corinthians pode ter sido o último no Estádio Nicolau Alayon em 2019. Dá pra contar nos dedos os jogos realmente bons do clube no ano... e o duelo contra o mosqueteiro não é um deles.

O escrete da Zona Oeste chegou a essa rodada com nove pontos após oito rodadas disputadas no Grupo 3 da Copa Paulista. Se derrotassem o alvinegro e o Juventus não fosse derrotado pela Portuguesa no domingo, chegariam classificados na última rodada. Mas a palavra "tranquilidade" nos existe pelos lados da Comendador Souza, e a vaga na segunda fase ficou seriamente ameaçada com tudo o que (não) aconteceu no final de semana.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Sport Club Corinthians Paulista - São Paulo/SP


O árbitro Thiago Lourenço de Mattos, os assistentes Alex Alexandrino e Vladimir Nunes da Silva, o quarto árbitro Marcelo de Jesus Santos e os capitães dos times

Fui sozinho para o meu 48º cotejo seguido dos ferroviários na sua casa, mantendo a série que vem desde setembro de 2016. Lá na cancha encontrei o alvinegro Bruno torcendo por um triunfo do fraco elenco sub-23 do Corinthians. E se não fosse a presença do amigo roqueiro, o primeiro tempo teria sido ainda mais difícil de acompanhar por conta de tanta falta de inspiração dos dois lados.
       
Nesse mar de desânimo e lances sem sentido, o alvinegro ainda conseguiu ser melhor, levando perigo em dois momentos. No primeiro, aos sete minutos, Lucas cobrou falta na área e Marcio Ferrari cabeceou com perigo. No segundo, aos 24, o melhor momento visitante em toda a peleja. Rodrigo Figueiredo bateu falta no canto direito e Felipe fez milagre. No rebote, Marcio Ferrari mandou na trave e na sobra o mesmo Rodrigo finalizou e a zaga salvou. Já o Nacional... bom, os donos da casa nada fizeram. Nada.


Zagueiro corintiano se esticando todo para fazer o corte


Atacante nacionalista fazendo pressão em atleta adversário na linha de fundo


Uma das boas chegadas alvinegras no tempo inicial

O papo do técnico Felipe Alves nos vestiários do Nicolau Alayon deve ter sido bom, pois a postura nacionalista foi outra na etapa final. A modorrenta atuação deu lugar a uma equipe que, se não tem uma técnica brilhante, pelo menos criou vários bons momentos para abrir o marcador. O que complicou de verdade foi o último toque, aquele vilão sempre presente no atual cenário futebolístico do país.

Aos seis minutos Caio Mendes foi o responsável pela primeira boa chance em falta cobrada na área que passou por todo mundo e parou nas mãos do arqueiro Filipe. Na sequência, o primeiro e único bom momento alvinegro até os acréscimos quando Warian recebeu na intermediária e, de perna direita, chutou colocado no canto. A bola fez uma curva incrível e saiu tirando tinta da trave. Depois disso, só os donos da casa jogaram.

Aos 24, numa investida pela direita, Alan cruzou e a pelota encontrou Gabriel Mendes na pequena área. A finalização saiu perto da trave esquerda. O clima era elétrico e aos 35, o Nacional teve falta cobrada por Gabriel no bico da área. A bola espirrou na barreira e, após de bate-rebate pelo alto, sobrou pro camisa 17 Vinícius Faria. Ele desviou de cabeça e o goleiro Filipe fez milagre. No minuto seguinte foi a vez de Matheus Lu cruzar da direita e Renan Brainer, 2 do Timão, se antecipar e mandar pela linha de fundo. Uma fração de segundo a mais e Michael Tuíque teria marcado.

O alto número de chances criadas sem que o gol saísse foi desanimando boa parte dos presentes, todos sabendo que a situação poderia se complicar bastante dependendo do resultado de Portuguesa e Juventus no domingo. No último minuto, mostrando que não era dia dos avantes nacionalistas, a bola chegou na área e, no afã de chutarem no gol, três atletas locais se embananaram e jogaram fora a última oportunidade. Nos acréscimos quase que o caldo entorna de vez quando Renan Brainer recebeu livre na direita, livre de marcação, e chutou em cima de Felipe Lacerda.


Filipe subindo para neutralizar ataque do Nacional


Lance em que três atletas nacionalistas se atrapalharam e perderam grande chance


Outro ataque local pelo alto no fim da peleja

O placar final de Nacional 0-0 Corinthians foi ruim para ambos e ficou ainda pior na tarde do domingo quando a Lusa derrotou o Moleque Travesso no Canindé. Na última rodada o onze ferroviário, que agora soma sete jogos sem vencer, precisa derrotar o Juventus na Rua Javari e torcer contra os rubro-verdes em Taubaté. Os dois tem a mesma pontuação, só que a Portuguesa está na frente por ter vantagem no número de vitórias. O ano do centenário pode terminar de forma lamentável no próximo sábado.

Com essa cobertura, encerrei o final de semana futebolístico. A bola vai voltar a rolar a partir de quinta-feira com decisões no sub-20 e também, claro, na Copa Paulista.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 0-0 Corinthians

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Thiago Lourenço de Mattos; Público: 232 pagantes; Renda: R$ 2.760,00; Cartões amarelos: Veloso, Caio Mendes (Nac), Yuri, Igor Morais, Renan Brainer (Cor).
Nacional: Felipe Lacerda; Veloso, Guilherme, Felipe e Caio Mendes; Rogério Maranhão, Matheus Lu, Alan Cristian e Emerson Mi (Gabriel Mendes); Luciano Pintinho (Michael Tuíque) e Éder Paulista (Vinícius Faria). Técnico: Felipe Alves.
Corinthians: Filipe; Renan Brainer, Igor Morais, João Victor e Lucas; Jordan Souza, Warian, Marcio Ferrari (Yuri) e Rodrigo Figueiredo (Reifit); Jorge Colman (Rodrigo) e Gabriel Silva. Técnico: Edson Leivinha.
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