quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Portuguesa perde outra e está na lanterna da Série A2

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fechei a rodada dupla do domingo num daqueles confrontos geniais que tanto gostamos: duelo do último contra o penúltimo do Campeonato Paulista da Série A2. O problema foi que, seguindo no processo "como acabar com um clube", um dos envolvidos era a Portuguesa, o outro o Penapolense. Foi mais um capítulo da sofrida via crucis lusitana na competição. O palco foi o abandonado Estádio Oswaldo Teixeira Duarte.

A Lusa vem fazendo uma campanha horrorosa e nas oito primeiras rodadas empatou cinco vezes e perdeu três. Com os resultados da rodada do sábado, ela entrou na zona de rebaixamento e precisava derrotar o lanterna Penapolense, também sem nenhuma vitória, se quisesse sair da incômoda posição. Nenhuma novidade sabendo do cenário de terra arrasada que temos pelos lados do Canindé. A cada rodada que passa, tenho mais certeza que os tempos de glória e jogos grandes vai demorar para voltar.

Detalhe: a diretoria lusitana teve a brilhante ideia de estipular o valor do ingresso em R$ 100 na atual temporada tentando forçar os torcedores a comprarem o carnê que que dá direito a ver todos os jogos por R$ 140. O lance do carnê em si é ótimo, o que não pode é definir um valor abusivo desses no ingresso cheio. Essa ideia estúpida só nos faz crer que o trabalho está sendo feito com o claro intuito de acabar com a quase centenária agremiação paulistana. Se não for isso, não faz sentido nenhum.


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


Clube Atlético Penapolense - Penápolis/SP


O simpático quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Leandro Carvalho da Silva, os assistentes Alex Alexandrino e Fernando Afonso de Melo e o quarto árbitro Thiago Lourenço de Mattos. Na imagem, também os capitães das duas equipes


O delegado da FPF na partida foi José de Assis Aragão, figura histórica do futebol brasileiro. Antes do jogo lembramos dos seus tempos de técnico e suas duas passagens pelo Nacional nos anos 90

O clima nas arquibancadas, claro, não era nada tranquilo. Nem bem a bola tinha rolado e a rapaziada já estava xingando Deus e o Mundo. Nenhum atleta foi poupado dos apupos e vaias e cada toque errado, a cada finalização desperdiçada e a cada bola perdida. O Penapolense não tem um time bom, só que conseguiram se aproveitar do nervosismo local e construíram uma senhora vantagem já na etapa inicial.

O primeiro gol visitante foi marcado aos 32 minutos. Douglas cruzou da direita e o zagueiro Lucas Bahia deu uma furada antológica quando mergulhou tentando o corte. A pelota então sobrou para Ricardinho. Ele matou e chutou de primeira, colocando no canto esquerdo de Rafael Pascoal. Nos acréscimos, a zaga rubro-verde assistiu Rafael Sayão avançar e tocar na esquerda para Franklin. O camisa 6 entrou na área e chutou no contra-pé do arqueiro, ampliando a vantagem visitante.

Se o ambiente já não estava legal, esse 0x2 deixou a coisa numa vibe terrível. Só um milagre no tempo final faria a galera sair do estádio um pouco menos revoltada. Milagre, pois quando a peleja recomeçou, nada mudou. O novo comandante, o técnico Paulo Roberto, provavelmente arrancava os cabelos na cabine. Vale registrar que os jogadores da Portuguesa pelo menos tentavam. O problema é que a capacidade técnica deles não é muito grande.


Início de ataque lusitano no começo do duelo contra o Penapolense


Boa saída do gol de Rafael Pascoal em ataque aéreo visitante



Duas investidas rubro-verdes pelo setor direito

O escrete paulistano chegou dentro da área do CAP algumas vezes e em nenhuma delas criou uma oportunidade digna de registro. Como desgraça pouca é bobagem, o Penapolense chegou aos 3x0 aos 25 minutos num ataque bem despretensioso. João Lucas aproveitou bola espirrada na intermediária e acertou um chutaço no canto esquerdo. Tudo bem que a situação é péssima, porém nem o torcedor mais pessimista imaginava que sofreriam uma goleada do lanterna em casa.

Na saída de bola a Lusa diminuiu com Fernandinho aproveitando rebote da zaga e com a bola desviando na zaga. Aos 38, o mesmo Fernandinho fez o segundo em cobrança de pênalti que bateu na trave antes de entrar. Com cerca de 10 minutos faltando, rolou uma pressão em busca do empate. Foi uma blitz um tanto quanto desorganizada em que o goleiro da Pantera da Noroeste pouco trabalhou. Logo, o marcador não sofreu alteração.


Uma tímida ofensiva da Portuguesa no tempo final


Escanteio pela direita e boa saída do goleiro Samuel Pires


O primeiro gol paulistano foi marcado por Fernandinho em cobrança de pênalti aos 33 do segundo tempo


Já que a situação lusitana não está fácil, pelo menos dá pra descansar um pouco na arquibancada do Canindé

O placar final de Portuguesa 2-3 Penapolense colocou os paulistanos na lanterna da Série A2 após nove rodadas realizadas. Inacreditável como o fundo do poço no Canindé parece não ter fim. Há seis anos, era um clube que jogava A1, Série A do nacional e Copa Sul-Americana. Hoje está perto de disputar a Série A3 no seu centenário. Triste ver a Lusa cada vez pior e sem nenhuma expectativa de mudança.

A sorte foi que no exato momento do apito final um dilúvio imenso deu as caras na Zona Norte e espantou a torcida. O protesto feito antes da partida não se repetiu depois dela. Foi o que salvou diretoria e atletas. Na semana que vem os rubro-verdes visitarão o Taubaté em busca da primeira vitória. Daqui a duas semanas, receberão o Nacional na sua casa.

Foi isso. Fui até o metrô e ainda tive que dar uma passeada no ar condicionado antes de retornar à Pinheiros. Apesar da noite ter chegado, os blocos ainda estavam bombando e o mundo estaria na redondeza. Desci uma estação antes e fui a pé em meio aos foliões, passando menos perrengue do que imaginava. Ufa.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Portuguesa 2-3 Penapolense

Competição: Campeonato Paulista Série A2; Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Leandro Carvalho da Silva; Público: 587 pagantes; Renda: R$ 11.570,00; Cartões amarelos: Lucas Bahia (Por), Osmar, Guilherme e Rafael Sayão (Pen); Gols: Ricardinho 32 e Franklin 47 do 1º, João Lucas 25, Fernandinho 33 e 38 (pênalti) do 2º.
Portuguesa: Rafael Pascoal; Hudson, Lucas Bahia, Polidoro e Bruno Costa (Cesinha); Jonatas Paulista, Paulinho (João Gurgel), André Rocha (Luizinho) e Bruno Ribeiro; Matheus Rodrigues e Fernandinho. Técnico: Paulo Roberto Santos.
Penapolense:  Samuel; Douglas, Guilherme, Alex Flávio e Franklin; Raniele, Jácio (Willian), Carlos Henrique (João Lucas) e Rafael Sayão; Ricardinho e Osmar (Jefferson). Técnico: Edson Só.
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Taboão da Serra quebra o jejum de 20 jogos sem vitórias

Texto e fotos: Fernando Martinez


No último domingo quebrei o tabu de onze meses sem ver uma rodada dupla de futebol profissional. Na real eu não tinha outra alternativa, já que precisava sair bem cedo da região de Pinheiros, caso contrário ficaria ilhado ali o dia inteiro por causa do infernal pré-carnaval paulistano e a previsão de mais de um milhão de pessoas ocupando o pedaço. Iniciei os trabalhos sob quase 30 graus de temperatura no Estádio José Liberatti pelo Campeonato Paulista da Série A3. Não teve GEO ou Audax em pauta, e sim o Taboão da Serra, que recebeu o Monte Azul pela nona rodada.

O CATS não vem atuando no Vereador José Feres por conta de uma grande briga com a prefeitura local. A cancha já tinha perdido o direito de ser sede da Copinha e não há previsão de quando poderão retornar ao seu lar. Os dois primeiros compromissos foram realizados em Guarulhos e desde então estão jogando no Rochdale. Com toda essa confusão o "fator casa" foi pro espaço. Nos quatro jogos como mandante, três empates e uma derrota. Pior, o time não fez nenhum gol mesmo contando com a presença do veteraníssimo Túlio Maravilha. O camisa 1000, por sinal, já pegou o boné e se mandou.

Tive a companhia do amigo Bruno nessa jornada. Resolvemos ir de táxi para economizar tempo. Pena que eu atrasei um pouco e chegamos na praça de esportes osasquense no exato momento em que o árbitro apitava pela primeira vez (graças a isso não teremos as fotos oficiais nesse post). Faço questão de registrar aqui o breve perrengue que passei. Já estava quase no gramado quando me toquei que tinha deixado minha carteira no táxi. Só deu tempo de sair correndo no meio da rua atrás do veículo. O milagre foi que o motorista estava andando em baixa velocidade e, esbaforido, consegui alcançá-lo, recuperando a carteira. De vez em quando a Dona Sorte está do nosso lado. Nem consigo imaginar a dor de cabeça que seria ter que tirar segunda via de tudo.

Por falar em coisas dando certo, o CATS finalmente conseguiu emplacar uma boa atuação e voltou a sentir o gostinho da vitória (a última tinha sido em 25 de março de 2018, 2x0 em cima do Noroeste na última rodada da A3, numa série de 20 compromissos em branco). Mandando no jogo desde os primeiros movimentos, eles abriram o marcador logo aos sete minutos. Depois de três escanteios consecutivos pela esquerda, a bola foi levantada no primeiro pau na cabeça de Diego Souza. O camisa 10 fez o primeiro tento do Taboão da Serra como mandante na competição após 367 minutos.

O Monte Azul não se encontrava, e aos 19 sofreu o segundo gol. Juan foi lançado por trás dos zagueiros e, vendo o goleiro Caio adiantado, deu de chapa, mandando a bola por cobertura de fora da área. Um golaço que ampliou a vantagem do onze da Grande São Paulo. O fortíssimo calor fez com que a peleja caísse de produção a partir daí. O Monte Azul tentou timidamente diminuir o placar porém, tirando uma ou duas chances pelo alto, não teve nenhum sucesso. A presença inclemente do astro-rei fez com que eu fosse acompanhar a segunda etapa na parte coberta.


O lance do primeiro gol do CATS, marcado de cabeça por Diego Souza


A comemoração pelo primeiro tento do Taboão da Serra como mandante em 2019


Atacante local encarando a marcação visitante


Ataque do CATS pela direita e bola alçada na área do Monte Azul

Sem dar sopa pro azar, o CATS praticamente definiu sua sorte aos 11 minutos. Num ataque da direita, a bola foi cruzada rasteiro na área e Ronaldo Trevizan, zagueiro visitante, tentou cortar. O camisa 3 acabou colocando a pelota dentro do gol defendido por Caio, num daqueles gols contra de almanaque. Na sequência o Monte Azul foi pra cima tentar pelo menos o tento de honra no Rochdale. Ele saiu aos 26 minutos com Lucas Cezane aproveitando rebote do goleiro meio no susto. A rapaziada visitante continuou tentando, mas não ameaçaram a cômoda vantagem local em nenhum outro momento.


Uma das raras chegadas do Monte Azul no primeiro tempo


Boa chegada do escrete taboanense pela esquerda


Cobrança de falta a favor do time do interior

O placar final de Taboão da Serra 3-1 Monte Azul marcou a primeira vitória taboanense desde março de 2018, findando o longo jejum. De quebra fez a equipe subir ao 13º lugar, agora com oito pontos. O alvi-azul ainda está no G8, agora na oitava posição. Faltam seis rodadas para o término da primeira fase e nenhum dos dois pode bobear. Na próxima rodada o Monte Azul recebe o Audax enquanto o CATS visita o Batatais.

Saímos do Rochdale sem pressa pois ainda tinha muito tempo livre até a sessão vespertina. Fomos ao shopping que fica do lado da Estação Osasco e permanecemos ali umas duas horas falando sobre a história do carnaval paulistano além de conversarmos sobre a sequência do "Os Esquecidos" que sairá no meio do ano. Dali voltamos à capital em meio aos foliões na CPTM e, enquanto o Bruno foi curtir um bloco na ZL, eu me mandei pro Canindé. Tinha duelo de último contra penúltimo na A2.

Até lá!

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Ficha Técnica: Taboão da Serra 3-1 Monte Azul

Competição: Campeonato Paulista Série A3; Local: Estádio Prefeito José Liberatti (Osasco); Árbitro: Flávio Roberto Ribeiro; Público: 140 pagantes; Renda: R$ 2.100,00; Cartões amarelos: Danilo e Davi (CATS), Luís e Gabriel (Mon); Cartão Vermelho: Vinícius Cabelo (Mon) após o jogo; Gols: Diego Souza 7' e Ruhan 9 do 1º, Ronaldo (contra) 11 e Danilo 26 do 2º.
Taboão da Serra: Aranha; Samuel, Marcelo, Matheus e Gustavo Damas; Danilo, Paulo Preto (Davi), Bruno e Diego Souza; Róbson (Allan) e Ruhan (Guilherme Radeche). Técnico: Baiano. 
Monte Azul: Caio; Ferrugem, Ronaldo, Tessio (Alan Miranda) e Gabriel Caran (Gelsinho); Lucas Cezane, Casca, Túlio e Luís (Ítalo); Vinícius Cabelo e Gabriel. Técnico: Régis Angeli.
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Nacional arranca o empate contra o Atibaia nos acréscimos

Texto e fotos: Fernando Martinez


Em meio aos infernais blocos pré-Carnaval que travam boa parte da capital paulista, na tarde de sábado fui novamente ao Estádio Nicolau Alayon ver a 41ª apresentação consecutiva do Nacional na sua casa jogando contra um velho conhecido nesses anos 10 do Século 21, o SC Atibaia. Ainda sem vencerem no Campeonato Paulista da Série A2, eram - no papel, claro - o "adversário perfeito" para a agremiação ferroviária voltar a vencer no certame. Foi o primeiro compromisso do antigo SPR como um clube centenário.

Invictos há seis compromissos, o Nacional ocupava a 10ª posição com oito pontos ganhos. Mesmo com essa invencibilidade, o fato de ter empatado cinco dos seis compromissos não ajudou muito para que entrassem no G8. Já a equipe laranja estava na antepenúltima colocação com cinco pontos. Nesse ano o Falcão virou o "Atibaia de Americana" já que vive outra temporada longe da sua cidade e soma doze jogos oficiais sem vitórias (três da Copa Paulista de 2018 e os nove desse ano).

Esse foi o 14º duelo entre Nacional e Atibaia na história. Nos treze anteriores, disputados desde 2012, o Naça venceu seis, aconteceram dois empates e cinco triunfos laranjas. Vale lembrar que essa foi mais uma espécie de reedição da inesquecível final da Segundona 2014, conquistada pelo onze paulistano no dia em que o Jogos Perdidos completou dez anos de vida. Impossível não lembrar sempre do que rolou naquela data.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


O Atibaia não posou com a desculpa de ter chegado atrasado. Fica chato não ter a foto oficial, mas aqui vai o time perfilado na hora do Hino Nacional


O quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Rafael Gomes da Silva, os assistentes Osvaldo Apipe Filho e Leonardo Augusto Villa e a quarta árbitra Regildênia de Holanda Moura posando para as lentes do JP com os capitães dos times

Voltando a 2019, o Nacional começou a peleja à milhão. Logo no primeiro minuto, Michael Tuíque aproveitou vacilo da zaga, entrou na área e chutou forte. Caprichosamente a bola bateu na trave esquerda do arqueiro atibaiense... se ela tivesse entrado certamente teríamos um confronto diferente. Minutos depois o camisa 9 teve novo grande momento quando driblou espetacularmente dois defensores dentro da área e finalizou em cima do goleiro Ariel.

Esse foi o último bom momento local nos primeiros 45 minutos e o Atibaia, mesmo mostrando um futebol bem abaixo da média, tomou conta da partida. Bom, tomar conta naquelas, já que chance de gol mesmo não teve, apesar de ficar o tempo todo com a bola. Quando a etapa inicial estava terminando, o escrete laranja se encontrou e chegou facilmente aos 2x0.

Aos 41, Danilo tocou para Matheus e ele devolveu pro camisa 10. O meia chutou entre os zagueiros e abriu o marcador. Aos 48 saiu o segundo numa jogada que deu raiva. Os atletas paulistanos ficaram apenas olhando uma enorme troca de passes dos jogadores do Atibaia por cerca de dois minutos. Ela terminou com um perfeito passe para Wallace. O camisa 9, sem marcação, entrou na área, driblou Maurício e ampliou.


A zaga do Atibaia rasgando e mandando longe um ataque nacionalista pela direita


Michael Tuíque teve a chance de abrir o placar nesse lance, mas Ariel fez belíssima defesa


Zagueiro do Falcão se preparando pra mandar a bola fora do campo de defesa


Bola viajando dentro da área atibaiense

A atuação nacionalista foi ridícula, não há como negar. A esperança que era o técnico Jorginho pudesse arrumar a casa nos vestiários, assim como fez contra o Sertãozinho, que também teve o placar de 2x0 a favor dos visitantes no intervalo. Só que, diferente daquela vez, o Naça voltou ao relvado de novo jogando muito mal. O Atibaia recuou e os locais não conseguiram criar nenhuma oportunidade relevante até os 28 minutos. A primeira boa chance saiu aos 29 e nela diminuíram o marcador. Matheus cruzou da direita, a bola passou por todo mundo e sobrou no segundo pau. Ortigoza surgiu e fez o dele.

O tento animou os comandados de Jorginho e eles foram pra cima do setor defensivo do Falcão. Vimos quase 20 minutos de ataque contra defesa, porém, chance clara não rolou. Conforme o relógio passava, tudo indicava que o Atibaia venceria pela primeira vez na Série A2. Já estava pensando no que iria escrever em nova derrota nacionalista quando, aos 48 minutos, o milagroso empate aconteceu. Felipe Pernambuco mandou a bola na área. Michael Tuíque ajeitou e Gabriel Santos apareceu cabeceando meio sem querer no canto esquerdo de Ariel, que mandou um golpe de vista maroto e se deu mal. O 2x2 foi bastante comemorado por todos os presentes.


O Nacional retornou ao gramado pro tempo final sem se encontrar


Detalhe do lance que originou o primeiro gol do Nacional. O autor do gol foi Ortigoza


Disputa de bola pelo alto dentro da área laranja


Escanteio a favor do onze paulistano no final da peleja

No minuto seguinte os visitantes ainda tiveram uma falta a favor da entrada da área. Maurício foi bem e impediu o terceiro tento visitante. O placar final de Nacional 2-2 Atibaia não foi bom para os ferroviários, mas pelo menos evitou a tragédia de uma derrota na Comendador Souza. O antigo SPR chegou aos nove pontos e está na 11ª posição. O Falcão, ainda sem vencer, é o 14º com seis pontos. Agora faltam seis rodadas para o término da primeira fase do certame.

Mudando o foco do blog dos últimos tempos no domingo consegui emplacar uma rodada dupla com direito a A2 e A3 no cronograma, algo que não fazia desde março do ano passado. Um absurdo. Vi dois times vencerem pela primeira vez nos respectivos campeonatos nas duas sessões futebolísticas.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 2-2 Atibaia

Competição: Campeonato Paulista Série A2; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Rafael Gomes Felix da Silva; Público: 363 pagantes; Renda: R$ 4.720,00; Cartões amarelos: Éverton Tchê e Gabriel Santos (Nac), Gian, Jé e Roberto (Ati); Gols: Danilo 41 e Wallace 48 do 1º, Ortigoza 29 e Gabriel Santos 46 do 2º.
Nacional: Maurício; Léo Cunha, Gabriel Santos, Éverton Dias e Felipe Pernambuco; Bruno Sabino (Ortigoza), Danilo Negueba, Everton Tchê (Rikelmi) e Emerson Mi (Patrik); Michael Tuíque e Matheus Lu. Técnico: Jorginho.
Atibaia: Ariel; Giovani, Gabriel, Igor e Matheus; Jé, Alagoas (Willian), Gian (Roberto) e Danilo; Wallace (Márcio) e Mineiro. Técnico: Edmílson de Jesus.
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Grande jogo no Alayon e novo empate do Nacional na A2

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na última quarta-feira rolou a sétima rodada do Campeonato Paulista da Série A2 e, pra variar, a peleja que teve cobertura do blog foi a do Nacional. Pela 40ª vez consecutiva estive no Estádio Nicolau Alayon para ver o onze paulistano em ação em casa, dessa vez contra o glorioso Sertãozinho, o Touro dos Canaviais. O JP já é uma espécie de "Blog do Fernando", e de uns tempos pra cá virou o "Blog do Nacional". Culpa da vida profissional e do dever cívico de acompanhar todos os compromissos dos ferroviários nos seus domínios.

Diferente do calor que passei na Comendador Souza nos três primeiros jogos do ano, dessa vez a capital bandeirante estava com uma temperatura decente, cerca de 18 graus. Debaixo desse presente dos céus fui à Zona Oeste pelos trilhos da antiga Santos-Jundiaí e encontrei no caminho o decano Milton Haddad. Na chegada, também já estavam lá a dupla Mário e Rodrigo Leite, Além deles, o roqueiro Renato Rocha e seu repertório infinito de surrealidades. De tabela, o boa praça Bruno Ulivieri aproveitando um descanso na atribulada vida de fotógrafo matando a saudade.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Sertãozinho Futebol Clube - Sertãozinho/SP


O árbitro Danilo da Silva, os assistentes Ricardo Luis Buzzi e Thiago Henrique Alborghetti, o quarto árbitro Paulo Santiago de Medeiros com os capitães dos times

O Touro iniciou a competição com quatro derrotas nas quatro primeiras rodadas e então mandaram embora o técnico, O escolhido para ocupar a vaga foi o lendário José Carlos Serrão e, se ainda não conseguiram vencer, pelo menos somaram dois pontos desde então. Como o Nacional gosta de se complicar com times que estão abaixo na tábua de classificação, certamente não seria uma missão fácil. A história entre os dois, apesar de toda a tradição de ambos, começou apenas em 2002. Nos sete duelos realizados, três triunfos de cada lado e um empate.

A expectativa era a melhor possível lembrando que o Naça tinha vencido seu último compromisso - 1x0 contra o São Bernardo FC no sábado anterior - e queria chegar próximo do G8 com um novo triunfo. Porém a atuação na etapa inicial foi terrivelmente ruim e o Sertãozinho soube se aproveitar das várias falhas defensivas que encontrou. Os ferroviários nem tinham atacado direito e escrete interiorano já vencia por 2x0. O primeiro gol saiu aos 22 minutos num vacilo monstro do setor esquerdo da zaga. Maycon achou uma avenida e tocou no canto de Maurício. Aos 30 marcaram o segundo com o camisa 4 Bruno.

Até o último minuto o Nacional tentou, de forma desordenada e sem nenhuma inspiração, chegar dentro da área do Sertãozinho. Quando o primeiro tempo foi encerrado, os clubes foram aos vestiários com os 2x0 a favor dos visitantes. Ficou claro que somente um choque de realidade poderia recolocar os paulistanos de novo no páreo. A torcida era pro técnico Jorginho conseguir alterar a formação da sua equipe nos 45 minutos finais.


Michael Tuíque recebendo passe pela esquerda do ataque do Nacional


Bola lançada dentro da área do Sertãozinho


Escanteio a favor do onze nacionalista pela direita

 


Em todo jogo do Nacional em casa há uma ação que leva torcedores ao gramado para tentarem acertar o gol em chutes do meio de campo. Contra o Sertãozinho. os amigos Rodrigo Leite, Mário, Bruno Ulivieri e Renato Rocha esbanjaram categoria no relvado

A segunda etapa foi disputada debaixo de uma fina garoa. Foi a primeira vez no ano que senti frio, algo que merece ser mencionado com imensa alegria. Sentado no meu banquinho acompanhei o ataque da casa retornar ao gramado inspirado como ainda não tinha acontecido nessa A2. No primeiro minuto o árbitro marcou um pênalti indiscutível a favor dos nacionalistas. O camisa 2 Danilo Negueba bateu com extrema categoria no ângulo esquerdo de João Guilherme.

O Sertãozinho sentiu o golpe e foi dominado pelos mandantes. O empate era questão de tempo e ele saiu aos 16 minutos... na marra. O Nacional atacou com vontade e a bola ficou zanzando dentro da pequena área. Depois de um enorme bate-rebate, ela sobrou para Josué. O camisa 7 encheu o pé e deixou tudo igual no marcador. Enquanto a garoa virava chuva, os ferroviários continuavam melhores e aos 26 a virada aconteceu. Felipe Pernambuco cruzou perfeitamente na cabeça de Michael Tuique. O atacante e colocou a pelota no canto direito, fora do alcance do arqueiro. Em apenas 24 minutos o Nacional fez mais gols do que nos primeiros 317 na competição.

Com o 3x2 a seu favor. o Naça deu aquela pisada no freio e a partida diminuiu de ritmo. O Sertãozinho pouco fazia e parecia que o onze da Zona Oeste somaria três pontos. Parecia. Numa das raras chegadas dos visitantes, o camisa 3 Jeferson cometeu pênalti de forma infantil. A jogada certamente não daria em nada, mas no afã de fazer o desarme, o defensor foi imprudente. Tom cobrou a penalidade e Maurício, confirmando a ótima fase em que se encontra, defendeu. Só que, no rebote, Alex Gonçalves ganhou dos seus marcadores na corrida e marcou com estilo.


O Nacional fez o primeiro gol aos 2 do segundo tempo em pênalti muito bem cobrado por Danilo Negueba


Detalhe do lance que gerou o tento de empate dos donos da casa. Josué foi o autor do gol


Michael Tuíque cabeceando de forma precisa, virando o marcador a favor do escrete paulistano


Maurício pegou o pênalti cobrado por Tom, mas no rebote o camisa 17 Alex Gonçalves deixou tudo igual de novo no Alayon

Sem fôlego de buscar uma nova vantagem no marcador, a placar final ficou em Nacional 3-3 Sertãozinho. O empate foi ruim para ambos já que não aproximou os ferroviários do G8 (agora somam sete pontos na 10ª posição) e não tirou o Touro dos Canaviais da lanterna. Essa foi a última apresentação nacionalista antes do centenário. No próximo sábado a gloriosa agremiação chegará a essa histórica marca jogando em Votuporanga. Bola fora da FPF. Seria genial ver essa data única ser comemorada na Comendador Souza.

Foi isso. Como o esquema aqui é trabalho, nova cobertura deve rolar apenas no dia 23 de fevereiro, sábado do infernal pré-carnaval paulistano. Até lá, labuta e muita correria. Sinto falta de ter a agenda cheia esportivamente falando, mas não temos muita opção no momento...

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Nacional 3-3 Sertãozinho

Competição: Campeonato Paulista Série A2; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Danilo da Silva; Público: 205 pagantes; Renda: R$ 2.420,00; Cartões amarelos: Éverton Dias e Josué (Nac), Cesinha e Nandinho (Ser); Gols: Maycon 22 e Bruno Maia 30 do 1º,  Danilo Negueba (pênalti) 2, Josué 16, Michael Tuíque 26 e Alex Gonçalves 42 do 2º.
Nacional: Maurício; Danilo Negueba; Jefferson; Éverton Dias e Felipe Pernambuco; Bruno Sabino; Josué (Lucas de Paula); Emerson Tchê e Emerson Mi (Patrick); Michael Tuíque (Hebert) e Matheus Lu. Técnico: Jorginho.
Sertãozinho: João Guilherme; Jessé; Lucas Oliveira; Bruno Maia e Cesinha; Felipe Recife; Tom; Mateus Cancian e Diego Luís (Sandro); Elder Santana (Nandinho) e Maycon (Alex Gonçalves). Técnico: José Carlos Serrão.
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Nacional espanta a zica e volta a vencer após 11 jogos

Texto e fotos: Fernando Martinez


No final de semana o Campeonato Paulista da Série A2 chegou à sua sexta rodada e outra vez teve cobertura do JP no Estádio Nicolau Alayon. O quase-centenário Nacional recebeu o São Bernardo FC num jogo de duas equipes que ainda não tinham vencido na competição. Os ferroviários estavam com três pontos ocupando a 14ª posição enquanto o Tigre do ABC era o 10º com quatro. Essa é a 39º minha cobertura consecutiva do antigo SPR na sua casa. Dois anos, cinco meses e contando...

O duelo foi o nono entre os dois na história. Nos oito anteriores, o Naça tinha vencido duas vezes, o onze do ABC três e também foram registrados três empates. Detalhe: os paulistanos foram derrotados nos três primeiros encontros e desde então não perderam mais. Aqui no Jogos Perdidos foram duas coberturas: um 1x1 heroico pela Copa Paulista em 2015 e outro 1x1, este na abertura da A2 do ano passado, ambos realizados na capital.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


São Bernardo Futebol Clube Ltda. - São Bernardo do Campo/SP


Capitães dos clubes junto com o árbitro Rodrigo Gomes Domingues e os assistentes Luis Alexandre Nilsen e Leonardo Tadeu Pedro

Como curiosidade, finalmente o técnico Wilson Júnior se apresentou na cancha paulistana nessa A2. Ele esteve no Nacional por dois meses entre novembro e dezembro e saiu do clube, junto com doze atletas, quando a parceria pegou todo mundo e se mandou em direção ao São Bernardo FC. Até aqui, eles ainda não fizeram diferença nenhuma e estão deixando a torcida preta e amarela preocupada com a campanha fraca. Pelos lados do Naça, tivemos a estreia do técnico Jorginho "Cantinflas", aquele mesmo ex-Palmeiras e ex-Goiás e figurinha carimbada nas arquibancadas da Comendador Souza. Esperamos que ele tenha sucesso nessa nova empreitada.

Após alguns dias de trégua o calor voltou com tudo e a peleja foi disputada debaixo de um sol insuportável. No céu o panorama não era bom e dentro das quatro linhas o cenário também não foi nada animador. As duas agremiações fizeram uma partida fraca, modorrenta e arrastada. Pouco se viu digno de registro e os 90 minutos triplicaram, tamanha foi a falta de ousadia e criatividade vista no relvado. Para piorar, aguentei apenas poucos minutos acompanhando o ataque nacionalista por que a linha de fundo estava infestada de mosquitos, e eles acharam boa ideia ficarem próximos dos fotógrafos, eu incluído, ali presentes.


Ataque nacionalista pela esquerda


Fernando, camisa 8 do Tigre, afastando a pelota da área


Troca de passes no lado esquerdo do ataque local

Na parte coberta se encontravam os amigos Mílton, Bruno e o sumido Rodrigo Leite, recém-chegado do Rio de Janeiro. Resolvi ficar por ali até o apito final. Mais uma vez o que valeu a pena foi o papo com a rapaziada, já que o futebol estava em falta. Na etapa final o São Bernardo FC retornou menos pior e ficou bastante tempo dentro do campo de defesa adversário. Não que isso tenha significado a criação de boas oportunidades, longe disso. A rigor, os visitantes tiveram apenas uma grande chance... e que chance. Por volta dos 30 minutos, Léo Cereja, ex-Nacional e também conhecido como "Leo Cherry", pintou cara-a-cara na frente do goleiro Maurício e o veterano atleta fez brilhante defesa.

O cotejo estava com aquele cheirinho desagradável de 0x0 até os 39 minutos. Num ataque meio sem querer, Matheus Lu ganhou dividida de Nando Carandina e avançou pela direita. A bola foi cruzada e chegou em Michael Thuique. Ele venceu a marcação do zagueiro Dogão e tocou firme. O goleiro André Dias ainda conseguiu relar na pelota, mas não foi capaz de impedir que ela entrasse em seu gol. Foi o primeiro tento do Nacional em casa em 2019. Nos minutos restantes o São Bernardo FC tentou fazer uma pressão, sem sucesso.


Bola disputada no alto no meio-campo


Matheus Lú e uma boa chegada do Nacional no segundo tempo


O camisa 1 Maurício fazendo defesa em cobrança de falta


A comemoração aliviada de Michael Thuíque no gol ferroviário, o primeiro em casa no ano do centenário

No fim, o placar de Nacional 1-0 São Bernardo FC registrou a primeira vitória nacionalista depois de um jejum de onze confrontos. O triunfo também colocou o clube da Zona Oeste na décima colocação da primeira fase da A2, agora com seis pontos. O Tigre é o 11º, ainda sem vencer. Vamos ver se o Naça consegue se encontrar na competição a partir de agora. Na próxima rodada os dois atuam em casa. Os azuis e vermelhos recebem o Sertãozinho enquanto o SBFC enfrenta o Juventus. 

Assim que o árbitro encerrou o duelo peguei o caminho do Morumbi já que o dever me chamava. Por conta da Operação Tartaruga, sempre operante na CPTM nos finais de semana, levei mais tempo do que esperava. Tudo bem, afinal, aqui é tudo pelo social. Futebol de novo vai pintar no meio da semana com, se tudo der certo, outro compromisso do Nacional.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Nacional 1-0 São Bernardo FC

Competição: Campeonato Paulista Série A2; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Rodrigo Gomes Domingues; Público: 386 pagantes; Renda: R$ 4.920,00; Cartões amarelos: Gabriel Santos, Caio Mendes e Hebert (Nac), Fernando, Felipe Fumaça e Daniel Vançan (SBFC); Gol: Michael Thuíque 39 do 2º.
Nacional: Maurício Telles; Danilo Negueba, Gabriel Santos (Jeferson), Everton Dias e Caio Mendes; Bruno Sabino, Josué (Matheus Humberto), Everton Tchê e Emerson Mi (Hebert); Michael Thuíque e Matheus Lú. Técnico: Jorginho.
São Bernardo FC: André Dias; Thiago Ennes, Vinícius Leandro, Dogão e Daniel Vançan; Geandro (Felipe Fumaça), Léo Cereja (Leandro Jabá), Fernando (Nando Carandina) e Raphael Luz; Magrão e Ermínio. Técnico: Wilson Júnior.
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