quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Nacional perde a segunda e continua zerado na Série A2

Texto e fotos: Fernando Martinez


No último final de semana começou uma nova edição do Campeonato Paulista da Série A2, uma competição que acho espetacular mas que poderia ser MUITO melhor. Não estive presente na rodada inicial, porém na quarta-feira fui ao Estádio Nicolau Alayon buscando manter meu dever cívico de acompanhar os jogos do Nacional na sua casa. O adversário dessa estreia na Zona Oeste foi o Água Santa. Depois de ver todos os compromissos do onze ferroviário como mandante em 2017 e 2018, vamos ver se consigo manter a marca em 2019.

A agremiação da capital terminou a Copa Paulista da última temporada de forma melancólica somando um ponto no segundo turno e sendo eliminada ainda na primeira fase. Para tentar o acesso no ano do seu centenário, o técnico Wilson Júnior foi contratado e junto com ele um sem número de atletas, todos de uma parceria. Depois de dois meses treinando, a tal parceria colocou todo mundo na mochila e se mandou pro São Bernardo FC, deixando o Naça na mão. Faltando menos de 20 dias pro início da A2 os dirigentes tiveram que correr para rechear o elenco. Trouxeram o técnico Allan Aal e vários jogadores, tudo em cima da pinta.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Esporte Clube Água Santa - Diadema/SP


Quarteto de arbitragem com o árbitro Rafael Felix da Silva, os assistentes Osvaldo Apipe Filho e Bruno Silva de Jesus e a quarta árbitra Regildênia de Holanda Moura e os capitães dos times

O último duelo contra o Netuno é de péssima lembrança pro escrete paulistano. A equipe precisava de duas vitórias nas duas rodadas finais da A2 de 2018 para estar entre os quatro classificados sem depender de ninguém. Dirigido por Tuca Gumarães, o Naça estava invicto em seu campo até então e, numa apresentação lamentável, acabou perdendo por 2x1. Falei sobre a performance abaixo da média aqui no Jogos Perdidos e no começo desse ano confirmei minhas suspeitas de que tinha caroço naquele angu. Uma pena, pois foi a maior chance de disputarem uma vaga na A1 desde os anos 80.

Falando em A2, mais uma vez clubes e FPF perderam a chance de fazer um campeonato realmente sensacional. É fato que o torneio é um dos melhores do país e tem um nível técnico melhor do que vários estaduais. Sei que o nacional começa em maio, mas seria absolutamente genial ver a A2 em turno e returno sendo disputada de fevereiro a julho, emendando com a Copa Paulista. Do jeito atual, metade dos times deixarão de ter calendário em 30 de março. Mesmo quem resolver disputar a Copa vai ficar sem futebol de abril a julho. Não tem como fazer futebol assim e precisávamos ter uma revolução de verdade nesses certames. Pena que com os nossos dirigentes, principalmente dos clubes, isso só vai acontecer na base do milagre.

A fórmula desse ano é praticamente a mesma de 2018: 16 times se enfrentando em turno único e, a única mudança, se classificam os oito melhores (ano passado eram só quatro) para as quartas-de-final. A partir daí, mata-mata até a decisão para definir os promovidos e o campeão. No ano do seu centenário, e por conta de todo o problema com a antiga parceira, a preocupação da agremiação da Água Branca deve ser não cair para a A3. Junto comigo para essa peleja estavam o sumido The Watcher, o jovem promissor Luigi e a dupla genial David Libeskind, o animadíssimo fã da seleção belga, e o grande Paolo Gregori, agora cidadão recifense.

Se o resultado inicial não animou - derrota para a Briosa com um gol nos acréscimos - o fato de atuar na capital buscando uma reabilitação animou os 254 pagantes. Vimos o onze local iniciar os trabalhos melhor do que os visitantes. Melhor, mas nada brilhante. A primeira chance efetiva aconteceu aos oito minutos com uma finalização de Matheus Lu e boa defesa de Paes.

Luan Dias levou perigo ao gol paulistano aos treze e, dois minutos depois, a zaga azul e vermelha cometeu pênalti ao colocar a mão na bola dentro da área. Dadá bateu firme, sem chances para Maurício. Aos 24 o Água ampliou a vantagem quando a bola foi cruzada da esquerda e chegou nos pés de Everton. O atleta acertou um belo chute no canto e fez 2x0.

A vantagem diademense desanimou os atletas nacionalistas. O primeiro tempo seguiu em banho-maria até o intervalo chegar. Subi para a parte coberta fazer aquela social com a rapaziada e dali acompanhei os últimos 45 minutos. Com um calor absurdo, retrato desse pornográfico verão, a partida caiu de produção e pouco se viu. O Água Santa teve a melhor oportunidade aos 24 numa finalização de Alvinho e só. O Naça até foi atrás de uma pressão, porém seus atacantes estavam sem nenhuma inspiração e nada aconteceu.


Início de ofensiva nacionalista pela esquerda


Corte do camisa 10 do Netuno, Luan Dias


O goleiro Maurício se esticou o máximo que pôde, mas o atacante Dada cobrou o pênalti com perfeição. Foi o primeiro gol do clube diademense


Paes saindo da meta para cortar cruzamento



Dois momentos de ataque do Nacional no segundo tempo. O poderio ofensivo do time paulistano foi abaixo da média


A estreia do escrete ferroviário na sua casa no ano do seu centenário não foi nada animadora

O placar final de Nacional 0-2 Água Santa já deixa os paulistanos em situação delicada na competição pois se encontram na zona de rebaixamento. Apesar de apenas duas rodadas terem sido disputadas a luz amarela já está acesa. O Netuno terminou a rodada na segunda posição com 100% de aproveitamento junto com XV Piracicaba, Taubaté e Portuguesa Santista. No meio da semana o Nhô Quim recebe o escrete ferroviário enquanto o Água visita a Lusa no Canindé.

Teria rodada de noite na quarta, só que o calor cretino fez com que o ânimo desaparecesse depois do apito final e então voltei pro QG. Futebol de novo provavelmente só vai rolar na próxima semana, de novo com meu dever cívico em jogos na Comendador Souza.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 0-2 Água Santa

Competição: Campeonato Paulista Série A2; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Rafael Félix da Silva; Público: 254 pagantes; Renda: R$ 3.010,00; Cartões amarelos: Everton Tchê (Nac), Diogo Marzagão e Jonathan Bocão (Agu); Gols: Dada (pen) 15 e Everton 25 do 1º.
Nacional: Maurício Telles; Léo Cunha, Jeferson, Everton Dias e Caio Mendes; Everton Tchê, Ferdinando (Lucas Lino), Danilo Negueba e Emerson Mi (Patrik); Matheus Lu (Matheus Humberto) e Matheus Ortigoza. Técnico: Allan Aal.
Água Santa: Paes; Jonathan Bocão, Luizão, Lombardi e Bruno Recife; Serginho, Everton, Diogo Marzagão (Celsinho) e Luan Dias (Batista); Dada (Kaique) e Alvinho. Técnico: Márcio Ribeiro.
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