segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A desastrosa estreia do Nacional na Série A3 2017

Texto e fotos: Fernando Martinez


Após vinte dias vivendo o clima da Copa São Paulo, sai de cena o futebol de base e finalmente entra em cena o futebol profissional no estado. Abri os trabalhos com a jornada inicial do sempre legal Campeonato Paulista da Série A3. E nada melhor do que começar tudo com um jogo no Estádio Nicolau Alayon. Depois de 27 anos, Nacional e Rio Branco de Americana voltaram a se enfrentar pelo estadual.

Além da peleja, também se iniciou a sexta edição do Projeto 40, nesse que é o último ano que temos 40 participantes somados na A2 e A3. Em 2012 não deu, mas desde 2013 emplaquei quatro temporadas seguidas assistindo e publicando nas páginas do blog pelo menos uma partida de cada um dos 40 clubes presentes nos dois certames. Nesse mundão virtual, o JP é o único veículo aonde todos podem ver matérias in loco de TODOS os times. Acreditem: isso não é pouco.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Rio Branco Esporte Clube - Americana/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Willer Fulgêncio Santos, os assistentes William Rogério Turola e Hélio Antônio de Sá e o quarto árbitro Daniel Carfora Sottile

Bom, a expectativa era que o onze ferroviário fizesse uma estreia legal, claro. Só que no final das contas vi uma tarde histórica negativamente falando para os paulistanos. Não que o Rio Branco tenha mostrado uma volúpia monstruosa ou feito uma apresentação de gala, longe disso, mas os visitantes foram cirúrgicos em seus ataques e souberam aproveitar as poucas chances que tiveram.

O jogo começou meio devagar, teve um Nacional levemente superior e seguiu com poucas chances até os 19 minutos. Foi aí que o Tigre começou a mostrar suas garras. Primeiro Wellington fez boa jogada pela esquerda e chutou meio sem ângulo. O goleiro Carlão não foi capaz de fazer a defesa e viu o adversário de Americana sair na frente.

O gol sofrido desestabilizou os ferroviários e seis minutos depois um dos zagueiros locais parou um rápido ataque visitante com falta na entrada da área, quase em cima da linha. Bismaque bateu com perfeição e colocou a pelota no ângulo direito. Golaço!

O Naça batia cabeça e estava entregue em campo. Como desgraça pouca é bobagem, a zaga parou novamente com falta outro ataque visitante aos 41 minutos, mais uma vez na entrada da área. O camisa 8 Bismaque dessa vez colocou a pelota milimetricamente no canto esquerdo de Carlão num chute primoroso.


Tímido ataque nacionalino no começo do jogo contra o Rio Branco, estreia de ambos na A3 2017



Bismaque fez história e anotou dois gols de falta num espaço de 17 minutos. Primeiro colocando no ângulo direito, depois no ângulo esquerdo. Brilhante!

Não me lembro da última vez que tinha visto um mesmo atleta fazer dois gols de falta na mesma partida, já que bons cobradores de falta estão em extinção no futebol brasileiro. E foi com os 3x0 parciais a favor do Rio Branco que a peleja chegou ao intervalo. Para o tempo final restava ao Nacional pelo menos tentar diminuir um pouco o prejuízo, pois a virada estava mais na conta do milagre.

É, porém nem bem o segundo tempo havia começado e o Rio Branco fez o quarto gol. Wallace recebeu bom lançamento na direita, ganhou do defensor na corrida e tocou na saída do camisa 1. O desastre nacionalino estava consumado e os três pontos eram do Tigre.

No restante do tempo os locais se mandaram ao ataque de forma desordenada e criaram algumas boas chances para pelo menos marcarem o gol de honra. Ele acabou saindo aos 30 minutos através do camisa 11 Léo. Duas ou três oportunidades desperdiçadas depois, a tarde de horrores chegou ao fim.


Ronaldo mostrando serviço em ataque local no segundo tempo


Boa saída do goleiro do Tigre


Lance no meio de campo. Destaque para a camisa diferente do Rio Branco


Placar final de uma das piores estreias do Nacional em Paulistas em todos os tempos

O placar final de Nacional 1-4 Rio Branco marcou a pior estreia do time da Água Branca num estadual desde o longínquo ano de 1959, quando perdeu de 5x2 para o Jabaquara na rodada de abertura da primeira divisão daquele ano, a última que o Naça participou. Aliás, como curiosidade, o Data Fernando informa as piores estreias nacionalinas em estaduais em todos os tempos:
  1. 15/11/25 0x7 Touring (3ª)
  2. 09/03/41 3x6 São Paulo (1ª)
  3. 20/08/50 2x5 São Paulo (1ª)
  4. 24/05/59 2x5 Jabaquara (1ª)
  5. 28/01/17 1x4 Rio Branco (3ª)
  6. 20/06/65 0x3 Ponte Preta (2ª)
  7. 21/09/24 0x3 Éden Liberdade (3ª)
Nem bem a Série A3 começou e o Nacional pode acender o alerta amarelo para não passar perrengue no decorrer da competição. Afinal, é mais um ano aonde serão seis os rebaixados, e sem dúvida a última divisão é um lugar que o time ferroviário não pode sequer cogitar voltar.

Sem tempo para perder, saí correndo da Comendador Souza com destino ao Pacaembu para um amistoso genial com direito a time africano novo na Lista. Uma oportunidade rara demais e que não poderia ser desperdiçada de forma alguma.

Até lá!

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