domingo, 31 de julho de 2016

O genial amistoso entre Coreia do Sul e Suécia no Pacaembu

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na noite da última sexta-feira rolou no Estádio Paulo Machado de Carvalho aquele que foi provavelmente o jogo mais perdido de 2016 por essas bandas. Sim, não é exagero falar assim mesmo estando em julho, afinal, ter a chance de ver um amistoso internacional entre as seleções olímpicas da Suécia e da Coreia do Sul pertinho de casa é um momento único e absolutamente histórico.

Essa partida caiu do céu, ainda mais se levarmos em conta a dificuldade que é rolar um amistoso por aqui, vide o que rolou antes da última Copa do Mundo. Mesmo com várias seleções se preparando pertinho da capital, ninguém foi capaz que marcar um joguinho sequer. O mérito total desse surreal encontro ter acontecido vai para a comunidade coreana da capital, os responsáveis diretos pela realização e organização da peleja.

Dá para deduzir que o número de amigos e conhecidos na velha casa paulistana foi enorme. Ninguém queria perder a chance de ver a primeira apresentação da Suécia em São Paulo em 66 anos. O selecionado escandinavo não atuava por aqui desde o longínquo 16 de julho de 1950, dia do fatídico Maracanazo. Enquanto o Uruguai sagrava-se bi-campeão do mundo no Rio, os suecos venciam a Espanha e terminavam a Copa de 1950 na terceira posição.

Para mim, o jogo teve um sabor ainda maior, já que de acordo com minha programação na Olimpíada, ficaria sem ver os conterrâneos do Abba. Das seis seleções "novas" no torneio de futebol masculino, assistirei quatro in loco, e Suécia e Dinamarca ficariam de fora. Ganhei um time a mais na base da sorte.


Ingresso da genial partida realizada no Pacaembu. Um jogo histórico, sem sombra de dúvida


Seleções perfiladas para os respectivos hinos nacionais

As duas seleções já haviam se enfrentado cinco vezes na história, contando elencos principais e olímpicos. Os times "adultos" jogaram três vezes, com uma vitória europeia e dois empates. Já na história da Olimpíada, foram dois confrontos: o primeiro num sonoro 12x0 em Londres-48, ano em que o time azul e amarelo conquistou a medalha de ouro, e um empate por 1x1 em Barcelona-92. Em 2016, os europeus estão no Grupo B junto com Colômbia, Nigéria e Japão, enquanto os asiáticos fazem parte da chave C junto com Alemanha, México e Ilhas Fiji (!).

Falando da partida em si, a impressão que os sul-coreanos deixaram foi super positiva. Os mais de sete mil presentes, a maior parte orientais, viram uma grande atuação do seu selecionado e a apresentação deu bastante esperança de uma campanha positiva na Olimpíada. No começo, um susto. Ken Sema emendou um perfeito contra-ataque pela direita e abriu o marcador para os escandinavos.


Pacaembu recebendo um belo público para o encontro olímpico entre Suécia e Coreia do Sul


Comemoração escandinava no primeiro gol marcado por Ken Sema


Defesa sueca em lance pela esquerda do ataque sul-coreano


Boa troca de passes no rápido setor ofensivo asiático

Minutos depois a Coreia do Sul teve pênalti marcado a seu favor. O arqueiro sueco defendeu a cobrança, mas o rebote caiu nos pés de Changjin Moon, que chutou forte e deixou tudo igual. O mesmo camisa 16 virou o placar com um golaço. Ele recebeu bom passe dentro da área e chutou no ângulo direito do camisa 1, sem nenhuma chance de defesa.

No começo do tempo final Seungwoo Ryu acertou um chute colocado no canto esquerdo e ampliou a vantagem asiática. Só que a Suécia não se entregou e seis minutos depois fez o segundo com o camisa 13 Jacob Une-Larsson. O restante da peleja teve bom futebol, principalmente por parte dos sul-coreanos, porém o marcador não foi mais alterado.


A Suécia tentou pelo menos o empate, mas a boa atuação da zaga adversária impediu


Bola espirrada dentro da área europeia


Escanteio a favor da Coreia do Sul


Investida pela direita sob a forte marcação sueca

Ao final dos 90 minutos, o placar ficou em Coreia do Sul 3-2 Suécia. Pelo futebol apresentado, ficou claro que o time vermelho e azul pode dar trabalho na Olimpíada mesmo numa chave que conta com a atual campeã mundial e o atual campeão olímpico, enquanto os suecos não devem ir muito longe. Estaremos de olho!

Até a próxima!

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