quarta-feira, 22 de abril de 2015

JP no aguardadíssimo retorno do Barcelona Esportivo Capela

Fala pessoal!

Não tinha como ninguém questionar, o crème de la crème da primeira rodada do Campeonato Paulista da Segunda Divisão aconteceu na manhã de domingo no Estádio Nicolau Alayon. Seis anos depois de interromper as atividades no profissionalismo, o genial Barcelona Esportivo Capela voltou aos gramados num confronto inédito contra a Internacional de Bebedouro.

Desde sua primeira participação na Série B2 de 2004 até a última, a Segundona de 2009, o Barcelona foi uma das equipes que sempre fiz questão de acompanhar de perto, muito pela sua enorme alternatividade e também por ser uma equipe da capital, algo raríssimo saindo do sexteto tradicional. O JP não havia nascido quando o time jogou no Estádio Capelão no seu ano de estreia, mas em compensação nos anos seguintes fizemos a festa.

Cobrimos 22 das 52 partidas que o time realizou de 2005 até o seu último ano no profissionalismo. Sem sombra de dúvida dá para garantir que ninguém esteve em mais jogos do Barcelona do que nós. Desde a sua última peleja, um 5x1 sofrido para o Palestra em 9 de julho de 2009, sempre esperamos ansiosamente a volta da agremiação aos gramados.

O clube chegou a jogar campeonato das categorias de base da FPF e da APF nesse período de afastamento. Após muitas tentativas frustradas, em 2015 finalmente o sonho do retorno se concretizou. Dois fatores foram primordiais para que a equipe voltasse aos gramados.

O primeiro foi o quesito estádio. Sem casa própria desde que jogou no genial Estádio Capelão em 2004, o time sempre passou dificuldade para achar um lugar para jogar. Com a mudança do Audax para Osasco, o Estádio Nicolau Alayon voltou a ter a disponibilidade para ser a "casa" de alguma outra equipe, ja que a FPF autoriza somente dois times usarem um mesmo estádio em jogos oficiais.

O segundo, e talvez mais importante, foi a entrada providencial de 300 mil reais nos cofres da agremiação graças a uma transação realizada muito longe de terras paulistanas. Surgido no clube em 2005, o atacante brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa foi vendido do Atlético de Madri para o Chelsea em maio do ano passado. Por ser o primeiro time profissional do jogador, o Barça abocanhou um pedaço pequeno, mas de fundamental importância, do valor total da transação. Se não foi o motivo principal para esse retorno, com certeza ajudou demais.


Barcelona ECL - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.


AA Internacional - Bebedouro/SP. Foto: Fernando Martinez.


Alex Junior de Jesus, Alessandro da Mata Lemos e Fernando Luis Raveli junto com os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.

Após a divulgação da tabela em fevereiro, esparávamos ansiosamente pela manhã de 19 de abril, a data da estreia do sétimo time profissional da capital bandeirante (um número ridículo, mas essa é outra história). Para evitar maiores atrasos saí de casa super cedo e fui de ônibus até a região da Estação Água Branca. Morar perto de tudo tem essa vantagem, já que pego o coletivo exatamente na porta de onde moro.

Cheguei na casa nacionalina faltando meia hora para o apito inicial e ali vários amigos já marcavam presença. Aliás, o público pagante total do jogo surpreendeu de forma positiva. Nada menos do que 207 pessoas pagaram ingresso - inclusive vários torcedores do Lobo - para um confronto da última divisão estadual. Um número ótimo em se tratando de um jogo fantasma.

Antes do começo do jogo vale destacar a presença de Paulo Moura, presidente do time da capital, e do Roderlei Pachani, que foi técnico do time na sua primeira temporada, no estádio. O papo com os dois foi bastante agradável e bem esclarecedor. Fiquei sabendo por exemplo que eles estão tentando recuperar o Capelão, já que o local hoje está abandonado e dominado por usuários de drogas. Aproveito e deixo um abraço para a dupla.

Já dentro de campo vi a peleja acompanhado do amigo Luciano Claudino, que fez sua estreia no Nicolau Alayon justamente nessa peleja. Diferente do que aconteceu no sábado, no murcho 0x0 entre Guarulhos e USAC, o duelo entre Barcelona e Inter foi muito bom, principalmente no primeiro tempo.

Logo aos três minutos a zaga local deu uma bobeira monstro e o Lobo marcou pela primeira vez. O zagueiro deixou pro goleiro e o goleiro deixou pro zagueiro, no meio disso tudo o camisa 3 André, mais ligado do que todos, tocou por cima do camisa 1 paulistano e abriu o marcador.

O Barcelona não desanimou e empatou a partida cinco minutos depois. Matheus recebeu bom passe em profundiidade e tocou firme na saída do goleiro. Se o ataque do time da casa ia bem, não dá pra falar o mesmo do setor defensivo. Em outro vacilo gigante aos 13, a Inter de Bebedouro voltar a ficar na frente do placar. O autor do gol foi Júlio César, camisa 2 do alvirrubro.

A partida continuou num ritmo muito bom e bastante movimentada. O Lobo mostrava um futeobl mais coeso e aos 38 minutos Leandro Fonseca fez o terceiro. A partida foi para o intervalo com o placar parcial de 3x1 para os visitantes.


Atacante do Barcelona sofrendo forte pressão da marcação do Lobo. Foto: Fernando Martinez.


Camisa 4 do time paulistano levitando dentro da área da Inter. Foto: Fernando Martinez.


Matheus chutando para empatar o jogo no Nicolau Alayon. Foto: Fernando Martinez.


Comemoração pelo empate. Foto: Fernando Martinez.


Escanteio para os donos da casa. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final a Inter ampliou a vantagem antes mesmo do primeiro minuto. Róbson fez o quarto gol, outra vez se aproveitando de falha da zaga local, e praticamente fechou a fatura. A partida caiu bastante de ritmo depois desse tento. A diferença no marcador ajudou, mas isso claramente foi resultado dos jogadores quererem se poupar por conta do banco de reservas quase vazio de ambos. O Barcelona tinha apenas um suplente, enquanto a Inter tinha dois, um deles, o atacante Samuel, com dengue (!).

Essa surreal situação aconteceu com várias equipes nessa primeira rodada da Segundona. Cortesia da bizarra decisão de limitar o número de atletas em cada equipe a 28. Na A1 até dá para tentar entender, mas fazer isso na última divisão? Uma decisão burra e sem sentido, e pior ainda, aprovada pelas próprias agremiações. Depois todos ficam reclamando da FPF, mas na real todos precisam ficar quietos, já que assinam o regulamento sem ressalvas.


Disputa de bola pelo alto. Foto: Fernando Martinez.


Ataque da Inter de Bebedouro pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.


Mesmo tomando 4x1, a marcação do time da casa não afrouxou. Foto: Fernando Martinez.


Camisa 10 do Lobo tentando proteger a pelota. Foto: Fernando Martinez.


Placar final da partida no campo do Nacional. Foto: Fernando Martinez.

Sem maiores emoções até o último trilar do apito, a partida terminou em Barcelona 1-4 Internacional de Bebedouro. O escrete da capital precisa juntar os cacos depois dessa estreia ruim e pensar em recuperação jogando contra o São Carlos em Matão. O Lobo começou bem em busca de uma vaga na A3, sonho de consumo do centenário clube.

E foi isso. Logo na rodada inicial da Segundona estive em três pelejas para o JP. Apesar de ainda estar em meio ao Projeto 40, a última divisão terá participação de destaque por essas bandas. Ainda mais pensando que a fase inicial só acaba em agosto. Teremos muita coisa boa por aqui nas próximas 17 rodadas.

Até a próxima!

Fernando

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