domingo, 7 de setembro de 2014

JP na Copa (parte 14): Persistência 2x1 Salto Alto

Salve amigos!

Depois de descansar um dia em Fortaleza e acompanhar a vitória do Brasil sobre Camarões na Fan Fest da Praia de Iracema, voltei aos gramados para minha sétima partida na Copa do Mundo.

Grécia e Costa do Marfim disputariam a segunda vaga do Grupo C já que a Colômbia precisava de um simples empate contra o Japão para conquistar o primeiro posto. A Costa do Marfim poderia se classificar com um empate, mas aos gregos só a vitória interessava.


Visão da bela orla de Fortaleza. Foto: Estevan Azevedo.

 

O encontro com o amigo Emerson Tchalian e a chegada ao Castelão. Fotos: Estevan Azevedo.

Chegar ao Castelão foi muito mais fácil do que no ano passado. Para acompanhar Itália x Espanha pela semifinal da Copa das Confederações, até carona na garupa de bicicleta eu peguei pra evitar uma desidratação durante a longa caminhada imposta pelo cerco da FIFA em torno dos estádios.

Dessa vez, peguei um ônibus pertinho do hotel e, quando fui pagar a passagem, descobri que era de graça! E nem o ingresso precisei mostrar. O ônibus me deixou pertinho do estádio, e ainda encontrei o grande amigo e repórter Emerson Tchalian no curto caminho.


O craque Drogba registrado pelas lentes do JP. Foto: Estevan Azevedo.

Havia diversos gregos espalhados pelo estádio, todos animadíssimos. Os marfinenses estavam em menor número e não tão animados, mas conseguiram ficar o jogo inteiro em pé, balançando pra lá e pra cá uma espécie de chocalho que embalou toda a partida. Nem as caxirolas do Carlinhos Brown seriam tão chatas.


Detalhe da torcida marfinesa, em pé durante todo o jogo, tocando seus xiquerês. Foto: Estevan Azevedo.

O jogo começou bem frio, e logo aos 12 minutos o selecionado helênico sofreu uma baixa: machucado, Kone deu lugar a Samaris. A grande maioria dos torcedores esperava uma vitória tranquila dos africanos, e vibrava cada vez que o time comandado por Drogba, Gervinho e Yaya Toure tocava na bola.

Se a Grécia perdia em força física e habilidade, conseguia equilibrar a partida com a frieza europeia e a confiança de um time que já operou milagres em sua história. Mas aos 24 minutos os gregos sofreram outra baixa: o arqueiro Karnezis também sentiu uma lesão muscular e foi substituído por Glycos, deixando uma única possibilidade de alteração tática ao treinador português Fernando Santos, restando mais de dois terços da partida.


Detalhe do belo público no Castelão (59.095 pagantes). Foto: Estevan Azevedo.

A primeira grande emoção da partida veio somente aos 32 minutos: Samaras abriu para Cholevas, na direita, e o grego mandou um pombo sem asas no travessão defendido por Barry. Dois minutos depois, Barry fez boa defesa em forte cobrança de falta de Karagounis. A Colômbia vencia o Japão por 1 a 0, fazendo com que as equipes jogassem apenas pelo seu próprio resultado na luta pela classificação.


Doka avança pela esquerda. Foto: Estevan Azevedo.

A impressão que a Costa do Marfim transmitia era de que eles tinham certeza da vitória; já em relação aos gregos, a impressão é de que sabiam que poderiam surpreender. No popular, os marfinenses pareciam jogar de salto alto, e o golpe veio aos 42 minutos: Yaya Toure toca para Tiote, na intermediária defensiva; o jogador vacilou e não percebeu a aproximação de Samaris (aquele, que entrou no começo da partida), que roubou a bola e tabelou com Samaras, antes de abrir o marcador.


Detalhe do belo espaço VIP no estádio. Foto: Estevan Azevedo.

A Grécia levou para os vestiários a vantagem mínima, e nem o empate japonês, nos acréscimos da primeira etapa, ameaçava a classificação grega até aquele momento. Aos 4 minutos da segunda etapa, Tiote bateu forte da entrada da área, buscando se redimir da besteira que fizera, e Glycos fez sua primeira defesa na partida.


Visão panorâmica do meio de campo durante a segunda etapa. Foto: Estevan Azevedo.

Aos 9, a Grécia respondeu com Lazaros fazendo bela jogada individual pela direita, e batendo à direita do gol, com perigo. Os gregos voltaram melhor para a segunda etapa, e tiveram mais uma boa chance em chute de Salpingidis. Em Cuiabá, a Colômbia marcava o segundo gol, tirando o Japão da briga pela classificação.


Bola na área da Grécia. Foto: Estevan Azevedo.

Aos 23 minutos, a Grécia teve sua segunda bola na trave em belo chute de Karagounis. A Grécia já fazia por merecer a classificação. Mas aos 29 minutos Gervinho recebeu a bola na área e rolou para Bony, de frente para o gol, empatar. Pouco depois, a Colômbia marcou o terceiro contra o Japão, bastando aos marfinenses administrar o empate.


Comemoração do gol de Bony. Foto: Estevan Azevedo.

Depois de sofrer o empate, a Grécia se viu obrigada a ousar mais. Aos 34 minutos Torosidis cruzou da direita e, pela terceira vez, o time grego acertou a trave. Lazaros e Salpingidis também chegam com perigo minutos depois. A Costa do Marfim apostava no empate para garantir a classificação e investia pouco contra a meta grega.


Lance da segunda etapa. Foto: Estevan Azevedo.


Mais uma tentativa africana de matar o jogo. Foto: Estevan Azevedo.

Aos 45 minutos a Costa do Marfim teve a chance de matar o jogo, num contra ataque em que quatro de seus jogadores enfrentaram apenas dois adversários. A bola sobrou para Yaya Toure, que se atrapalhou com ela. A resposta veio a galope, no minuto seguinte. Dio derrubou Samaras dentro da área, e o árbitro equatoriano marcou a penalidade.


Marfineses tentaram usar a cabeça para garantir a classificação. Foto: Estevan Azevedo.

Samaras converteu decretou a classificação grega. Eu, todo emocionado e atrapalhado no lance, decidi filmar e acabei não fotografando nem filmando o gol, apenas a comemoração grega, que foi de arrepiar. Com a vitória colombiana por 4 a 1 contra o Japão, a Grécia se classificava para a inusitada partida contra a Costa Rica pelas oitavas.


Detalhe da comemoração grega. Foto: Estevan Azevedo.



Wilfried (12) e Diomande (14) lamentam a inacreditável eliminação. Foto: Estevan Azevedo.

Fim de jogo, Grécia 2x1 Costa do Marfim. Vitória da persistência sobre o salto alto. Na saída do estádio, passei uma hora entre os animados e festeiros gregos, que festejavam sua primeira classificação para uma segunda fase de Copa do Mundo e relembravam o ano de 2004. E, por muito pouco, não chegaram às quartas de final.


A bela fachada do Castelão após o jogo. Foto: Estevan Azevedo.

 

A festa grega e o “presente” paraa Drogba. Fotos: Estevan Azevedo.

No dia seguinte, pela manhã, encontrei o Fernando em Salvador para minha oitava partida. E fechei minha participação na primeira fase em Brasília, mas isso é assunto para a próxima matéria.

Até lá!

Estevan Azevedo

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