sábado, 29 de junho de 2013

JP na Copa das Confederações (parte 5 de 8): Recorde histórico no insólito duelo entre Espanha e Taiti

Fala, pessoal!

Após o final da primeira parte das viagens agendadas para os jogos da Copa das Confederações tive pouco tempo para descansar. Cheguei na capital paulista na manhã da terça-feira, 18 de junho, e menos de 48 depois já estava iniciando a segunda parte da jornada (que se tornaria a mais caótica de todas). Tudo para o surreal confronto entre a Espanha, atual campeã mundial e bi-campeã europeia, e o sensacional Taiti no (novo) Maracanã. Vale registrar que essa foi a volta da Fúria ao estádio depois do clássico 6x1 sofrido para o Brasil na Copa de 1950.

Dessa vez a caravana da coragem teve a apenas a minha presença junto com o Emerson, ausente das pautas do JP mas vendo como obrigação acompanhar um joguinho de seus "conterrâneos" após sua nova condição de cidadão espanhol. Como o amigo ainda estava sem o ingresso da peleja em mãos, saímos da capital paulista no começo da madrugada para evitar percalços.

O percurso até o Rio de Janeiro foi feito sem problemas e com uma trilha sonora de primeiíssima linha. Como estávamos com tempo de sobra, ainda deu tempo de fazer uma preciosa soneca de duas horas logo depois de entrarmos no estado vizinho. Alcançamos nosso destino final por volta das oito da manhã e, enfrentando um trânsito pesadíssimo, chegamos na Avenida Presidente Vargas às 10, horário que a distribuição dos bilhetes estava marcada para começar. Diferente do que passei no sábado anterior, o Emerson fez a retirada em poucos minutos.


Comitiva do JP passeando pelas ruas do Rio de Janeiro. Detalhes da Igreja da Candelária e da Presidente Vargas. Fotos: Fernando Martinez.

Só que praticamente esses foram os últimos momentos "tranquilos" até a chegada em São Paulo, muitas horas depois. Pra começar, em virtude da FIFA ter fechado TODAS as ruas próximas ao estádio ficamos impedidos de estacionar o possante amarelo na casa do amigo Cláudio Burger. Não adiantou ele comprovar que morava numa das várias ruas interditadas e também não adiantou ele argumentar com 115 policiais e 77 fiscais da empresa que cuida do trânsito na cidade... O bom senso passou longe dali, no melhor esquema "NÃO PODE" e pronto.

Meio a contra-gosto acabamos deixando o veículo numa rua residencial na Tijuca e saímos dali para bater uma xepa. A tarefa foi árdua e acabamos parando meio sem querer numa padaria tosca do bairro. Imagino que a temperatura do estabelecimento ultrapassava os 40 graus centígrados e para melhorar ainda mais o cenário surrealista, todos os pedidos que fizemos vieram errados. Como a prestatividade dos atendentes era nula, nem tinha como reclamar pois com certeza não seríamos atendidos...


A única coisa que sobrou do antigo Maracanã: a fachada revitalizada indicando o falecido Estádio Mário Filho. Foto: Fernando Martinez.

Após esse "belíssimo" almoço finalmente pegamos o caminho do (novo) Maracanã. Independente dos percalços e dos perrengues, a expectativa para a tarde quente no Rio de Janeiro era de goleada. Tudo bem que a Espanha já havia adiantado que entraria em campo com um time reserva, mas como o selecionado taitiano não assustaria nem a Matonense na disputa da segundona paulista, não esperava nada menos do que um placar de dois dígitos.


Bandeiras de Espanha e Taiti no (novo) Maracanã. Foto: Fernando Martinez.

E antes mesmo do apito inicial um recorde histórico já havia sido quebrado: Espanha e Taiti foram os adversários com maior distância no ranking da FIFA a se enfrentarem num jogo oficial. Enquanto a Fúria se segura na liderança desde a conquista do Mundial três anos atrás, o selecionado oceânico ocupava apenas a 135ª posição na edição de junho do ranking. Essa diferença de 134 posições superou com folga o recorde anterior, ocorrido na estreia brasileira na Copa do Mundo de 2010. Naquela partida a diferença entre o onze canarinho e a Coreia do Norte era de 104 posições (Brasil líder e norte-coreanos na 105ª posição).

Bom, na hora de entrar no (novo) Maracanã, descobri que estava exatamente no lado oposto do Emerson, mas lá do alto, quase na última fileira de cadeiras, fato bem diferente do México x Itália no domingo anterior. Menos mal que os amigos Luciano Claudino e Renato "Super Taiti" Rocha estavam em setores próximos ao meu. Deu tempo de colocar o papo em dia, discutir com um voluntário indiano (!) muito do mal educado antes das seleções entrarem em campo.


Rampa que leva ao último anel de arquibancadas do estádio. Foto: Fernando Martinez.


Equipes perfiladas no gramado do (novo) Maracanã. Foto: Fernando Martinez.

Imagino o que deve ter sido para os atletas amadores taitianos ter enfrentado a atual campeã mundial no (novo) Maracanã. Com certeza esse foi (e será por muito tempo) o maior momento esportivo do maior arquipélago da Polinésia Francesa. Os mais de 71 mil torcedores presentes "adotaram" o time alvirrubro e vibraram a cada vez que um jogador da equipe tocava na bola.


Jogador espanhol evitando que a bola saísse de campo. Foto: Fernando Martinez.

Só que mesmo com o time de reservas espanhóis morrendo de sono, nenhuma surpresa aconteceu. Os números da peleja mostram um pouco a abismal distância entre as duas equipes: Foram 28 chutes da seleção europeia - 19 direto para o gol defendido por Roche - contra um único chute do Taiti. O tempo inicial terminou com o placar parcial de 4x0, dois gols de Fernando Torres um de David Villa e outro de David Silva.


Troca de passes no ataque europeu. Foto: Fernando Martinez.


Rara chance para o Taiti. Foto: Fernando Martinez.

Embora duvidando, muito por causa da má vontade dos seus atletas, que a Espanha pudesse chegar ao menos no décimo gol, o segundo tempo começou com a Fúria mais disposta em campo. O jogo estava moleza e com 21 minutos o placar já apontava 8x0, gols de David Villa aos 4, Torres aos 12, Villa de novo aos 19 e Juan Mata aos 21. Só que depois disso o marasmo voltou a tomar conta da bi-campeã continental.


Visão geral de um estádio recebendo um sensacional público. Foto: Fernando Martinez.


Taiti saindo para o ataque no tempo final. Foto: Fernando Martinez.

Enquanto a torcida já nem via mais o jogo e se preocupava mais com conversas paralelas e cantos sem sentido, eu queria mesmo era presenciar a maior goleada num torneio adulto da FIFA em todos os tempos. Para minha aflição, o camisa 9 Fernando Torres parecia não estar afim de me ajudar e chutou um pênalti na trave aos 32 minutos.


Zaga taitiana afastando o perigo. Foto: Fernando Martinez.


Mais uma visão aberta do (novo) Maracanã. Foto: Fernando Martinez.

Ainda bem que no lance seguinte ele resolveu ouvir meus apelos e marcou o nono gol. Com 11 minutos para o fim da partida, a Espanha precisava marcar apenas um golzinho para entrar de vez na história. Quando a esperança já tinha desaparecido, David Silva recebeu passe dentro da área, fez o giro e chutou no canto direito do goleiro taitiano. Decorridos 44 do segundo tempo, finalmente saía o décimo gol.


O antigo Maracanã morreu, é fato... mas apesar dos pesares o novo está muito bonito. Foto: Fernando Martinez.

O placar de Espanha 10-0 Taiti fez cair uma série de marcas: Foi a maior goleada da história da Copa das Confederações; Foi a maior goleada em todos os tempos contando torneios adultos da FIFA, superando o famoso Hungria 10-1 El Salvador da Copa de 1982; E foi a primeira vez que uma partida teve diferença de 10 tentos nessas mesmas competições, ultrapassando o jogo citado de 82 e o Hungria 9-0 Coreia do Sul em 1954 e o Iugoslávia 9-0 Zaire em 1974. O mais legal disso tudo é poder dizer que "eu estava lá"...


É demais acompanhar a história sendo escrita: Placar final do jogo com a maior goleada em todos os tempos de uma competição adulta da FIFA. Foto: Fernando Martinez.

Como de praxe, demoramos para sair do (novo) Maracanã e quando finalmente deixamos as dependências do estádio sentimos um clima de guerra no ar. Manifestantes já estavam bem próximos ao local e eu e o Emerson tivemos que sair correndo dali. Percorremos caminhos impensáveis para chegar na Avenida Brasil e depois a via Dutra. A estrada estava livre e parecia que chegaríamos na boa em São Paulo.

Só que não sabíamos que vários trechos da Dutra estavam interditados por mais manifestantes. Pelo menos em cinco cidades o tráfego estava completamente interrompido, tanto no sentido SP, quanto no sentido Rio. Nos restou parar num posto de gasolina em Resende e ali aguardar a boa vontade do pessoal para liberar a pista. Para completar o "ótimo" astral, ainda tive que ver o Miami heat conquistar o bi da NBA... Lamentável.

Com tudo isso nossa chegada em casa demorou muito, mas muito mais do que o previsto, estragando tudo que tinha planejado para a sexta-feira. E sem tempo de descansar, na sexta mesmo encarei mais estrada para a terceira e última parte da minha jornada na Copa das Confederações.

Até lá!

Fernando

Um comentário:

  1. sr. fernando parabens pela cobertura da copa das confedderaçoes.nota cem. gostaria de pedir se da para voces mostrarem dia 6 7 2013 pela 2 divisao os seguintes jogos taboao da serra x elosport. desportivo brasil x cotia 6 7 2013. dia 14 7 2013 mostrar o jogo palmeirinha de porto ferreira que sou torcedor deste time x pirassununguense gostaria de ver as fotos e dia 21 7 2013 mostrar o jogo ecus de suzano e jacarei. gostaria de ver estes times jacarei, palmeirinha, desportivo brasil, e elosport porque acho qu e estes clubes nao vao para a 2 fase. agradeço sao cidades perto suzano, porto ferreira, taboao da serra e porto feliz. me responda ate amanha se da para mostrar estes clubes ate terminar a primeir fase. fico no aguardo.um abraço. dia 5 7 2013.

    ResponderExcluir