sexta-feira, 28 de junho de 2013

JP na Copa das Confederações (parte 3 de 8): Azzura vence nipônicos em partida eletrizante

Salve, amigos!

Dando continuidade a minhas merecidas férias, depois de acompanhar, ao lado do Fernando, duas partidas pela primeira rodada da Copa das Confederações 2013, segui viagem para Recife, a fim de acompanhar o duelo entre Itália e Japão, na genial Arena Pernambuco, em partida pela segunda rodada do Grupo A.

Bom, como o jogo não foi nada perdido, aproveito pra falar bastante sobre as impressões gerais que tive até agora. A partida entre Espanha e Uruguai, no último domingo, denunciou a fragilidade no esquema do transporte para o local, distante 19 km do centro da cidade. Na verdade, o estádio está na área do município vizinho de São Lourenço da Mata, e o único meio de chegar ao local utilizando-se do transporte público é o metrô, cujos trens passam a intervalos de 5 a 8 minutos.



Parte do trajeto entre o metrô e o estádio é feito de ônibus, mas uma boa caminhada é necessária até chegar à Arena. Fotos: Estevan Mazzuia.

Assim, eu e os demais 40 mil espectadores, tomamos o metrô com destino à estação de Cosme e Damião, aonde diversos ônibus faziam o transporte até uma parada, ainda um tanto distante do estádio. Foram necessários mais alguns minutos de peregrinação até que eu pudesse avistar o local da peleja. Ao todo, levei cerca de duas horas para chegar ao estádio, mas confesso que pelas notícias que eu havia lido, esperava por algo bem pior.



Impressionante por fora e por dentro também. Fotos: Estevan Mazzuia.

Enfim, o estádio, construído para o evento, é de uma arquitetura ímpar que, combinada com a atmosfera do torneio, com torcedores estrangeiros e sua disposição maluca para se enturmar com os festivos brasileiros, rapidamente nos transporta para um lugar mágico.


Há momentos e cenários que nos fazem crer estarmos em outro país. Foto: Estevan Mazzuia.

Aproveitei a antecedência de quase duas horas para o início do confronto para passear pelas belas dependências da Arena, bem como acompanhar, pelo telão, a vitória do Brasil sobre o México, no outro duelo do grupo. Pelo menos isso, como estímulo para que as pessoas se distribuíssem melhor pelo menos no horário de chegada: quem quisesse chegar bem cedo, poderia assistir a seleção brasileira no telão, tendo distração garantida até uma hora antes do jogo local.


Detalhe da área interna da Arena. Fotos: Estevan Mazzuia.

Essa viagem está sendo bem interessante, pois me proporciona observar os contrastes culturais de nosso país, diferentes sotaques, comidas e tradições. Se no Rio de Janeiro podemos degustar os famosos biscoitos de polvilho, em Belo Horizonte não se pode ignorar o saboroso e não menos famoso tropeiro. No Recife, a guloseima da vez era o bolo de rolo. Os preços bastante salgados, porém: 12 pilas por uma breja, e 8 contos por um pão com salsicha, seco que só.


Equipes posicionadas para a execução dos hinos. Foto: Estevan Mazzuia.


Bola na área italiana: a tônica dos primeiros 30 minutos. Foto: Estevan Mazzuia.

Bom, devidamente acomodado, pude apreciar o duelo que se revelaria o melhor do torneio até aqui, contribuindo não só para manter a alta média de gols, como elevá-la ainda mais. Como já era de se esperar, a torcida nipônica era bem maior, composta não só por brasileiros, como por muitos orientais. Vi pouquíssimos italianos.

Com a vitória brasileira, a Itália sabia que a vitória lhe daria a classificação, mas precisaria de uma margem de quatro gols para jogar por um empate com a seleção brasileira para ficar com o primeiro posto do grupo. Os japoneses, por sua vez, sabiam que uma vitória os deixaria com boas chances de classificação, e ainda manteria acesas as esperanças mexicanas.


Maggio se livra de Kagawa, o astro japonês. Foto: Estevan Mazzuia.

Como há muito não se via, a Itália mostrou um bom futebol contra o México e finalmente convencia mais com os pés do que com o peso da camisa. Com Balotelli e Pirlo jogando bem, o Japão de Honda e Kagawa parecia ser uma presa fácil.


Detalhe da primeira etapa. Foto: Estevan Mazzuia.


Balotelli e De Sciglio observam arrancada do veloz Honda. Foto: Estevan Mazzuia.

Porém, nos primeiros 35 minutos, o que se viu foi um Japão altamente veloz, envolvendo a Itália com seu toque de bola. O onze latino, mal passou do meio de campo, e nessa toada viu os nipônicos abrirem 2 a 0 no placar, fácil, fácil. O primeiro gol após uma cobrança de pênalti controvertido por Honda, o segundo pra sacramentar a superioridade, marcado pelo ídolo Kagawa.


Pênalti convertido no primeiro gol japonês. Foto: Estevan Mazzuia.

A essa altura, tudo indicava uma goleada japonesa, arrasando os pobres italianos. Mas a Itália não se deixou abater e conseguiu diminuir o placar após equilibrar um pouco a partida, por meio de De Rossi. O placar de 2 a 1 ficou excelente para a Itália.


A Itália tentava se encontrar nas cobranças de falta sempre perigosas de Pirlo. Foto: Estevan Mazzuia.


Kawashima se esticou mas não conseguiu evitar o gol italiano. Foto: Estevan Mazzuia.

Tanto que no início da segunda etapa, em sete minutos a equipe conseguiu a virada que parecia impossível. Primeiro gol a ajuda de Uchida, depois em um penal convertido por Balotelli. Mas o time japonês não se entregou, voltou a dominar a partida, com boas chances, e chegou ao empate, em gol de Okazaki.


De pênalti, Balotelli deixou sua marca. Foto: Estevan Mazzuia.

A partida seguiu indefinida, mas foi a Itália quem conseguiu marcar o quarto gol primeiro, depois de um lance incrível em que os japoneses conseguiram duas bolas na trave na mesma jogada, sendo que Buffon já estava batido no segundo lance. Giovinco foi o marcador.


Tentativa de Montolivo. Foto: Estevan Mazzuia.

O Japão chegou ainda ao empate, mas o gol foi anulado pela correta marcação de uma posição irregular. Fim de jogo, Itália 4x3 Japão. Não dá pra desmerecer a vitória italiana, mas é muito triste ver uma equipe valente como a japonesa ser eliminada jogando o que jogou.


Detalhe do terceiro gol japonês. Foto: Estevan Mazzuia.


Substituição na seleção japonesa. Foto: Estevan Mazzuia.

Finalizada a partida, a questão era o retorno pra casa. Agora, as 40 mil pessoas não se distribuíram como na chegada. Felizmente, não choveu após a partida, mas levei uma hora pra sair do estádio, numa fila descomunal que ia sendo rapidamente consumida por diversos ônibus que devolviam a rapaziada ao metrô. A apresentação de uma simpática quadrilha contribuiu pra alegria dos espectadores na saída do estádio.


Itália atacava de um lado... Foto: Estevan Mazzuia.


...e o Japão prontamente respondia. Foto: Estevan Mazzuia.

No metrô, mais dificuldades, por acessos estreitos, e grandes intervalos entre os trens. Mas não houve nenhuma confusão, tudo seguiu no maior clima de integração, inclusive entre os torcedores das três grandes equipes do estádio, que cantavam alimentando uma sadia rivalidade durante todo o percurso.


Visão noturna da Arena Pernambuco. Foto: Estevan Mazzuia.


A simpática quadrilha. Foto: Estevan Mazzuia.

Duas horas após o fim da partida, eu já estava de volta a meu QG no local, feliz não só pelo espetáculo que assisti, mas por não ter passado o sufoco que o povo local relatou ter passado no domingo. Talvez eu esteja acostumado a ser tratado como gado pela desorganização desses eventos no sul do país. Resta saber o que os estrangeiros vão achar disso tudo, em 2014.


A multidão ocupando os corredores da Estação Cosme e Damião. Foto: Estevan Mazzuia.

Foi isso!

Abraços

Estevan

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