terça-feira, 25 de outubro de 2011

Guaçuano conquista o acesso para a Série A3 2012

Opa,

Depois de acompanharmos 86 jogos válidos pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão nesse ano de 2011, a última rodada da quarta fase chegou e o JP não tinha como ficar de fora. Tive a oportunidade histórica de acompanhar uma verdadeira decisão na cidade de Mogi Guaçu, com o duelo entre Guaçuano e CA Votuporanguense. O jogo, como não poderia ser diferente, foi realizado no Estádio Alexandre Augusto Camacho, casa do Mandi.

Para estar na cidade interiorana a tempo de chegar para as fotos oficiais, saí de casa às 5 e meia da matina. Segui para a Rodoviária do Tietê e faltando cerca de 15 minutos para as 7 horas, horário marcado para a saída do ônibus, já aguardava a chegada do mesmo na plataforma de embarque. Mas o pessoal da Viação Cometa não estava querendo ajudar, e o coletivo saiu do terminal atrasado em 20 minutos.

A viagem foi nervosa, pois o motorista parecia que estava fazendo um passeio turístico, andando abaixo da velocidade máxima da pista, talvez aproveitando as belas paisagens na bonita manhã de domingo. O relógio andava de uma forma implacável, e já tinha desencanado de fazer as fotos, quando o condutor do ônibus resolveu acordar e pisou fundo após a demorada parada em Campinas.

Na correria, desci na Rodoviária de Mogi-Guaçu faltando 20 minutos para o começo da peleja, e como não temos que andar muito para chegar no estádio, tudo acabou dando certo. O clima era de muita festa, com muita gente zanzando pelos arredores do estádio. Sem problemas logo estava no gramado para trazer aos amigos as fotos oficiais da partida.


CA Guaçuano - Mogi Guaçu/SP. Foto: Fernando Martinez.


CA Votuporanguense - Votuporanga/SP. Foto: Fernando Martinez.


O árbitro Luiz Vanderlei Martinucho e os assistentes Celso Barbosa de Oliveira e Alex Alexandrino junto aos capitães das equipes. Foto: Fernando Martinez.

A situação dessa partida era a mais simples possível: Para conquistar o acesso à Série A3 em 2012, o Guaçuano poderia empatar, enquanto o Votuporanguense precisava da vitória. O público, estimado em cerca de 4 mil pessoas, não contava com outro resultado senão a vitória. Vale registrar, e deixo um abraço a todos, a presença de vários amigos do JP no gramado do Camachão.


Ataque do Guaçuano no começo do jogo. Ao fundo, a ótima presença da torcida do CAV no Camachão. Foto: Fernando Martinez.

Mas o primeiro tempo foi para testar o coração dos torcedores do Mandi. O Votuporanguense começou melhor, e foi com tudo pra cima do onze local. A equipe alvinegra fez uma blitz dentro da área adversária e por muito pouco não abriu o marcador. A primeira oportunidade aconteceu já aos 2 minutos. Aos 12, Vítor fez milagre defendendo uma bola que entraria no ângulo esquerdo. Aos 13, Manginha bateu falta no travessão.


Cobrança de falta de Manginha que bateu na trave do Guaçuano. Foto: Fernando Martinez.


Jogador com cabeça de bola fazendo uma pose plástica para o JP. Foto: Fernando Martinez.

Os visitantes continuaram melhores em campo, e o Guaçuano centralizava suas investidas ofensivas apenas no camisa 9 Tiago Chulapa. Mas apesar de se esforçar muito, ele não teve sucesso. O time sentia falta dos jogadores suspensos, principalmente do meia Bruninho. O tempo ia passando e o empate, que dava a vaga para o Guaçuano, continuava estampado no marcador.


Ataque do Mandi pelo alto, buscando o camisa 9 Tiago Chulapa. Foto: Fernando Martinez.

Jogando contra o relógio, o onze de Votuporanga continuava melhor e merecia o gol. A melhor figura da equipe era o camisa 2 Manginha, que infernizava a defesa do Guaçuano com seu bom futebol. Mas a estrela do Mandi brilhou nos últimos minutos do primeiro tempo. Na primeira chance de gol da equipe local, aos 43 minutos, o zero finalmente saiu do placar. Após grande jogada de Tiago Chulapa pela direita, ele cruzou na área. A zaga rebateu mal, e a pelota sobrou para Thiago. Ele acertou um tirambaço no canto esquerdo do arqueiro Cairo, que nada pode fazer. A festa foi enorme no Camachão, dentro e fora de campo.


Início da jogada do primeiro gol do time local, mais uma vez com Tiago Chulapa. Foto: Fernando Martinez.

O Votuporanguense sentiu o gol e por muito pouco não sofreu o segundo no minuto seguinte, quando Tiaguinho invadiu a área e chutou para ótima defesa de Cairo. O primeiro tempo então terminou com a vitória parcial para o Guaçuano. Se o clima já era festivo antes do apito inicial, essa vantagem fez com que a torcida passasse a acreditar ainda mais no acesso. Nesse intervalo conversei com o pessoal dos dois lados e também acompanhei o desfile das cheerleaders do Mandi.


Belas cheerleaders do Guaçuano, que sortearam uma fantástica bicicleta. Foto: Fernando Martinez.

Na volta para o segundo tempo, o Guaçuano voltou num ritmo alucinante e ampliou antes do segundo minuto. Após escanteio vindo da esquerda, a bola sobrou livre para Tiago Chulapa encher o pé da entrada da área e colocar a pelota no ângulo esquerdo de Cairo. Poucas vezes vi uma festa tão grande numa comemoração de um gol.


Lance de ataque do Guaçuano no comecinho da etapa final. Segundos depois dessa foto saiu o segundo gol. Foto: Fernando Martinez.


Desolado, o goleiro Cairo se encaminha para pegar a bola no segundo gol local. Foto: Fernando Martinez.

O placar adverso de 2x0 foi como uma ducha de água fria para o time do Votuporanguense. Durante o resto da etapa final, a equipe não conseguiu armar uma jogada boa no seu setor ofensivo. Para piorar, o Guaçuano era extremamente perigoso e criava uma série de chances. O jogador Tiaguinho fez miséria com a zaga de Votuporanga, levando a torcida à loucura. Nessa hora, o interesse era se garantir na final, já que o acesso estava praticamente garantido.


Boa jogada pela direita, com a firme marcação da zaga do CAV. Foto: Fernando Martinez.

As notícias que vinham de Limeira iniciavam que o Mandi estava na final até 30 minutos da segunda etapa, quando o Galo fez o terceiro no jogo contra o Primeira Camisa. Um terceiro gol daria a vaga novamente ao Guaçuano, e essa chance veio aos 35, num pênalti marcado a favor da equipe. A cobrança foi de Tiago Chulapa, que tocou no canto direito, e marcou mais um. Só que o árbitro anulou o gol indicando invasão da área. Na segunda cobrança, Cairo fez bela defesa e impediu o terceiro.


Detalhe do que teria sido o terceiro gol do Guaçuano, mas o árbitro mandou voltar o pênalti. Foto: Fernando Martinez.


Boa saída de Cairo para tirar a bola do camisa 9 do Mandi. Foto: Fernando Martinez.

Mesmo sem a vaga na final, já que o Independente vencia seu jogo por 4x0, a torcida continuou comemorando demais, já que o principal objetivo tinha sido alcançado. Nem o jogo ríspido dos atletas do CAV nos minutos finais tirou o brilho da conquista. Final de jogo: Guaçuano 2-0 Votuporanguense. Após o apito final a festa foi tremenda, num dos momentos mais emocionantes que acompanhei nesses meus anos de estrada. Os portões foram abertos e a torcida foi toda para o gramado comemorar essa sonhada conquista junto aos jogadores. Foi bonito o que vimos no estádio.


Edmar, camisa 14 do Guaçuano, fazendo a festa do acesso com a inflamada torcida. Foto: Fernando Martinez.


Mais um detalhe da enorme festa dos jogadores dentro de campo. Foto: Fernando Martinez.

Depois de alguns anos batendo na trave, o Mandi finalmente conquistou um lugar na Série A3 do futebol paulista. Foi mais do que merecido, e o JP parabeniza o time e a torcida local por essa campanha histórica. Deixo aqui também os parabéns pela campanha do Clube Atlético Votuporanguense, que vem trilhando um bom caminho no futebol paulista e, se seguir com esse bom trabalho, ainda subirá para a Serie A3 em breve.


Uma enorme roda com jogadores, torcedores e jornalistas foi feita para agradecer aos céus o acesso. Foto: Fernando Martinez.

Voltando a falar do Guaçuano, a equipe volta ao terceiro nível estadual depois de 20 anos, já que disputou o equivalente à atual A3 no ano de 1992, ano em que foi vice-campeã da Segunda Divisão. O time perdeu o título para o Oeste de Itápolis, e ficou à frente de Paraguaçuense e DERAC no quadrangular final do certame. O Mandi conquistou acesso para a antiga Divisão Intermediária, mas com a reestruturação no futebol de São Paulo, não subiu e nem jogou em 1993. Voltando na B1B em 1994.


Uma enorme interação jogadores/torcida aconteceu no final da partida. A alegria era geral. Foto: Fernando Martinez.

Junto com o Mandi, o Independente e o Capivariano também se garantiram na A3 do ano que vem, e esses dois últimos farão a grande final da Segundona 2011. O Barretos também conquistou o acesso, mas pode permanecer na mesma divisão em 2012, já que foi citado pelo TJD e pode perder seis pontos no julgamento da próxima segunda-feira. Isso porque utilizou um jogador supostamente irregular por cerca de 3 minutos no jogo contra o Olímpia. Perder um acesso assim seria lamentável. Quem espera ansiosamente pelo resultado do julgamento é Briosa, que sobe caso o Barretos seja punido. Vamos aguardar.

A festa ainda estava rolando no gramado quando voltei para a Rodoviária da cidade e esperei conversando com o amigo Nivaldo Prado o ônibus que me traria de volta à capital chegar. Extremamente cansado, dormi durante todo o trajeto, chegando em casa cerca de quatro horas depois, com aquele famoso sentimento de dever cumprido.

Até a próxima!

Fernando

4 comentários:

  1. Grande Fernando,
    Acho que se lembra de mim, pois assisti todo o jogo ao seu lado no Camacho, grande pessoa, ótimo trabalho, continue assim...parabéns pelo belo site e continue com os trabalhos dos estádios antigos...kkkk

    abraço vejo você na A-3!!!!!!!!

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  2. O Guaçuano mereceu muito o acesso , vêm sempre fazendo boas campanhas , mas acabava ficando pelo meio do caminho na competição . Me lembro de um post do JP (se não me engano de 2009) em que o estádio estava lotado , era um jogo da segunda fase contra o Bariri . Esse acesso foi um presente para essa torcida festeira e fiel ao time . Acho que nessa euforia o time têm tudo para decolar direto para a A-2 , (a exemplo do que fez o Velo Clube). Brilhante matéria Fernando ! Sempre vocês , cobrindo todas as decisões da segundona , não deixando a gente de fora do que acontece nos gramados .

    Parabéns ao Guaçuano e a população de Mogi-Guaçu.

    O Mandi já tem minha torcida na final contra o Independente .

    Um grande abraço !

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  3. rapaz este não é um jogo perdido, é um jogo que marca a ascenção de uma grande equipe, fundada em 1932, portanto mais velha que o são paulo por exemplo, com uma torcida apaixonada, com uma cidade de uma renda que a torna uma das maiores do Brasil, e com qualidade de vida exemplar, foto linda a do titulo , dizendo que Jesus é o Senhor.

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  4. Grande Fernando.
    Joguei no Guaçuano também entre 97 e 98, havia Bilão, Polaco, Joel Cassiano, Adriano, Marcelo Legal, Batina, Edimilson, Magno ( ambos de Rio das Pedras, o treinador era o Minuca.

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