domingo, 13 de maio de 2007

JP na Amazônia (parte 1 de 2): Meio jogo em Manacapuru

Olá,

Dando continuidade à idéia de ir a regiões nunca visitadas pelo JP, na última quinta-feira, dei uma chegadinha até o estado do Amazonas para acompanhar duas partidas válidas pela semifinal da segunda fase do Campeonato Amazonense da Primeira Divisão. Meu destino inicial foi a cidade de Manacapuru, para assistir ao jogo Princesa do Solimões EC x A Rio Negro C que foi realizado no Estádio Gilberto Mestrinho, também chamado de Gilbertão.


Escudinhos do Princesa do Solimões e do Rio Negro, direto da camisa dos times. Fotos: Orlando Lacanna.

Antes de falar da partida, que acabou se transformando numa tremenda muvuca, posto algumas informações a respeito da viagem e sobre a cidade. Depois de chegar em Manaus num vôo noturno peguei uma embarcação chamada "voadora" para fazer a travessia do Rio Negro que durou aproximadamente 15 minutos, chegando ao outro lado, na cidade de Iranduba e, de lá ainda encarei uma lotação num percurso de 84 Km, chegando (ufa!!!) finalmente ao meu destino.


Imagem da "voadora" e da balsa que me levaram à Manacapuru. Fotos: Orlando Lacanna.

A cidade de Manacapuru fica localizada na margem esquerda do Rio Solimões, estando distante de Manaus cerda de 86 Km via rodovia e 102 km em navegação fluvial. Foi fundada em 15/02/1786 numa aldeia dos índios Muras, sendo que em 1932 foi elevada a categoria de cidade. Seu nome tem origem indígena e significa "Flor Matizada" e também é conhecida como "Princesinha do Solimões", daí a origem do nome do time de futebol da cidade. Tem 85 mil habitantes e é a terceira cidade do estado, perdendo apenas para Manaus e Parintins.


Fachada da antiga sede do Princesa do Solimões. Foto: Orlando Lacanna.

Lá chegando tive tempo para fazer um giro completo pela cidade e ainda saborear um tambaqui acompanhado de muito guaraná Tuchaua, para em seguida, finalmente seguir para o estádiol. Bom, agora vamos ao jogo e como de costume começo apresentando os times e o trio de arbitragem nas fotos EXCLUSIVAS abaixo:


Princesa do Solimões EC - Manacapuru/AM. Foto: Orlando Lacanna.


Atlético Rio Negro Clube - Manaus/AM. Foto: Orlando Lacanna.




Trio de arbitragem junto com os capitães dos times. Foto: Orlando Lacanna.

Partida repleta de expectativas, pois além de decidir uma vaga para a final, havia também um sentimento de indignação por parte dos locais pelo fato do Rio Negro ter tentado transferir o local da partida para Manaus, tendo conseguido um Mandado de Garantia concedido pelo Presidente do TJD local, que posteriormente reformulou a decisão, mas mesmo assim deixou um clima de revolta no ar junto aos torcedores do Princesa que praticamente lotaram o estádio com quase 4.000 espectadores que acabaram tendo um bom comportamento, se limitando a incentivar a sua equipe.


Cruzamento no ataque do Rio Negro, em jogo contra o Princesa. Foto: Orlando Lacanna.


Grande defesa do goleiro do Princesa no primeiro tempo. Foto: Orlando Lacanna.

A partida começou num ritmo forte com os donos da casa, mesmo jogando com a vantagem do empate, forçando mais as jogadas de ataque, correndo muito e mostrando grande entusiasmo em razão do incentivo dos torcedores. O goleiro Nailton do Rio Negro foi obrigado a intervir em vários lances mais perigosos, enquanto seus companheiros procuravam impor um ritmo mais lento, tocando mais a bola e criando algumas jogadas de ataque.

Aos 31 minutos finalmente conseguiram seu intento através do atacante Garanha, que abriu o placar a favor do Galo da Praça da Saudade, jogando um balde de água fria no entusiasmo dos anfitriões. O Tubarão do Solimões sentiu o golpe e por alguns minutos se perdeu em campo, mas mesmo assim o placar de 1 a 0 para os visitantes perdurou a té o fim do primeiro tempo.


Ataque perigoso do Rio Negro, na semifinal do segundo turno contra o Princesa. Foto: Orlando Lacanna.


Cobrança de lateral para o Princesa. Foto: Orlando Lacanna.

A segunda etapa começou com o time do Princesa indo com tudo para o campo de ataque, enquanto o Rio Negro recuava tentando encaixar um contra-ataque visando a marcação do seu segundo gol que o deixaria mais próximo da classificação. Apesar do clima tenso, tudo ia bem até que aos 15 minutos o árbitro marcou um pênalti inexistente a favor dos locais, dando início a uma encrenca que há muito tempo eu não via em futebol profissional.

Como o pênalti não existiu, os jogadores do Rio Negro foram para cima do árbitro que acabou expulsando dois atletas dos visitantes. Houve muita confusão com invasão de campo por parte dos reservas, das comissões técnicas e dirigentes, obrigando o policiamento a intervir de forma mais enérgica para acalmar os ânimos que estavam bem exaltados.


Saída do ataque do time alvinegro. Foto: Orlando Lacanna.


Ataque do Princesa do Solimões, correndo atrás do empate. Foto: Orlando Lacanna.

Depois dessa confusão toda, os jogadores do Rio Negro simplesmente não permitiram que o pênalti fosse cobrado, obrigando o árbitro suspender a partida, deixando o abacaxi nas mãos dos dirigentes e do TJD. Faço questão de enfatizar que a marcação do pênalti foi absurda, mas mesmo assim não se justifica a atitude do Rio Negro em não permitir a cobrança, pois além de ser um jogo valendo por uma competição profissional, há o lado do público que pagou ingresso e não pôde assistir ao jogo completo. Foi uma pena.

Por causa da confusão, acabei deixando o estádio com muito atraso para fazer o caminho de volta envolvendo lotação, voadora e carro para chegar a Manaus a tempo de acompanhar o outro jogo da semifinal. Será que deu tempo? Aguardem, pois isso será assunto para outro post. Apesar do imprevisto, valeu muito a pena ter ido até Manacapuru que me permitiu "matar" dois times sensacionais além de conhecer mais um estádio e mais uma cidade e principalmente conhecer pessoas maravilhosas que muito me ajudaram nessa aventura.

Um abraço a todos e até o próximo post.

Orlando

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