terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ituano derrota o Moto Club nas quartas da Série D

Opa,

Estamos acostumados a ver a CBF fazer muita besteira, mas não há como negar que a mudança de regulamento do Campeonato Brasileiro da Série D foi sensacional para quem gosta de confrontos "diferentes". Ficou definido que nesse ano as fases de mata-mata não seriam mais regionais, surgindo a chance da famosa "mistura" de times que antes acontecia somente na decisão.

Tudo bem que o critério de desempate na primeira fase foi estranho, mas no fim tudo deu certo para nós. Classificado como segundo colocado do Grupo A7, o atual campeão paulista Ituano acabou pegando como adversário o genial Moto Club. Desde o longínquo ano 2000 o onze maranhense não se apresentava no estado.


Ituano FC - Itu/SP. Foto: Fernando Martinez.


Moto Club - São Luís/MA. Foto: Fernando Martinez.

A equipe havia aparecido apenas uma vez até hoje no JP. Foi em 2006, ano em que o Rubro-Negro da Fabril alcançou as quartas-de-final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em post do lendário The Watcher. Confesso que não imaginava ter a chance de ver o Moto tão cedo, muito por conta da situação péssima que viveu nos últimos anos.

O time foi rebaixado no estadual duas vezes - 2009 e 2012 - e chegou a anunciar o afastamento do futebol profissional em 2010. Por sorte ficou apenas na ameaça e em 2014 a equipe voltou em grande estilo ao lugar que nunca deveria ter saído com o vice-campeonato maranhense e o retorno a um nacional depois de cinco anos. Não dava pra perder a chance de ver a equipe.


Trio mato-grossense escalado para a partida com Alinor Silva da Paixão, Paulo César Faria e Lincoln Ribeiro Taques junto com os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.


Torcida do Moto marcando presença em Itu. Foto: Fernando Martinez.

Invicto e classificado para essa fase como líder do Grupo A2, o Moto veio ao Estádio Novelli Júnior em busca de um empate. Só que o jogo foi dominado completamente pelos paulistas, que não deram o menor espaço para o tímido time nordestino.


Bola área do Ituano: um perigo constante para a zaga do Moto. Foto: Fernando Martinez.


Zaga do Moto dominando a pelota sob pressão local. Foto: Fernando Martinez.

Aos 9 minutos o Galo quase abriu o marcador com uma cabeçada na trave do jogador Zé Carlos. Aos 21 o gol aconteceu com Claudinho aproveitando bola desviada pela zaga visitante. Mesmo com a vantagem os locais continuaram bem postados, não dando chances ao Moto.


Escanteio para o time local. Foto: Fernando Martinez.


Cabeçada perigosa no ataque do Ituano. Foto: Fernando Martinez.


Disputa de bola no campo de defesa maranhense. Foto: Fernando Martinez.

O time maranhense criou apenas uma boa chance para empatar depois de bobeira da zaga, mas nada que assustasse o goleiro Diego. Ao término do tempo inicial o marcador apontava ainda o 1x0. Nesse intervalo fui fazer aquele passeio de sempre no estádio e, junto com o seu Natal e o Mílton, dupla que me acompanhou nessa peleja, pude ver o grande entusiasmo dos torcedores locais.


Ataque do Galo em dupla. Foto: Fernando Martinez.


Cristian avançando pela direita. Foto: Fernando Martinez.


Uma das grandes chances de gol desperdiçadas pelo Ituano no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.

Já de volta ao campo de jogo vi um segundo tempo com o Ituano ainda melhor. A equipe conseguiu criar várias oportunidades para praticamente definir a classificação às quartas-de-final nessa partida. O problema foram as péssimas finalizações.


Atacante paulista encarando a marcação do Moto. Foto: Fernando Martinez.


Último ataque local. Foto: Fernando Martinez.

Ricardinho e Cristian perderam no total três ou quatro oportunidades claríssimas para o time da casa ficar tranquilo no jogo de volta. No fim, o Ituano 1-0 Moto Club deu a vantagem de empate para o campeão paulista, mas não será nada fácil enfrentar a sempre animada torcida maranhense.

Com mais um time profissional na Lista saí do estádio na companhia da dupla de amigos e, sem nenhum aviso antecipado, fui deixado na rodoviária local por conta de um compromisso religioso do caixa-preta seu Natal. Por sorte conseguimos voltar à São Paulo até que rápido, mesmo com os ônibus todos lotados.

Voltei aos campos na terça-feira para uma sessão futebolística com time novo na Lista, algo que não acontece mais com tanta frequência hoje em dia.

Até lá!

Fernando

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Grande vitória do Nacional no início da quarta fase da Segundona

Fala, pessoal!

Após 22 rodadas e três fases, o Campeonato Paulista da Segunda Divisão chegou ao seu momento de decisão. Das 39 equipes que iniciaram o certame, sobraram oito que ainda lutam por uma das quatro vagas na A3 de 2015. O JP foi acompanhar a estreia de Nacional e Olímpia no sábado passado.


Nacional AC - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.


Olímpia FC - Olímpia/SP. Foto: Fernando Martinez.

Não foi nada fácil para o time ferroviário chegar nessa etapa do certame. O time rateou bastante na segunda e terceira fases e se classificou sempre na bacia das almas. Já o Galo fez bem diferente. A equipe somou incríveis 12 partidas sem perder (a última e única derrota até então aconteceu antes da Copa) e sobrou nas disputas dos Grupos 9 e 15.


Novo escudo utilizado pelo Olímpia. Foto: Fernando Martinez.


Capitães dos times e arbitragem da partida com o árbitro Camilo Morais Zarpelão e os assistentes Fabrício Porfirio de Moura e Renata Ruel Xavier de Brito. Foto: Fernando Martinez.

Com tudo isso, a maior parte dos torcedores que foram ao Estádio Nicolau Alayon tinham certeza que a peleja seria uma verdadeira pedreira para os donos da casa. Bom, seria, pois o Nacional finalmente fez um jogo memorável dentro dos seus domínios e não deu a menor chance ao time olimpiense.

Um quórum de altíssima qualidade - que contou com os ilustres Paulo "Shrek", Cosme, Roberto Rocha, Rafael Lusitano, o torcedor da briosa Victor e a dupla suzanense Nílton e Raul - viu o Nacional comandar a partida desde os primeiros momentos, impedindo que aquele famoso sentimento chamado "sofrimento" não aparecesse na Comendador Souza.


Bruno Silva cobrando escanteio sob o olhar atento da assistente Renata Ruel. Foto: Fernando Martinez.

Mesmo a saída do camisa 2 Helinho aos quatro minutos por contusão não desanimou os locais. O ótimo futebol foi premiado com o gol de Bruno Silva, um dos destaques da equipe no certame. Após boa jogada pela esquerda a bola foi cruzada na área e ele apareceu livre para colocar no fundo do gol do Olímpia.


Bola na rede no primeiro gol do Nacional. Foto: Fernando Martinez.

O Galo acabou sendo premiado com um pênalti cinco minutos depois. De onde estávamos, e também na visão de quem estava perto do lance, a penalidade não aconteceu. João Paulo não quis nem saber e cobrou no canto esquerdo de Carlão, deixando tudo igual.


Detalhe da cobrança de pênalti de João Paulo que igualou o placar. Foto: Fernando Martinez.


Zaga do Olímpia sofrendo pressão. Foto: Fernando Martinez.

A dúvida geral em saber se o Naça sentiria o empate foi dissipada aos 36 com o segundo gol, novamente com Bruno Silva. Ele recebeu lançamento em profundidade, driblou o goleiro e tocou calmamente para colocar de novo o escrete ferroviário em vantagem.


Momento do segundo gol do Nacional, marcado novamente pelo artilheiro da tarde Bruno Silva. Foto: Fernando Martinez.

Ao final do tempo inicial o placar apontava 2x1 para os donos da casa. Nos 45 minutos finais o time jogou ainda melhor e criou boas chances para ampliar. A zaga do time visitante não sabia como conter as rápidas investidas do ataque nacionalino.


Ataque local pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.


Marcação firme da zaga visitante. Foto: Fernando Martinez.

Mesmo com um pênalti claro não marcado pela arbitragem, o Naça mostrou tranquilidade para fechar o placar aos 31 minutos com o gol do camisa 10 Emerson, aproveitando rebote do goleiro Wágner.


Mais um ataque do Nacional. Foto: Fernando Martinez.


Lance do terceiro gol do time ferroviário. Wágner não segurou o cruzamento e Emerson marcou. Foto: Fernando Martinez.

No fim, o marcador ficou em Nacional 3-1 Olímpia. Confesso que imaginava que a equipe paulistana poderia vencer, mas não com tamanha facilidade. O empate por 2x2 entre Grêmio Prudente e Primavera no outro jogo na chave deixou o time ferroviário na liderança do Grupo 19. Ainda falta muito, mas a equipe deu o primeiro passo em busca do acesso.

Tinha jogo noturno na pauta mas acabei desencanando por conta da preguiça. O pós-jogo teve visita ilustre em casa e uma boa noite de descanso antes da epopeia do domingo para ver as oitavas da Série D de perto.

Até lá!

Fernando

domingo, 28 de setembro de 2014

JP na Copa (parte 20): Hermanos desbancam os indolentes Diabos Vermelhos

Salve amigos!

Após mais de 20 mil quilômetros rodados pelos Brasil, passando por 10 sedes, assistindo jogos de 7 grupos em 7 sedes, vendo 19 seleções diferentes e fazendo muitos amigos, chego ao final de meu relato dessa experiência inesquecível que foi vivenciar a Copa do Mundo no Brasil.

Depois de uma semana curta de trabalho, voltei a meu cinco estrelas goiano e, desta vez, fiquei em um dos apartamentos utilizados pela delegação da seleção brasileira por ocasião do amistoso diante do Panamá. Só não perguntei quem ficou no meu quarto: isso o Hotel não revelou nem sob tortura.


Detalhe de meu QG goiano. Foto: Estevan Azevedo.

Na sexta-feira, assisti a classificação brasileira para as semifinais de um evento no próprio Hotel, repleto da high-society jovem alienada da Capital do Cerrado; em meu quarto, logo após chegar de viagem, vi os germânicos despacharem os insossos franceses.

No sábado, peguei meu “Araguaia” com destino à Capital Federal, para um duelo que prometia muito: a tradicional Argentina de Messi, bi-campeã do mundo que ainda não convencera na Copa, conquistando, com muita dificuldade, quatro vitórias obrigatórias; e a Bélgica, seleção cotada para ser uma grande surpresa no certame, que vinha de quatro vitórias importantes, mas sem mostrar um futebol de encher os olhos. O jogo prometia ser o grande tira-teima das quartas de final, e eram grandes as expectativas dos 68.551 presentes.


Seleções perfiladas para a execução dos hinos nacionais. Foto: Estevan Azevedo.


Árbitro conversa com Witsel e Di Maria. Foto: Estevan Azevedo.

A decepção ficou por conta de uma greve dos rodoviários do Distrito Federal: da Estação Central do metrô, tive que caminhar até o Mané Garrincha. Pior: como eu estava confiante na eficiência do sistema, testada e comprovada em dois jogos anteriores, nesse dia cheguei mais tarde na Central. Por sorte, a entrada no estádio foi sossegada, depois da extensa caminhada (aliás, no clima de Brasília, qualquer caminhada é chata).


Visão panorâmica do Mané Garrincha, por ocasião da partida. Foto: Estevan Azevedo.


Ataque belga na primeira etapa. Foto: Estevan Azevedo.

Desta vez, a grande torcida sofreu pouco. Logo aos 7 minutos, Mascherano roubou uma bola no meio de campo e rolou para Messi, um pouco mais a frente. O astro se livrou de dois belgas, incluindo o cabeludo Fellaini, e rolou para Di Maria, à direita.

O magrelo avançou em direção à área e rolou para Zabaleta, que caía livre pela direita. A bola desviou em Vertonghes e sobrou livre para Higuaín, que bateu de primeira, no canto direito de Courtois, abrindo o marcador e marcando seu único gol no certame, e o último da equipe.


Messi em mais uma pose para o JP. Foto: Estevan Azevedo.


Bola na área argentina. Foto: Estevan Azevedo.

Daí pro fim do jogo, a Argentina fingiu temer a Bélgica e a Bélgica fingiu que queria vencer, tonando o jogo um dos mais chatos da Copa. Aos 25 minutos De Bruyne chutou de longe para boa defesa de Romero. Pouco depois, a Argentina perdeu Di Maria, contundido.


Di Maria nos seus últimos momentos dentro das quatro linhas no Mundial. Foto: Estevan Azevedo.

A emoção ficava restrita às bolas paradas, como em uma cobrança de falta de Messi na entrada da área, aos 40 minutos, mas a bola passou por cima do travessão. A melhor chance da Bélgica foi aos 41 minutos, após uma cobrança de lateral: Vertonghem cruzou para Mirallas, que cabeceou com perigo, para fora. O jogo foi para o intervalo com a vantagem mínima para os argentinos.


Belgas reclamam de marcação de falta na entrada da área. Foto: Estevan Azevedo.


Messi cobra falta com perigo no final da primeira etapa. Foto: Estevan Azevedo.

Aos 5 minutos da etapa final, Higuaín fez boa jogada individual pela esquerda, mas a finalização foi desviada por Van Buyten. Ainda assim, a bola não entrou por pouco. Aos 9 minutos Higuáin perdeu outra grande chance: depois de colocar a bola entra as pernas e Kompany, carimbou o travessão de Courtois.

Wilmots sacou Origi e Mirallas e colocou Mertens e Lukaku, tentando dar mais ofensividade ao time europeu. A mudança pareceu surtir efeito: no minuto seguinte, Vertonghen enxergou Fellaini na área e cruzou para o cabeludo, que ganhou no alto de Demichelis, mas cabeceou para fora, com perigo.


Ataque argentino na primeira etapa. Foto: Estevan Azevedo.


Lentes JP flagram as feras Fellaini, Hazard e Mascherano. Foto: Estevan Azevedo.

Aos 19 minutos De Bruyne cruzou pra dentro da área, e Garay desviou antes da chegada de Lukaku, mas obrigou Romero a usar de seus reflexos a fim de não levar um auto-gol. A verdade é que, apesar de levar alguns sustinhos, a Argentina tinha o jogo nas mãos e a Bélgica não demonstrava grandes pretensões.


Aos 8 minutos da etapa final, o astro Hazard foi amarelado pelo árbitro. Foto: Estevan Azevedo.


Ataque belga na segunda etapa. Foto: Estevan Azevedo.

Aos 39 minutos, a Bélgica teve sua última boa chance: Fellaini desviou de cabeça para Lukaku, que atrasou para De Bruyne. O belga chutou com perigo, mas a bola foi desviada pela linha de fundo. Messi perdeu a chance de matar a partida nos acréscimos, mas Courtois fez grande defesa. A Bélgica ainda teve uma chance com Lukaku, que cruzou e foi cortado por Garay; na sobra, Witsel bateu por cima e ficou nisso.


Witsel, na entrada da meia-lua, se prepara para bater a gol, após Garay (na pequena área) cortar cruzamento de Lukaku (camisa 9, à esquerda). Foto: Estevan Azevedo.

Fim de jogo, Argentina 1x0 Bélgica, quinta vitória dos sul-americanos por um gol de diferença no torneio, selando a classificação para as semifinais de uma Copa depois de 24 anos. Os belgas deixaram de mostrar o esperado futebol e pararam diante da primeira camisa estrelada que encontraram.

Na saída do estádio, a tradicional festa das escadarias do Mané Garrincha, com muita provocação entre brasileiros e argentinos. Um show à parte.



Jogadores e torcedores argentinos comemoraram muito. Fotos: Estevan Azevedo.


Torcedor parecia prever a tragédia brasileira. Foto: Estevan Azevedo.


Brasileiros e argentinos se provocando na saída do estádio. Foto: Estevan Azevedo.

Com o apito final uma grande tristeza se abateu sobre mim. Talvez eu nunca mais possa ver uma Copa do Mundo em meu país, e as experiências vividas nessa foram inesquecíveis, um legado que carregarei comigo pelo resto da vida. Nem o desejo de acompanhar uma Copa em outro país serve de consolo. Eu não serei o mesmo, de forma que foi uma experiência única.


Minha última imagem de um estádio na Copa... Foto: Estevan Azevedo.

Retornei para Goiânia, pra relaxar um pouco mais. Passeei no zoológico no domingo, fui visitar um dos pontos marcados pelo acidente nuclear de 1987... Minha Copa ainda aguardaria bons momentos: o pós jogo em São Paulo, por ocasião da classificação argentina para a decisão, e a final, no Rio de Janeiro.

Infelizmente, não consegui ingresso para a partida, mas acompanhei pela TV em bares das proximidades do Maracanã, sentindo o clima da final. Depois fui pra Copacabana, acompanhar a confraternização final dos torcedores.

 

Vista do belo Zoo goiano encravado no centro da cidade e um dos locais contaminados no acidente nuclear de 1987. Fotos: Estevan Azevedo.


Reformas do Estádio Olímpico: detalhe que não poderia passar batido pelo JP. Foto: Estevan Azevedo.

Foi uma única Copa, mas cada um de nós vai carregar uma história muito pessoal sobre ela. Espero ter conseguido compartilhar um pouco da minha com vocês, amigos do JP.


Copacabana: meu registro da última grande confraternização dessa Copa! Foto: Transeunte.

Até a próxima (Copa? Quem sabe...)

Estevan Azevedo