Procure no nosso arquivo

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O horroroso fim do centenário do Nacional Atlético Clube

Texto e fotos: Fernando Martinez


Chegou ao fim o tenebroso ano do centenário do Nacional Atlético Clube. No gramado do Estádio Nicolau Alayon, os ferroviários receberam o XV de Piracicaba e foram oficialmente eliminados da Copa Paulista com uma rodada de antecedência. Um final de gala - #ironia - de uma temporada mal planejada, mal organizada, mal jogada e com resultados absurdamente ruins.

Na virada de 2018 para 2019 confesso que cheguei a imaginar que a data comemorativa viria com uma bela campanha e a luta pelo acesso. Errei redondamente. A parceria se mandou antes mesmo do réveillon e o novo elenco foi montado às pressas. O trabalho foi péssimo e a equipe capengou durante as quinze rodadas da A2. Resultado: a performance horrorosa terminou com o lamentável rebaixamento. Nesse cenário de terra arrasada, a parceria da vez pegou o boné e se mudou para a Rua Javari de mala e cuia. Ficou uma enorme incógnita no ar.

Chegou uma nova parceira, a terceira em menos de seis meses, e a promessa de que viriam fortes. A campanha começou com duas vitórias, contra Taubaté fora de casa e Portuguesa na Comendador Souza, algo inesperado que deixou todos os simpatizantes do alvi-celeste animados. Só que foi apenas um sopro de alegria. Nas sete partidas seguintes, nenhum triunfo, atuações ridículas e a dependência de vencer o Juventus, o responsável direto pelo rebaixamento no estadual, para se garantir na segunda fase. A vitória aconteceu na base da surpresa.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Esporte Clube XV de Novembro - Piracicaba/SP


Os capitães dos times junto com o árbitro Thiago Luis Scarascati, os assistentes Gustavo Rodrigues de Oliveira e Bruno Silva de Jesus e o quarto árbitro Daniel Carlos Luciano Fernandes

Na fase atual, mostrando que a classificação foi apenas um espasmo, um 0x0 na estreia contra o Água Santa e três derrotas seguidas contra o Nhô Quim e duas vezes contra o Mirassol. Pior foi ver a equipe se arrastando, criando pouco e sofrendo pressão em todos os compromissos. Mesmo jogando na capital, os mais ligados sabiam que o XV era favorito à vitória na quarta, se bobeasse por uma boa margem de gols. Bingo!

O que se viu no gramado histórico da cancha da Zona Oeste foi um verdadeiro passeio dos alvinegros piracicabanos. O fraco elenco do Nacional nada fez - a culpa não é deles, e sim de quem os trouxe - e confirmou a eliminação antecipada que já era prevista. O primeiro tento visitante saiu aos 14 da etapa inicial com Wellington Simião marcando de cabeça. Cássio Gabriel por pouco não fez o segundo na sequência.


Peri (6) cortando investida do Nacional


Chegada local pela direita do ataque


O jogo era a última chance do Nacional ainda sonhar com uma vaga na próxima fase do torneio

Matheus Lu foi o responsável pelo único momento digno de registro a favor dos locais, porém chutou pela linha de fundo. Aos 44, em rápido contra-ataque visitante, Felipe Lacerda evitou outra vez o que seria o segundo tento. A vantagem foi finalmente ampliada aos sete do tempo final em lance onde setor ofensivo piracicabano destruiu os defensores do Nacional. A bola foi alçada e Robertinho, meio sem querer, cabeceou e encobriu o arqueiro da casa.

Jogando na boa e envolvendo com facilidade o setor defensivo local, o terceiro saiu aos 39 minutos dos pés de Luizinho. Desde 1957 o XV não vencia o Nacional na capital bandeirante. Ainda quando os paulistanos jogavam a principal divisão do estado, eles sofreram um sonoro 4x0 no Nicolau Alayon. Essa tinha sido a última e única vitória piracicaba por aqui em toda a história.


No tempo final os locais não conseguiram atacar com propriedade e as investidas foram neutralizada pela zaga visitante


Lance no meio-campo. Em quase todas as divididas, quem ganhou foi o atleta do XV


Comemoração pelo terceiro gol, o tento que colocou o Nhô Quim na terceira fase da Copa Paulista


Placar final da última apresentação nacionalista na sua casa em seu centenário... um ano horroroso

O placar final de Nacional 0-3 XV de Piracicaba foi a tampa do caixão alvi-celeste na Copa Paulista. Todos, sem exceção, tem culpa na enorme bagunça que foi o ano em que o antigo SPR completou 100 anos de vida. Não teve amistoso comemorativo, não teve time decente, não teve respeito com a torcida, não teve vergonha na cara e não teve organização. Mas teve rebaixamento, uma horrorosa camisa dourada (!) comemorando os 100 anos e uma festa que homenageou uma cambada pessoas que nada tem a ver com a história do clube. Chance para arrumar isso agora somente em 2119.

Agora resta juntar os cacos e ver como se comportarão na disputa da A3 em 2020. Foi tão difícil conseguir o acesso em 2017 e agora vão ter que suar sangue pensando no retorno à A2... de novo. Agora, se o trabalho continuar a ser feito do jeito que está, eles precisam abrir o olho, pois voltar à Segundona não será nada impossível. Da minha parte, assim como fiz nas 51 pelejas anteriores, me farei presente torcendo por um futuro melhor.

Falando em Copa Paulista, no próximo sábado vai rolar a rodada decisiva e certamente estaremos em alguma decisão pela Grande São Paulo. Grande chance de batermos cartão na Rua Javari... vamos ver.

Até a próxima!

_________________________

Ficha Técnica: Nacional 0-3 XV de Piracicaba

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público: 169 pagantes; Renda: R$ 2.120,00; Cartão amarelo: PH (Nac); Gols: Simião 14 do 1º, Robertinho 7 e Luizinho 39 do 2º.
Nacional: Felipe Lacerda; Danilo Negueba, Felipe Gregório, Guilherme e Denner; Kevin (Washington), Matheus Lu (Josué), PH e Allan Christian; De Paula e Vinicius Faria (Éder Paulista). Técnico: Felipe Alves.
XV de Piracicaba: Luis Fernando; Robertinho, Paulão, Marcel e Peri; Fraga, Cadu Barone (Misael), Simião (Danilo Bueno) e Cassio; Raphael Macena e Erick Salles (Luizinho). Técnico: Tarcísio Pugliese.
_____________

Nenhum comentário:

Postar um comentário