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segunda-feira, 10 de junho de 2019

De virada, Galo surpreende e elimina o Santos no Pacaembu

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na quinta-feira passada, ainda me recuperando de uma gripe fortíssima, voltei a acompanhar um jogo da Copa do Brasil depois de dois anos. A pedida foi encarar uma sessão noturna de futebol no velho Estádio Paulo Machado de Carvalho. Na pauta livre do JP, o duelo de volta das oitavas de final entre Santos e Atlético Mineiro. Foi a centésima vez que as duas equipes se enfrentaram em todos os tempos.

O surreal é que duas horas antes da peleja eu nem sabia da existência da mesma. Como desde meados de 2018 não tenho as noites livres na maior parte da semana, nem me dou ao trabalho de saber o que está rolando, futebolisticamente falando. Para terem uma exata noção do meu estado atual, eu não sabia nem quanto tinha sido o encontro de ida em Belo Horizonte. Do nada resolvi dar aquela olhada marota no site da CBF e voilà... achei o que fazer.

Minha última presença na Copa do Brasil, que faz 30 anos em 2019, tinha sido no Ponte Preta 1x1 Cuiabá em 2 de maio de 2017. Por não ter visto o certame no ano passado, quebrei uma série que vinha desde 1999 com pelo menos um joguinho visto in loco a cada temporada. Enfim, acontece nas melhores famílias. Nas 58 partidas que acompanhei, coloquei 34 clubes de vinte estados diferentes na Lista, uma média absolutamente sensacional.

O Peixe chegou para essa decisão eliminando nas fases anteriores Altos/PI, América de Natal, Atlético/GO e Vasco da Gama com cinco vitórias e uma derrota. No Independência, o empate sem gols deixou tudo em aberto. Como o onze mineiro estava na Libertadores fez sua estreia no torneio apenas semana passada. Vale destacar que não via o time principal do Galo desde uma derrota contra a Portuguesa por 2x0 no Brasileirão de 2013.

O Pacaembu recebeu um público tímido, exatamente 16.857 presentes, que viu um cotejo bom e bastante animado. Nem bem a ação tinha começado e o Santos saiu em vantagem. Quem marcou foi Gustavo Henrique, de cabeça, escorando escanteio cobrado por Marinho aos cinco minutos. O Peixe foi melhor até metade do tempo inicial. Somente após esse período o Atlético passou também a incomodar.

O primeiro bom momento visitante saiu aos 22 numa finalização do colombiano Chará. Agora melhor em campo, o Galo deixou tudo igual aos 36 minutos com o mesmo Chará aproveitando lançamento primoroso de Cazares. O 1x1 ficou de ótimo tamanho quando o intervalo chegou. Agora sem gol qualificado, a igualdade estava levando a decisão da vaga para os pênaltis.


Bola zanzando dentro da área santista em ataque do Galo no tempo inicial


Chegada visitante pela esquerda e bola alçada na área

Quando a segunda etapa começou, vi um lance histórico na minha longa carreira em estádios: uma decisão revista através do VAR, o famoso árbitro de vídeo. o atleticano José Welison recebeu cartão vermelho por acertar o rosto de Marinho, porém o juizão foi chamado pelo pessoal da cabine e resolveu dar aquela conferida no lance. A maior autoridade em campo acabou voltando atrás, dando apenas o amarelo. É, amigo... o progresso pede passagem.

Os times mostraram um futebol animado com boas chances em série. Aos 15, Cazares chutou e a bola passou perto. Aos 16, Victor fez grande defesa em tiro de Marinho. Na sequência, Jean Lucas quase faz o segundo local. Ricardo Oliveira teve a chance da virada aos 20, mas perdeu. Chará jogou fora uma oportunidade de ouro a favor do Galo aos 25. Emoção atrás de emoção.

Aos 37 o Peixe criou o melhor momento em cabeçada de Lucas Veríssimo. A finalização tirou tinta da trave de Victor, arrancando aquele "uuhh" famoso da torcida que ocupava a velha cancha. Torcida que ficou desolada dois minutos depois com o gol da virada visitante. Num contra-ataque primoroso, Geuvânio tocou para Cazares e ele repassou a pelota para Chará. O colombiano, numa noite inspiradíssima, finalizou com precisão.


Olha o VAR, amigo! Cena que se fará presente em jogos grandes a partir de agora


Um Pacaembu com pouco mais de 16 mil pagantes viu a frustrante eliminação do Santos na Copa do Brasil

O tento foi um banho de água fria nas pretensões santistas. Os comandados de Sampaoli se abateram e quase tomaram o terceiro em bela jogada de Geuvânio aos 44. No fim, o Santos 1-2 Atlético/MG foi um duro golpe para a sequência de temporada do Peixe, que foca a atenção apenas no Brasileirão a partir de agira. O Galo está entre os oito melhores da Copa do Brasil e o adversário será definido semana que vem. Foi apenas a oitava vez em 59 jogos que vi uma vitória visitante nessa competição.

No dia seguinte, ainda me recuperando da gripe, retornei à ativa com a penúltima apresentação do Barcelona Capela como mandante na Segundona Paulista. Não estava nem perto de me sentir 100% bem, porém, não tinha como ficar de fora.

Até lá!
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Ficha Técnica: Santos 1-2 Atlético/MG

Competição: Copa do Brasil; Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ); Público: 16.857 pagantes; Renda: R$ 828.070,00; Cartões Amarelos: Lucas Veríssimo, Jean Lucas, Soteldo (San), José Welison, Adilson, Fábio Santos (Atl); Gols: Gustavo Henrique 5 e Chará 36 do 1º. Chará 39 do 2º.
Santos: Everson; Lucas Veríssimo, Aguilar (Jean Mota) e Gustavo Henrique; Victor Ferraz, Jean Lucas, Diego Pituca e Jorge; Sánchez (Soteldo), Marinho e Uribe (Eduardo Sasha). Técnico: Jorge Sampaoli. 
Atlético/MG: Victor; Patric, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Zé Welison (Adilson), Elias, Cazares e Luan (Geuvânio); Chará e Ricardo Oliveira (Alerrandro). Técnico: Rodrigo Santana.
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