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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Portuguesa vacila e joga dois pontos no lixo dentro do Canindé

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na noite da última quarta-feira rolou mais uma sessão de horrores no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte. Em mais um capítulo da série "como destruir um time de futebol", a Portuguesa recebeu o Audax, atual lanterna do Campeonato Paulista da Série A2, pensando em quebrar a sequência de cinco jogos sem vitórias.

Que a situação do onze rubro-verde é ruim todo mundo sabe, o que impressiona na real é a capacidade das coisas piorarem dia após dia. Para essa peleja os torcedores organizados do time fizeram o esquema "público zero" e ficaram de fora do estádio. Com isso, apenas 422 almas pagaram ingresso e viram mais uma apresentação bem meia bomba das duas agremiações.


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


Grêmio Osasco Audax Esporte Clube - Osasco/SP


Capitães dos times junto com o árbitro José Cláudio Rocha Filho, os assistentes Patrick André Bardauil e Bruno Silva de Jesus e o quarto árbitro Danilo da Silva

Eu mesmo não iria nessa partida, já que o Plano A era ir até Bragança Paulista colocar o Altos do Piauí na Lista. Como o bolso tá vazio faz tempo não deu certo. O Plano B - ir ao Baetão pela A3 - também furou, então restou ir pro Canindé. O clima pelas redondezas não era tranquilo e já dava pra sentir que se a vitória não rolasse, teríamos problemas.

Quando o árbitro trilou o apito pela primeira vez já deu pra sentir que não seria uma noite inesquecível. Os dois times mostraram inúmeras deficiências e a peleja se arrastou. E embora os (poucos) torcedores tenham reclamado muito, sinceramente não achei a atuação lusitana das piores. Os atletas mostraram raça e não se entregaram. Já boas finalizações e chances de gol... aí é outro papo.

A Lusa chegou com perigo em dois momentos, um com boa defesa de Jefferson e outro num ataque legal pela direita, só que ao invés de finalizar, o atacante resolveu tocar pro meio da área. Óbvio que nada aconteceu. O Audax pouco fez e teve nos pés de Bruno Lima uma boa chance de abrir o placar. Também sem resultado prático.


Zaga osasquense cortando cruzamento dentro da área


A grande chance lusitana aconteceu nesse lance, só que ao invés de chutar pro gol o atacante tocou pro meio da área


Outro ataque aéreo da Portuguesa


Jefferson voando bonito para cortar cruzamento

Como nos primeiros 45 minutos pouco se viu, decidi subir até as cabines de imprensa no tempo final e dali vi a situação melhorar um pouco, principalmente por conta de uma atuação mais decente da Portuguesa. Aos 22 minutos o futebol um pouco menos ruim foi premiada e o marcador foi inaugurado após grande falha do goleiro Jefferson. A pelota foi lançada na área e o camisa 1 perdeu o tempo da mesma. Nisso viu a mesma sobrar para Fernandinho chutar e fazer o primeiro da Lusa.

O Audax não assustou o escrete paulistano em nenhum momento e parecia que finalmente aconteceria o primeiro triunfo rubro-verde no Canindé. Só que aos 47 minutos, no primeiro ataque osasquense de verdade no segundo tempo, saiu o empate. Denílson dominou a pelota, entrou na área e chutou forte, vencendo o goleiro João Vítor.


Início de ofensiva do onze visitante


Chute de longe do Audax no segundo tempo


Uma boa chegada lusitana no final da partida

O placar final de Portuguesa 1-1 Audax não foi nada justo a favor dos paulistanos, porém como o que vale é bola na rede, é fato que a Lusa jogou dois preciosos pontos no lixo. Os rubro-verdes agora somam sete pontos e estão na 13ª colocação enquanto os osasquenses tem cinco e estão na 15ª. É fato que ambos lutarão contra o rebaixamento até a rodada final, programada pro dia 24 de março.

Agora o futebol em campo dá um tempo e o cronograma futebolístico só voltará a ser acionado em março. Por enquanto a palavra de ordem é seguir com a pesquisa monstro sobre a Copa São Paulo de Futebol Júnior que vem tomando conta da agenda. Praticamente ninguém fez uma pesquisa tão profunda como essa.

Até a próxima!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Nacional e Portuguesa não saem do zero no Alayon

Texto: Fernando Martinez; Fotos: Fernando Martinez e Alê Vianna (equipe do Nacional)


Depois de duas semanas sem futebol, voltei aos gramados com um duelo absolutamente imperdível valendo pelo Campeonato Paulista da Série A2. Depois de 59 anos sem se enfrentarem pelo estadual no Estádio Nicolau Alayon, Nacional e Portuguesa estiveram frente à frente na tradicional cancha paulistana.

Foi no dia 20 de dezembro de 1959 a última partida entre os dois na casa ferroviária pela primeira divisão. Poucos dias antes de ser rebaixado (e nunca mais voltar), o Nacional perdeu por 3x1. No ano anterior, a última vitória nacionalina em jogos oficiais (4x2 em 17 de julho de 1958) até hoje.

Contando todos os confrontos, os rubro-verdes não sabem o que é perder pro time da Água Branca desde um amistoso em 15 de setembro de 1977. Desde então, cinco encontros com três triunfos e dois empates. Aqui no JP, três coberturas: o 5x2 lusitano no Canindé pela A2 de 2007 e os dois compromissos na Copa Paulista do ano passado: 0x0 também na Comendador Souza e o triunfo da Lusa por 2x1 no seu campo.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


O árbitro Marcelo Aparecido de Souza, os assistentes Eduardo Vequi Marciano e William Trufelli Malaquias, o quarto árbitro Camilo Morais Zarpelão e os capitães dos times

Esse foi o meu 27º compromisso seguido do onze ferroviário como mandante e dessa vez a presença foi confirmada em cima da pinta, mais precisamente na madrugada do sábado. contando mais uma vez com a ajuda incondicional dos amigos verdadeiros. A viagem entre o litoral e a capital foi feita na boa e segui direto até a Água Branca arranjando espaço no metrô entre os foliões do pós-carnaval paulistano.

Algo impensável há alguns anos, não era exagero dizer que o Nacional levava um certo favoritismo pelo fato de jogar em casa e por ter uma campanha melhor do que o adversário. Aliás, a Portuguesa está fazendo um enorme esforço para jogar a A3 em 2019, em mais um capítulo da série "como destruir um time de futebol" dirigido pelos comandantes lusitanos.

Apesar dos pesares, foi a Portuguesa quem atuou melhor no tempo inicial. O goleiro nacionalino Maurício segurou bem a onda e foi responsável pelo marcador permanecer intacto ao final dos primeiros 45 minutos. A primeira boa chance aconteceu aos 28 em finalização de Bruno Duarte. Logo depois ele mesmo chutou e tirou tinta da trave.


Chegada nacionalina pela esquerda


Pelota levantada dentro da área lusitana


Disputa de bola no meio de campo


Cobrança de escanteio a favor do Nacional. Ao fundo, a parte coberta do Nicolau Alayon novamente azul

Nas arquibancadas, as 1.060 pessoas que pagaram ingresso não se entusiasmaram com a peleja e a única manifestação que se ouvia era a de torcedores lusitanos revoltados (com razão) com a situação lastimável da agremiação. Nem as boas chances de gol animaram os rubro-verdes.

Já no tempo final o Nacional voltou melhor ao gramado e foi a vez do goleiro João Lopes trabalhar para evitar o gol local, principalmente num ataque agudo de Bruno Xavier. Depois Rodrigo Souza quase marcou num lance em que a zaga salvou em cima da linha. Isso sem contar as várias finalizações pela linha de fundo.


No segundo tempo, o Nacional atacou mais, porém não conseguiu marcar


Marcação firme de atleta rubro-verde


Ofensiva aérea a favor do onze ferroviário

Quando a peleja estava perto do fim, a Portuguesa quase fez num chute de Fernandinho na trave. No final, o Nacional 0-0 Portuguesa (meu primeiro jogo com marcador em branco em 2018) manteve o tabu e não mudou muito a situação de ambos na Série A2. O Naça agora tem 11 pontos e ocupa a 10ª colocação, enquanto a Lusa, que flerta perigosamente com a zona de rebaixamento, tem sete e está dois pontos acima do Z2.

Futebol de novo agora só no meio da semana, em mais uma apresentação rubro-verde no Canindé.

Até lá!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Nacional massacra e faz história contra o Taubaté: 6x1

Texto e fotos: Fernando Martinez


Quando saio de casa pra ver algum jogo de futebol nunca tenho na mente a ideia de que verei algo histórico. Na sexta-feira fui ao Estádio Nicolau Alayon "apenas" para acompanhar de perto a terceira apresentação do Nacional dentro de casa no Campeonato Paulista da Série A2 jogando contra o Taubaté, um velho conhecido. Mal sabia que a tarde seria maiúscula e antológica a favor do onze ferroviário.

Vindo de uma derrota fora de casa, os locais queriam manter a invencibilidade na Comendador Souza e apostavam num repeteco da boa atuação contra o Votuporanguense. Já o Burro da Central somou duas derrotas seguidas nas rodadas anteriores e queria tentar arrancar ao menos um pontinho no Alayon. Na última vez que os dois se enfrentaram na capital paulista pela A2, goleada do Taubaté por 4x1 em 2007.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Esporte Clube Taubaté - Taubaté/SP


Capitães dos times junto ao árbitro Rafael Gomes da Silva, os assistentes Marco Antônio Motta Junior e Enderson Emanoel da Silva e o quarto árbitro Willer Fulgêncio Santos

Depois da Portuguesa Santista e os mais de 120 encontros entre os dois, o Taubaté é o adversário que o Nacional mais enfrentou através dos tempos com mais de 85 duelos. O onze interiorano sempre foi páreo duro e o equilíbrio é a tônica desde os anos 40. Equilíbrio que houve durante apenas o tempo inicial, pois depois o Nacional teve uma daquelas apresentações que serão lembradas por muito tempo.

Os locais começaram com tudo e no primeiro ataque Bruno Xavier acertou um belo chute de fora da área, obrigando o goleiro Fábio a mandar pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio a bola foi pro segundo pau e Jeferson surgiu entre os defensores para cabecear e marcar o primeiro gol. Tudo isso em 51 segundos.

O Taubaté não sentiu o golpe e chegou perto de deixar tudo igual em duas oportunidades. Aos 14, Fábio Carioca mandou pelota na trave e aos 19 Felipe Lacerda salvou a pátria nacionalina em finalização de Wellington Melo. O Nacional também teve bons ataques no decorrer do primeiro tempo.

No momento onde o equilíbrio reinava os locais marcaram pela segunda vez em nova cabeçada, agora de Bruno Xavier, aos 40 minutos. O árbitro encerrou a primeira etapa com o marcador apontando 2x0 a favor dos paulistanos. Será que o Taubaté teria forças para buscar uma reação na etapa final?



Detalhe do primeiro gol nacionalino aos 51 segundos de peleja e a comemoração do zagueiro Jeferson


Disputa de bola na esquerda do ataque do Nacional


Outra chegada local pela esquerda, com detalhe para a belíssima camisa do Taubaté

Tivemos a resposta em poucos minutos do segundo tempo. O Nacional voltou avassalador e massacrou a equipe comandada pelo técnico Alberto Félix. Aos sete minutos Caio Mendes fez grande jogada pela esquerda e chutou forte. Fábio defendeu, só que no rebote Naldinho apareceu pra marcar o terceiro.

Aos 18, um golaço nacionalino. Naldinho avançou pela direita em avenida deixada pela zaga taubateana e cruzou nos pés de Bruno Xavier. O camisa 11 acertou um tirambaço de primeira e fez o quarto gol. Oito minutos depois foi a vez do camisa 18 Vítor Braga deixar o dele, o quinto do Naça, num belíssimo chute que entrou no ângulo direito de Fábio.

O Taubaté ainda diminuiu aos 30 com Flávio Carioca, mas pra não deixar a peteca cair, Rodrigo Souza fechou o set com finalização tranquila do meio da área. Ninguém em sã consciência poderia acreditar que o Nacional seria capaz de aplicar uma goleada tão incisiva num adversário tão tradicional. Quem não gostou, e com toda a razão, foi a sempre presente torcida visitante.


No tempo final, o Nacional massacrou seu tradicional adversário


Disputa no meio de campo e o belo contrastes dos uniformes


Bruno Xavier comemorando seu segundo gol na tarde, o quarto do Nacional


Chute que originou o quinto gol local, em belo chute de Vítor Braga


Fechando o massacre, o sexto tento saiu dos pés de Rodrigo Souza

O Placar final de Nacional 6x1 Taubaté quebrou uma série de recordes: Foi a maior goleada do escrete ferroviário em cima do Burrão em todos os tempos, superando um 4x0 aplicado em 1966, foi também a maior goleada da história do confronto, superando um 5x0 do Burrão pela A2 de 2004 e foi a primeira vez que um dos times fez seis gols do adversário. Além disso, foi a maior derrota da gloriosa história centenária do Esporte Clube Taubaté. Isso definitivamente não é pouca coisa.

A gigantesca vitória colocou o Nacional na oitava colocação da primeira fase da A2 após cinco rodadas disputadas, um terço do certame. Se os atletas acertarem o pé jogando fora de casa, a classificação não será um sonho impossível. Já o Burrão está na 11ª posição e as três derrotas seguidas custaram o emprego de Alberto Félix pro restante da competição.

Da minha parte, essa foi a 26ª partida consecutiva do antigo SPR com o mando de campo que acompanhei in loco. Mesmo morando no litoral, estou mantendo essa escrita de pé. Daqui duas semanas tem confronto paulistano no Alayon, um daqueles jogos imperdíveis que tanto gosto...

Até a próxima!