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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Portuguesa derrota o Nacional com gol no fim e vira vice-líder

Texto e fotos: Fernando Martinez


A tarde do último domingo reservou um daqueles jogos que não podemos perder de jeito nenhum. Pela segunda rodada do returno da Copa Paulista, a Portuguesa recebeu o Nacional no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte para um duelo tradicionalíssimo e totalmente paulistano. Confronto do primeiro e terceiro times que mais vi ao vivo até hoje.

O que estragou a peleja foi o temporal que caiu durante praticamente todo o dia. Olha, fazia tempo que não chovia tanto como choveu no último domingo. Independente disso não pensei em desistir da jornada em nenhum momento tamanha a raridade da presença do onze ferroviário no Canindé.

Desde que foi inaugurado em 1972, o Nacional havia feito apenas três apresentações no campo lusitano até então: a primeira em 29 de novembro de 1987 num 1x1 contra o São José, a segunda em 3 de agosto de 2004 numa derrota para a Lusa por 4x1 pela Copa FPF e a terceira e última em 17 de março de 2007 em novo revés, agora de 5x2, também a favor do onze rubro-verde pela Série A2.

Como se isso não bastasse, essa foi a partida de número 300 da Portuguesa que acompanhei in loco em todos os tempos. Vi pela primeira vez o clube em 1990 num amistoso contra o Fluminense no Pacaembu e desde então vi de perto de momentos de glória a atual penúria da quase centenária agremiação. Para efeito de registro, desses 300 jogos, 262 foram do time profissional, 25 do sub-20, oito do sub-17, quatro do sub-15 e um da antiga categoria de aspirantes.

Apenas 343 torcedores enfrentaram as condições climáticas adversas e resolveram assistir a estreia do técnico PC Gusmão no banco de reservas local. Vindo de dois compromissos sem vitória, a Portuguesa buscava chegar mais perto do líder São Caetano no embolado Grupo 3. O vice-líder Nacional queria beliscar pelo menos um pontinho fora de casa.


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Capitães dos times junto ao árbitro Alysson Fernandes Matias, os assistentes Eduardo Vequi Marciano e Luis Felipe Prado Silva e o quarto árbitro Samuel Aguilar de Lima

Infelizmente os atletas não corresponderam e a peleja foi bem abaixo do esperado, muito diferente do 0x0 registrado no primeiro turno. O primeiro tempo praticamente se arrastou e poucos foram os momentos de perigo. Enquanto os jogadores maltratavam a pelota, eu me mantive alerta por 20 minutos debaixo do dilúvio ao lado do ataque visitante.

A Lusa teve mais a bola nos pés porém não soube o que fazer com ela. Já o onze visitante foi mais cauteloso e se aventurou pouco no campo de ataque. Mesmo assim, o time criou dois momentos importantes, ambos dos pés de Negueba. O melhor deles aos 18 minutos em bola que sobrou para ele na pequena área e que saiu pelo alto.

Aos 26 minutos, numa grande jogada pela direita, a Lusa abriu o marcador com Guilherme Queiroz. Ele recebeu um bom passe de Junior Lemos pela direita e tocou no canto esquerdo de Felipe Lacerda. Foi o primeiro gol do artilheiro da Série C de 2015 na Copa Paulista. 

Na hora do gol eu já estava nas cabines, vencido pela chuva e já molhado além da cota. Dali vi o lance mais insólito dos primeiro tempo. Decorridos 30 minutos, o árbitro Alysson Fernandes Matias sentiu uma contusão no joelho e foi substituído pelo quarto árbitro Samuel Aguilar de Lima. Foi a terceira vez que vi algo assim nessa temporada.


Rafael Cardoso, camisa 3 da Lusa, mandando a bola pro campo de ataque


O belo contraste de uniformes do tradicional duelo paulistano


Negueba carregando a pelota na direita


Apesar de ser algo raro, foi a terceira vez que vi um árbitro ser substituído em 2017. Dessa vez, por contusão no joelho

Durante o intervalo o sono bateu mais forte e então emendei uma soneca meio sem querer que foi até cerca de quinze minutos do tempo final. Quando acordei, perguntei ao amigo fiscal da FPF que estava próximo de mim se tinha perdido algo e a resposta foi singela: "absolutamente nada". A coisa estava feia demais.

Na esteira do meu despertar finalmente a partida ficou um pouco melhor (apenas um pouco, mais do que isso era pedir muito). Aos 25 minutos o Nacional conseguiu emplacar um bom ataque pela direita e deixou tudo igual com o camisa 18 Juninho. O atleta entrou na área e chutou no canto direito de Ricardo Berna.

Com o empate o escrete ferroviário se animou e chegou muito, mas muito perto da virada. Aos 34 minutos pintou um daqueles lances aonde não dá para entender como o gol não saiu. Depois de cabeceio, Ricardo Berna deu rebote e a pelota sobrou pata Thiago Santos. Ele estava na pequena área e tinha a meta livre... só que o chute foi pra fora.

Os locais estavam assustados e aos 42 novamente quase gol nacionalino dos pés de Thiago Cunha em outro rebote do camisa 1 rubro-verde. A peleja então chegou nos acréscimos e o Nacional achava que o pontinho estava garantido. A confiança era grande, e num vacilo o ataque perdeu a bola e a Portuguesa armou contra-ataque. A bola foi levantada na esquerda e Fernandinho cruzou para Guilherme Queiroz. Ele completou meio sem jeito e recolocou a Lusa em vantagem. Agora, o que poucos disseram é que o camisa 7 estava em posição de impedimento, logo, gol irregular.


Bola levantada na área lusitana no começo do segundo tempo


Comemoração dos atletas ferroviários com o gol de Juninho


Troca de passes no ataque visitante. O time chegou muito perto da virada


Paulo Fernando num dos últimos ataques rubro-verdes da tarde

O resultado final de Portuguesa 2-1 Nacional levou o rubro-verde para a vice-liderança do Grupo 3 com 17 pontos ganhos, um atrás do São Caetano. O onze da Água Branca caiu para a quarta colocação com os mesmos 14 pontos do Santos, treze deles conquistados nos últimos cinco jogos. A classificação que parecia ser tranquila hoje está bastante ameaçada.

Foi isso. Ainda passei o restante do domingo na capital antes de pegar a estrada com destino ao litoral na tarde de segunda-feira. Como nesse momento da vida meu escritório é na praia, é o que resta, pelo menos por enquanto.

Até a próxima!

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