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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Defensa y Justicia e sua histórica noite no Morumbi

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na noite da quinta-feira passada rolou uma daquelas partidas simplesmente imperdíveis com direito a time novo na Lista... e que time! Logo na estreia em competições internacionais na sua história, tive a chance de ver o primeiro jogo do genial do Club Social y Deportivo Defensa y Justicia fora da Argentina na sua história enfrentando o São Paulo no Estádio Cícero Pompeu de Toledo.

Esse duelo aconteceu graças às mudanças que a Conmebol promoveu na Copa Sul-Americana, extinguindo aquela horrorosa fase nacional e misturando todo mundo desde o início. O nível de alternatividade dessa competição a torna muito mais legal do que a Libertadores, sem sombra de dúvida. Esquadrões como os bolivianos do Nacional Potosí, os colombianos do Patriotas, os uruguaios do Boston River e os equatorianos do Fuerza Amarilla merecem um lugar de destaque em qualquer torneio que participem.

Voltando a falar do Defensa y Justicia, o genial time verde e amarelo de Florencio Varela foi fundado em 1935 e até 2014 nunca tinha jogado a principal divisão do seu país. Isso até a temporada 2014/2015, quando terminou a Primera B Nacional (aonde é até hoje o clube que mais disputou o certame com 24 participações) como vice-campeão e conquistou o acesso.

Em 2014, o Defensa foi 18º colocado no certame local, em 2015 foi 21º e em 2016 a equipe conseguiu um histórico oitavo lugar e com isso se classificou para a sua primeira competição internacional. No jogo de ida, empate por 0x0, logo, qualquer empate com gols no Morumbi levaria a rapaziada do país vizinho pra segunda fase.




É, não foi jogo perdido, mas rola foto posada do São Paulo, do Defensa y Justicia e do quarteto de arbitragem por aqui. As fotos são de longe, mas valem mesmo assim

Desde que vi o Independiente jogando e vencendo o Corinthians pela falecida Copa Mercosul em 1999 a minha Lista conta com 37 equipes da Argentina (fora a seleção, claro)... bom, agora 38, já que não tinha conseguido colocar o DYJ no rol de times vistos em nenhuma das duas vezes que fui ao país vizinho. No geral, agora a listinha chegou ao número 654.

Vi essa sessão de futebol junto com a armada são-paulina formada pelo decano Mílton, os jovens Mário, Pucci e Luigi e vários parentes dos mesmos. Todos, sem exceção, ficaram super felizes com mais uma atuação primorosa da equipe comandada pelo ídolo Rogério Ceni em 2017... só que não. O negócio foi feio.

O São Paulo até que começou bem e fez nove minutos muito bons. Aos 30 segundos Lucas Pratto teve um gol anulado e aos cinco minutos Thiago Mendes acertou um pombo sem asa no canto direito de Gabriel Arias. E foi só. A partir daí, o tricolor conseguiu a proeza de ser dominado dentro de casa pelo humilde adversário.

Os argentinos criaram duas boas chances na sequência do tento local e aos dez Castellani se aproveitou de uma falha monstro da zaga paulistana e deixou tudo igual. Apesar de ter a bola mais tempo nos pés, o São Paulo mostrou uma apatia absurda e nada fez de útil. Mílton Haddad, veterano de pelejas do time do Morumbi, não ficou muito feliz com o que viu no gramado.

No tempo final os locais continuaram na base do sono monstro e não chegaram nenhuma vez com perigo dentro da área visitante. A torcida ficou indignada com atuação tão insípida da equipe. E detalhe: o empate ainda saiu barato, já que os argentinos tiveram a grande chance de virarem o marcador aos 19 minutos, mas Elizari chutou da pequena área em cima de Renan Ribeiro.


Atleta do time argentino dominando a bola no meio de campo


A comemoração dos jogadores do Defensa no gol de Castellani


Visão geral de um Morumbi com público apenas razoável para a peleja: 14.999 pagantes


Ataque do São Paulo pela direita no tempo final


No fim, quem fez a festa na casa são-paulina foi o pequeno time argentino... vimos a história ser escrita

Após 90 minutos de futebol, vimos a história ser escrita na nossa frente. O placar final de São Paulo 1-1 Defensa y Justicia eliminou os brasileiros num Vexame com "V" maiúsculo, apesar de seu técnico dizer o contrário. Ao mesmo tempo, esse foi o maior momento dos 82 anos de história dos argentinos e com certeza a data será lembrada para sempre pelos seus torcedores. É muito legal poder acompanhar de perto momentos assim.

Na noite do dia seguinte voltei aos gramados, saindo de uma competição internacional para um joguinho perdido da boa e velha Segundona Paulista.

Até lá!

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