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domingo, 18 de dezembro de 2016

JP na Olimpíada (parte 18): A despedida do Parque Olímpico

Texto e fotos: Fernando Martinez


O último sábado dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começou bem cedo pra mim. Como a grande decisão do torneio de futebol masculino estava marcada apenas pro fim da tarde, tive tempo hábil de fazer a minha terceira e última visita ao Parque Olímpico da Barra, ou como diria o outro, a deliciosa Disneylândia dos Esportes. Entre várias opções, a que se encaixou melhor foi ver pela primeira vez na vida lutas de Taekwondo.

O astral dessa vez foi bem diferente, já que a emoção da primeira visita e a diversão completa da segunda foi trocada por uma certa melancolia, já que era a última vez que colocava meus pés ali. Também por ter a plena noção que o local deixaria de existir com seu intuito original dois dias depois. Tudo bem que todos os parques olímpicos são assim, só que não deixa de ser triste. Como se tudo isso não bastasse, sabe-se lá quando que estarei em outra Olimpíada...


Uma visão geral da Arena Carioca 3 para a disputa de Taekwondo

Fazia bastante calor quando pisei no Parque, pouco depois das nove da matina. Já tinha visitado a Arena Carioca 1 nos duelos dos rapazes do basquete brasileiro contra Espanha e contra a Nigéria (em tempo, fui super pé quente, já que foram as duas únicas vitórias da modalidade levando em conta as duas categorias) e a Arena Carioca 2 com a genial Luta Greco-Romana, e essa foi minha estreia na Arena Carioca 3.

Esse foi o quarto dia de disputas do Taekwondo, reservado para a categoria peso-pesado. Vi um total de 16 lutas intercalando homens e mulheres, todas da fase preliminar, nada mais do que as oitavas-de-final. Não tenho conhecimento algum de técnica, tática ou algo relacionado ao esporte, mas é legal demais ver algo assim numa Olimpíada. O ginásio não estava tão cheio, porém o clima e a animação foram sensacionais.


O legal de ver Taekwondo é que dá pra pegar fotos bem legais, tipo essa

No feminino, com lutadoras acima de 67 quilos, participaram atletas de países que a gente só conhece pelo atlas. Nunca imaginei que pudesse ver de perto alguém nascido no Camboja ou em Papua Nova Guiné. Todos, claro, com suas respectivas torcidas (pena que as atletas foram eliminadas ainda nessa fase). Como não tenho condições de viajar pelo mundo, ver tanta gente junta de tanto lugar longínquo foi um dos pontos altos do Rio 2016. A medalha de ouro dessa categoria foi a chinesa Zheng Shuyin, a prata ficou com María Espinoza do México.


A genial torcida de Tonga! Nunca achei que veria de perto alguém nascido lá

No masculino, para crianças acima dos 80 quilos, a disputa foi bem intensa. Lembrei das minhas aulas de geografia e da coleção de escudinhos vendo atletas do Gabão, Bielorrússia e Casaquistão, além de Pita Taufatofua, de Tonga. Isso mesmo, teve lutador de Tonga no tablado e cerca de 20 pessoas torcendo por ele com bandeira e tudo. Tudo bem que ele sofreu a maior derrota da categoria (1x16 contra o iraniano Sajjad Mardan), mas o que valeu foi o famoso espírito olímpico. Também teve o brasileiro Maicon Siqueira ganhando do americano Stephen Lambdin e, apesar da derrota nas quartas, ele voltou na repescagem e foi bronze. O outro ficou com Radik Isayev, do Azerbaijão, a prata com, Abdoul Razak Issoufou, do Níger.


Entre as lutas, rolava uma apresentação performática bastante interessante. Sempre rende fotos bem plásticas

Por volta do meio-dia e meia deixei a Arena Carioca 3 para passar os últimos momentos no Parque Olímpico. Pena que por causa de um imprevisto bem chato, tive que deixar o local antes do planejado. Mesmo assim, foi muito legal passar mais uma vez por locais que ficarão eternamente na minha memória. Deixei o local sem percalços com destino ao Maracanã. É, ali rolou uma das maiores emoções da minha vida esportivamente falando.

Até lá!

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