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domingo, 25 de setembro de 2016

Tudo igual entre Nacional e Red Bull na Comendador Souza

Texto e fotos: Fernando Martinez


É, amigo... o ritmo de partidas está, digamos, um pouco abaixo do normal por essas bandas. Mas como o pulso ainda pulsa, na tarde do sábado fui ao Estádio Nicolau Alayon para fazer minha estreia (!) na edição atual da Copa Paulista. Em campo, o primeiro confronto entre Nacional e Red Bull em todos os tempos.

Na primeira fase da competição o time campineiro fez exatamente o dobro de pontos do seu rival paulistano, 26x13, e terminou na liderança do Grupo 3. O time ferroviário fez uma campanha apenas razoável e foi quarto do Grupo 4. Junto com Votuporanguense e Comercial, os dois fazem parte do Grupo 7.

Pena que tenha dado tudo errado no caminho de ida até a Comendador Souza e eu miseravelmente perdi as fotos posadas. Cortesia de um atraso monstro do carro que me levaria até o estádio. Sorte que havia um plano B na manga, porém mesmo assim cheguei atrasado. Enfim, ossos do ofício.

A temperatura estava perfeita para ver uma sessão de futebol, e a peleja começou com tudo. Bruno Alves recebeu cruzamento de Igor Sartori e abriu o marcador logo aos dois minutos. Só que o Nacional não deixou a peteca cair e igualou o placar três minutos depois. Jóbson aproveitou rebote de Saulo em cobrança de falta e fez o primeiro dos locais.

O jogo seguiu bem movimentado e com um nível que me surpreendeu. Emerson Mi quase virou o marcador aos 19 minutos em lance que Saulo fez grande defesa. O Red Bull teve a maior chance de fazer o segundo aos 31, quando Igor Sartori acertou um chutaço na trave de Matheus. No último lance do tempo inicial, mais uma defesa incrível de Saulo.


Disputa de bola no meio de campo


Red Bull saindo para o ataque


Ataque nacionalino pelo alto

Durante o intervalo fui até o lado oposto da parte coberta para cumprimentar o presidente do Red Bull, Rodolfo Kussarev, que como todos sabem (ou pelo menos deveriam saber) é o co-autor do clássico Almanaque do Futebol Paulista e também o responsável pelo lançamento da obra-prima "Os Esquecidos", que fala sobre as divisões de acesso de São Paulo até 1946. Obra que eu tive o enorme orgulho de participar como um dos pesquisadores (aliás, tem livro novo planejado para 2017... ).

Como o papo sempre rende, acabei ficando por ali e vi um segundo tempo que começou mais truncado, mas que aos poucos foi ficando com os papeis bem definidos: o Red Bull com maior tempo de posse de bola e o Nacional perigoso quando chegava perto da área.

A primeira boa chance foi nacionalina, com grande chute de Tuco que obrigou Saulo a fazer nova defesa. Minutos depois o Red Bull fez o segundo gol com Erik, aliás, um golaço. Só que o assistente número 2 anulou o lance por toque no braço do atleta campineiro. Apesar do bom nível e das chances para os dois lados, o placar não foi mais alterado.


Cobrança de falta a favor dos campineiros no tempo final


Nacional no contra-ataque no final da peleja

Fim de jogo: Nacional 1-1 Red Bull. Na outra partida da chave, o Votuporanguense derrotou o Bafo jogando em Ribeirão Preto. Na segunda rodada agora o onze da Água Branca visita o CAV e o Toro Loko recebe o Comercial. Os dois compromissos acontecerão no próximo final de semana.

Até a próxima!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Ainda há salvação para a Portuguesa na Série C

Texto e fotos: Fernando Martinez


Depois da final do torneio masculino da Olimpíada ficou difícil voltar aos gramados, confesso. A emoção que senti no Maracanã na tarde do dia 20 de agosto dificilmente será superada, e isso fez com que eu hibernasse mais de três semanas antes de entrar num estádio novamente. 22 dias depois, retornei aos gramados num momento crucial do Campeonato Brasileiro da Série C: a luta da Portuguesa contra o rebaixamento.

O onze rubro-verde está vacilando desde a primeira rodada, e caso fosse derrotado pelo Guaratinguetá, no jogo válido pela 17ª rodada da fase inicial, o time iria cair para a última divisão nacional pela primeira vez em todos os tempos. Um melancólico desfecho que vem sendo ensaiado a cada partida que passa e a cada apresentação ridícula do time que há três anos atrás jogava e fazia uma campanha digna na Série A.


Como os times ficaram de frescura e não quiseram posar, segue a imagem dos dois perfilados para o Hino Nacional


Capitães dos times e trio de arbitragem mato-grossense com o árbitro Alinor Silva da Paixão e os assistentes Jackson Timóteo Lopes e Marcelo Grando

A partida não foi realizada no Canindé, e sim no Estádio Prefeito José Liberatti, pois a casa do time foi alugada. Sim, difícil de crer, mas essa foi a razão oficial. Pouco mais de 300 pessoas foram até a cidade de Osasco considerando que essa poderia ser, quer queiram ou não, uma histórica partida. Jogando contra o catado do Guará - e que mesmo assim derrotou a Lusa no primeiro turno, a única vitória do time no certame - a Portuguesa precisava dos três pontos.

Os "locais" começaram a peleja ocupando o campo defensivo visitante, porém sem conseguir uma finalização realmente perigosa durante os primeiros 15 minutos. Aos 18 a tarefa parecia que ficaria mais fácil quando Samuel, atleta da Garça, foi expulso. Dois minutos depois Marcelo pegou rebote de falta batida na trave por Dener e fez o primeiro.

A peleja seguiu no mesmo panorama e o goleiro Flaysmar fez duas defesas primorosas impedindo que a Portuguesa ampliasse sua vantagem. Só que quando a fase é ruim não tem como fugir do karma. No primeiro ataque visitante, isso aos 42 minutos, o gol de empate saiu. Anderson Oliveira recebeu bola na direita e costurou toda a defesa lusitana antes de entrar na área pela esquerda e chutar no canto de Pegorari. Aos 45, para o absoluto desespero local, quase o Guará virou o jogo.


Ataque lusitano com direito a malabarismo de Bruno Xavier


Nunes recebendo passe em cima da linha da grande área


Cobrança de falta de Dener que originou o primeiro gol da noite

Alguns torcedores presentes se revoltaram com o 1x1 ao final do tempo inicial e prometeram arrepiar geral caso o time não vencesse. No tempo final não restava outra alternativa para a Portuguesa a não ser pressionar ainda mais o Guaratinguetá no campo de defesa. Aos quatro minutos Flaysmar impediu o gol de falta de Dener, porém aos sete ele não teve como impedir Bruno Xavier de colocar mais uma vez a Lusa na frente.

A pressão foi mantida após o 2x1, e pena que as chances criadas não foram traduzidas em gol. Quando a bola finalmente seguia na direção da meta, o goleiro Flaysmar mostrava serviço e impedia a ampliação do marcador. Se não fosse a boa atuação do camisa 1 do Guará, a Lusa teria aplicado sua primeira goleada na Série C desse ano.

O melhor futebol só deu resultado novamente aos 38 minutos, quando Bruno Mineiro foi derrubado por Adriano dentro da área. Ele mesmo cobrou e marcou o terceiro do escrete paulistano. Foi o que bastou para a torcida se acalmar um pouquinho mais e esperar o apito final sem maiores problemas.


Bola levantada na área do Guará e cabeçada de Marcelo


Mais um cruzamento a favor da Portuguesa


Bruno Mineiro correndo para fazer o terceiro gol lusitano. Ainda há salvação para a Lusa

O placar final de Portuguesa 3-1 Guaratinguetá somado à derrota do Macaé contra o Juventude deixou a Lusa um ponto atrás do time carioca faltando apenas uma rodada. O cenário agora mostra que os lusitanos precisam vencer o Tombense fora de casa e torcer para o Macaé não ganhar do Botafogo no Moacyrzão. Se a Portuguesa empatar, ela pode até se salvar caso o Macaé seja derrotado por mais de dois gols de diferença.

Além da cantada e comemorada queda do Guará, é fato que tanto Macaé e Portuguesa mereciam ir parar na Série D de 2017 por tudo que não fizeram nas 17 rodadas até aqui. Como todos sabem bem a situação atual da equipe paulistana, torço muito para que aconteça a salvação rubro-verde no próximo domingo e que 2017 seja o começo da redenção. Não será nada fácil, mas estarei na torcida.

Até a próxima!

terça-feira, 6 de setembro de 2016

JP na Olimpíada (parte 6): Tudo igual entre Alemanha e Austrália

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fechando a segunda rodada do Grupo F no torneio feminino de futebol da Olimpíada vi um grande jogo, com certeza um dos melhores do Rio-2016. Alemanha e Austrália foram a campo na Arena Corinthians para 90 minutos eletrizantes, deixando os mais de 36 mil torcedores que pagaram ingresso extasiados.

Como você viu aqui no JP, a Alemanha goleou o Zimbábue na rodada de estreia, enquanto as australianas foram derrotadas pelo Canadá. Por conta de todo o histórico, as europeias eram favoritas, mesmo sabendo que não seria nada fácil essa tarefa. Esse foi o segundo encontro entre as duas na história olímpica. O primeiro, realizado durante os Jogos de Sydney, teve vitória germânica por 3x0.


Seleções perfiladas no gramado da Arena Corinthians

Desde os primeiros movimentos já dava para ver que esse jogo seria muito diferente do que a preliminar. O selecionado verde e amarelo abriu o placar aos seis minutos num lance aonde a bola foi roubada no meio de campo, Foord avançou pelo campo de defesa e tocou para Samantha Kerr na esquerda. Ela chutou de primeira e fez o primeiro gol australiano na Olimpíada.

A Alemanha quase empata aos oito em cabeçada que tirou tinta da trave. Aos 11, Williams fez grande defesa em chute de longe. Quatro minutos depois, foi a vez da Austrália chutar e quase ampliar. A maior chance alemã aconteceu aos 35 com a camisa 11 Anja Mittag. Ela driblou duas defensoras e mandou colocado, mas Williams tocou com a ponta dos dedos pela linha de fundo.

O ritmo do jogo era absolutamente sensacional e aos 39 a Austrália quase fez o segundo num tiro que passou raspando a trave direita de Schult. No lance seguinte, nova defesa incrível de Williams em chute de longe de Melanie Behringer. Os mais de 36 mil torcedores comemoravam e apludiam os lances dos dois lados, todos entusiasmados por conta do belo jogo.

Depois de tantas oportunidades, as meninas da terra dos coalas finalmente fizeram o segundo aos 45 minutos. Lisa de Vanna fez uma jogada maravilhosa pela esquerda, com direito a caneta na zagueira, e cruzou por baixo. Caitlin Foord tocou de leve para ampliar a vantagem. Na saída, a Alemanha diminuiu com um golaço de Sara Daebritz por cobertura, no último lance do tempo inicial.


Ataque alemão e disputa de bola pelo alto dentro da área australiana


Cruzamento dentro da área da Austrália


Leonie Maier, camisa 4, em lance pela esquerda


Mais uma investida alemã pela esquerda

No tempo final a seleção "alvi-negra" se viu obrigada a buscar o empate de forma mais incisiva e isso fez com que a Austrália levasse enorme perigo nos contra-ataques. No primeiro deles, acontecido aos 16 minutos, Foord teve a oportunidade do terceiro em lance cara-a-cara com Schult, que fez grande defesa. A mesma Foord teve outra chance parecida dois minutos depois, mas a bola saiu por cima.

As alemãs não conseguiam segurar o rápido ataque adversário e aos 25 Michelle Heyman acertou um tirambaço que obrigou Schult a mandar para escanteio. Aos 30 aconteceu a primeira grande chance europeia no tempo final em tiro de longe e ótima intervenção de Williams. Três minutos depois a arqueira da Alemanha fez besteira e mandou a bola nos pés de Samantha Keer. Só que a camisa 15 jogou fora mesmo com o gol aberto.

Após ter jogado fora o terceiro gol por várias vezes, a Austrália foi castigada aos 42 minutos com o empate. Behringer levantou a pelota na área e a capitã Saskia Bartusiak apareceu no segundo pau para tocar de barriga e deixar tudo igual. Um lance de enorme azar da arqueira Williams.


Elise Kellond-Knight batendo escanteio pela esquerda


Boa saída da goleira Schult em cruzamento na área


Lance de ataque a favor da Alemanha


Placar final do belíssimo jogo realizado na Arena Corinthians, um dos melhores do Rio-2016

E foi com o placar de Alemanha 2-2 Austrália que a árbitra neo-zelandesa Anna-Marie Keighley apitou pela última vez na Arena Corinthians. Um resultado heroico conquistado pelas medalhistas de bronze em 2000, 2004 e 2008, que foram para quatro pontos ganhos em dois jogos. A seleção verde e amarela ficou apenas com um. No final da primeira fase, as duas conquistaram vaga nas quartas-de-final.

Essa rodada marcou o fim da primeira parte do meu cronograma no Rio-2016. No dia seguinte fui pela primeira vez ao Rio de Janeiro (de um total de três) e fiquei ali durante três dias acompanhando meus primeiros eventos olímpicos propriamente ditos. Teve muita coisa boa na jogada.

Até lá!

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

JP na Olimpíada (parte 5): Canadá vence o esforçado Zimbábue na Arena

Texto e fotos: Fernando Martinez


Depois de um dia de folga, meu cronograma olímpico teve continuidade no dia seis de agosto, um sábado, o primeiro com os Jogos oficialmente rolando. As vésperas de fazer minha primeira viagem ao Rio, fui mais uma vez até a Arena Corinthians para uma nova rodada dupla válida pelo torneio feminino de futebol em seu Grupo F. A sessão começou com o Canadá enfrentando o Zimbábue.


Seleções perfiladas para os respectivos hinos nacionais

O público foi substancialmente maior do que o público da rodada de estreia e mais de 30 mil pessoas - entre elas, a minha sobrinha Maria Rita fazendo sua estreia num estádio de futebol - foi até a casa corintiana para uma jornada que prometia bastante. Na peleja preliminar, dez entre dez torcedores contava com uma goleada canadense contra a apenas esforçada seleção africana.

No papel, tudo certo, mas na hora H a seleção norte-americana decepcionou absurdamente. As meninas do Canadá parece que mandaram uma feijoada monstro na hora do almoço e elas atuaram com uma preguiça absurda. Janine Beckie abriu o marcador aos sete minutos e Christine Sinclair aumentou aos 19, fazendo seu 164º gol com a camisa da seleção em todos os tempos.1


Jessie Fleming se livrando da marcação da capitã Felistas Muzongondi


Zaga do Zimbábue dominando a pelota no campo de defesa


Rutendo Makore, camisa 15 do selecionado africano, tentando dominar a pelota depois de cruzamento na área

Depois que Beckie fez o seu segundo gol, e o terceiro do Canadá, aos 35 minutos, a expectativa por uma goleada deu lugar a um marasmo absurdo. Só não dormi por conta da presença da minha sobrinha, caso contrário teria facilmente batido uma soneca. As canadenses nada mais fizeram digno de registro até o apito final. O público deu a resposta das arquibancadas e Zimbabue teve toda a torcida a seu favor.

As africanas até que tentaram jogar no ritmo da galera, só que a qualidade técnica das meninas realmente é muito abaixo da crítica. Ainda assim, Mavis Chirandu marcou o gol de honra aos 41 do segundo tempo e a Arena Corinthians comemorou, assim como aconteceu contra a Alemanha, como se fosse gol de título.


Bola levantada na área do Zimbábue na direção de Sinclair


Ataque canadense pela esquerda no fim do jogo


Placar final do encontro entre canadenses e zimbabuenses na Arena Corinthians

O placar final de Canadá 3-1 Zimbábue classificou a seleção da América do Norte para a segunda fase do torneio feminino de futebol dos Jogos, mas quem fez a festa foi o selecionado africano, com direito a uma belíssima volta olímpica e uma ovação interminável de 30 mil pessoas. Foi de arrepiar.

Depois de um jogo tão meia bomba, a esperança era que a partida principal fosse um pouco melhor. Por sorte ela não foi apenas um pouco melhor, e sim muito melhor. Uma senhora peleja de futebol que pode ser considerada uma das melhores do Rio-2016.

Até lá!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

JP na Olimpíada (parte 4): A imperdível chance de ver Ilhas Fiji

Texto e fotos: Fernando Martinez


Assim como aconteceu nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, acompanhei com bastante atenção os torneios pré-olímpicos continentais para saber quem viria ao país disputar o torneio de futebol do Rio-2016. No geral não tive muito sucesso e apenas seis das dezesseis seleções classificadas não estavam na minha Lista: quatro europeias, uma asiática e uma da Oceania. De todas elas, foi justamente essa última a que representou o sonho máximo para quem gosta de raridade.

A Nova Zelândia era favorita absoluta a conquistar a vaga destinada ao continente através dos Jogos do Pacífico de 2015, mas os All Whites atuaram a semi-final daquela competição com um atleta irregular, perdendo os pontos para Vanuatu, que consequentemente foi para a decisão. A grande final foi disputada contra a genial seleção de Ilhas Fiji. Nos pênaltis, os fijianos venceram e se tornaram a 85ª seleção a fazer parte da história olímpica e a 637ª a entrar na minha Lista.

A partir dessa classificação era óbvio que ia ver um jogo de Fiji. Fato. O problema foi que, diferente do que aconteceu no Mundial de 2014, não havia uma "tabela básica" definida com jogos e sedes. Fui obrigado então a me cercar e comprar ingressos para três rodadas em três estádios diferentes, apostando que a seleção do outro lado do mundo estivesse entre as doze que iria assistir.

Meu plano deu certo, e com 75% do certame "coberto" o sorteio colocou os oceânicos na rodada inicial do Grupo C na Arena Fonte Nova, atuando contra os medalhistas de bronze de Londres-12, a Coreia do Sul. Assim como você já viu no post de México x Alemanha, a preliminar do dia, não teve outra alternativa a não ser armar aquele bate-volta maroto até Salvador para ver de perto esse surreal confronto.


Seleções entrando em campo na Arena Fonte Nova


Bandeira de Ilhas Fiji. Provavelmente a primeira e única vez que a verei num evento esportivo

Qualquer um sabia que o onze asiático - que disputa sua oitava Olimpíada consecutiva, um recorde - era franco e total favorito na peleja. Na semana anterior os coreanos venceram bem a Suécia num amistoso realizado no Pacaembu e era questão apenas de saber o placar do massacre.

É, só que o primeiro tempo foi bastante abaixo do esperado, parte pela pouca inspiração do ataque coreano e parte pela grande atuação do goleiro fijiano Tamanisau. O arqueiro fez quatro milagres e impediu que o onze asiático abrisse boa margem no marcador já nos primeiros 45 minutos.

O primeiro gol saiu apenas aos 32 minutos com o camisa 10 Seunghyun Ryu. Após cruzamento pela direita, ele matou a bola de forma meio estranha e chutou de bico para inaugurar o placar. Aos 38, Changjin Moon teve a chance de fazer o segundo num pênalti, mas ele chutou na trave. Foi com a vantagem mínima para a Coreia que o tempo inicial terminou.


Zaga fijiana afastando o perigo de dentro da área


Sangmin Sim encarando a marcação de Setareki Hughes


Hughes agora atacando pela direita. De londe, o camisa 6 Hyunsoo Jang só observa


Outra investida sul-coreana no tempo inicial

Boa parte dos torcedores que tinham permanecido na Arena Fonte Nova se mandou no intervalo, talvez por conta da pouca empolgação coreana. No tempo final o jogo continuou com Tamanisau salvando a pátria de Fiji mais duas vezes. A partir dos quinze minutos porém, o favoritismo finalmente entrou em campo.

Entre os 16:02 e os 17:46 - um espaço exato de um minuto e 44 segundos - a Coreia marcou três vezes, abrindo a porteira em definitivo. Changhoon Kwon fez o segundo e o terceiro e Ryu marcou o quarto. A partir daí foi um massacre. Aos 27 saiu o quinto em nova cobrança de pênalti, agora de Heungmin Son. Aos 30 ele mesmo quase fez um gol de placa chutando do meio de campo. A pelota caprichosamente tirou tinta da trave.

No minuto seguinte Hyunjun Suk fez o sexto. Após outras chances desperdiçadas, o placar voltou a ser alterado apenas aos 44 minutos com outro gol de Hyunjun Suk. Para fechar o gigantesco triunfo, Seunghyun Ryu fez seu quarto gol e o oitavo da noite.


Tamanislau subindo para fazer o corte


Sexto gol do selecionado asiático marcado por Hyunjun Suk


Um raro ataque de Ilhas Fiji, sem sucesso, no tempo final


Visão geral da Fonte Nova quase vazia no final do surreal confronto olímpico

O placar final de Ilhas Fiji 0-8 Coreia do Sul foi pouco tamanha a diferença técnica entre as duas seleções. Se os asiáticos tivessem tido mais capricho nas finalizações e mais vontade no tempo inicial, a vitória poderia ter sido ainda mais absurda. De qualquer forma, essa marcou o maior triunfo sul-coreano na história da Olimpíada, superando os 5-3 contra o México em 1948 e os 2-0 contra o Japão em 2012.

Cinco horas e doze gols depois da minha chegada no estádio, voltei ao hotel com tempo apenas de tomar um banho rápido e fazer uma janta improvisada antes de partir para o aeroporto. Na sexta-feira saí oficialmente de férias e a Olimpíada teve sua cerimônia de abertura. A minha programação no evento foi cansativa, porém absolutamente sensacional.

Até lá!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

JP na Olimpíada (parte 3): Duelo de campeões olímpicos e mundiais em Salvador

Texto e fotos: Fernando Martinez


A competição era outra, mas é fato que deu pra lembrar um pouquinho da Copa do Mundo logo na primeira rodada do futebol masculino da Olimpíada 2016. Tudo por conta de um cansativo porém muito prazeroso bate-volta São Paulo-Salvador só para curtir de perto a jornada inicial do Grupo C na belíssima Arena Fonte Nova

Saí da terra de garoa na hora do almoço e menos de três horas depois já pisava em solo baiano, na minha terceira visita à primeira capital do Brasil. Por sorte não estava muito calor e como aconteceu durante o Mundial de 2014, ainda peguei bastante chuva durante o curto período em que estive por lá.

Deixei as coisas no hotel e sem tempo de descansar segui dali até o palco da genial rodada dupla. Abrindo os trabalhos, o encontro do atual campeão olímpico contra a atual campeã do mundo: México x Alemanha. Como perdi o selecionado germânico na Copa, apostava as últimas fichas para vê-los agora em 2016. Tudo deu certo e eles foram o time de número 636 a entrar na minha Lista.


Fachada da Arena Fonte Nova


México e Alemanha perfilados na estreia de ambos na Olimpíada

Se dois anos atrás chegar ali foi um inferno, felizmente dessa vez foi a maior moleza. O táxi me deixou praticamente na porta do estádio e não demorei nem quinze minutos para percorrer o caminho até o meu lugar. O público pagante de 16.500 pessoas deixou a Fonte Nova relativamente vazia... ou seja, uma bênção, já que não teve aperto ou muvuca, tirando a luta - perdida, por sinal - na busca por algum produto nas lanchonetes.

Esse foi o segundo encontro entre mexicanos e alemães na história dos Jogos Olímpicos. O primeiro, realizado em Munique-72, terminou com o empate por um gol. E por mais surreal que pareça, vale lembrar também que mesmo com toda a tradição no esporte, a atual tetra-campeã mundial não disputava uma Olimpíada desde 1988.

Chovia muito quando o árbitro iraniano Alireza Faghani apitou pela primeira vez e as duas seleções iniciaram a peleja. Os primeiros 45 minutos foram todos dos norte-americanos. O México foi melhor e a Alemanha não conseguiu criar chances objetivas contra a meta do arqueiro latino.

Hirving Lozano, camisa 8 do México, foi o autor das melhores finalizações do tempo inicial. A primeira num chute que tirou tinta da trave aos cinco minutos e o outro aos 26, quando ele apareceu livre pela direita e finalizou, obrigando Horn fazer brilhante defesa. Ao final do primeiro tempo, um jogo bem mais ou menos e o empate sem gols.


Suele, camisa 5 alemão, atacando pela esquerda


Bola cruzada para o camisa 3, Lucas Klostermann


Boa defesa de Alfredo Talavera


Julian Brandt e a marcação firme de Michael Perez e Erick Gutierrez

Após ter fracassado na simples missão de comprar um refrigerante no intervalo, voltei para o meu lugar e vi um segundo tempo muito, mas muito melhor do que o primeiro. O México saiu na frente aos sete minutos com Oribe Peralta, carrasco do Brasil em 2012, subindo sozinho entre os zagueiros e cabeceando tranquilamente no canto esquerdo.

Dois minutos depois, Gnabry perdeu a chance do empate na entrada da pequena área. Aos 13 não teve erro e ele mesmo deixou tudo igual após receber bom passe em profundidade pela esquerda e tocar com estilo no canto de Alfredo Talavera. O jogo estava eletrizante e a Alemanha não teve nem tempo de comemorar, pois aos 16 Rodolfo Pizarro colocou de novo os mexicanos na frente. Bueno tocou de peixinho, a bola bateu na trave e no rebote o camisa 7 tocou meio sem querer e fez o segundo.

Aos 29 o onze norte-americano quase amplia sua vantagem com Lozano, só que ele demorou um segundo a mais para chutar, dando tempo de Horn fazer a defesa. Aos 32, Gnabry perdeu chance clara e Talavera jogou pela linha de fundo. Na cobrança, a bola foi levantada na área e Ginter se livrou da marcação para cabecear firme e deixar novamente tudo igual.


Toljan alcançando pela direita do ataque europeu


Comemoração mexicana com o gol de Peralta, o primeiro da peleja


Hirving Lozano levantando a pelota dentro da área alemã


Disputa dentro do círculo central

O jogo continuou bom, porém sem mais nenhuma alteração no marcador. Ao final dos 90 minutos, o México 2-2 Alemanha foi justo pelo que as duas seleções apresentaram no gramado da Arena Fonte Nova. No fim das contas, foi uma boa estreia de ambas.

Muita gente se mandou do estádio depois dessa peleja, já que o jogo de fundo para muitos não tinha nenhum apelo. Não para mim, já que armei toda essa correria para ver justamente uma das seleções envolvidas na "principal" partida da rodada. Teve time novo, e raríssimo, na Arena Fonte Nova.

Até lá!