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quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Bugre x Bandeirante: duelo da época das Bandeiras na A2

Olá, amigos.

Aproveitando a viagem de quase todo o grupo a Votoratim, a "Jovem Guarda JP", formada por mim, pelo Fernando, pelo David Libeskind "com L", e pelo Emerson, esticou até Campinas para aproveitar o embalo. A princípio, a partida entre o Guarani F. C. e o Bandeirante E. C. até que seria bem perdida, considerando que ambas as equipes disputam a Série A2 do Campeonato Paulista, e apenas a primeira, a série C do Brasileiro. Só não esperávamos que tudo fosse tão difícil e ruim como um jogo de grandes de primeira divisão.

A começar pelo acesso ao belo e grandioso estádio Brinco de Ouro da Princesa. Sem indicação precisa de acessos à imprensa, bem como estacionamento próprio para o quarto poder, Emerson e Fernando tiveram que descer nas proximidades para tentar agilizar o acesso ao gramado, enquanto fiquei dando voltas e mais voltas com o David até resolver pagar o estacionamento comum, para não perder mais tempo procurando o de imprensa, e evitar os milhões de flanelinhas que se jogam na frente do veículo nas ruas próximas.

Como se nada disso bastasse, as equipes simplesmente negaram-se a posar para as fotos oficias, mostrando falta de respeito não com a imprensa, cujo trabalho é divulgar as equipes não importando a situação e o lugar em que estejam, mas com os torcedores que deixaram suas famílias em casa para prestigiá-las, e àqueles que recorrem ao noticiário para acompanhar seus clubes de coração. Mesmo com os pedidos do fiscal da FPF, houve a resposta negativa e ambos os lados. Apenas o simpático e gentil quarteto de arbitragem posou para o JP.


Quarteto de arbitragem com o árbitro Márcio Roberto Soares, os assistentes Mário Nogueira da Cruz e Cássio Maia Almeida e o quarto árbitro Júnior César da Silva. Foto: Emerson Ortunho.

Aos 1110 torcedores presentes, o desrespeito maior no preço dos ingressos: R$20,00 pela arquibancada descoberta, ou seja, pra assistir o jogo debaixo de um escaldante sol de 35 graus, ou de uma chuva de verão que vez por outra se anunciava através de negros nimbos. Realmente é difícil conceber a idéia de ver a Copa do Mundo em um país onde os cartolas preferem ter 1000 torcedores pagando R$20,00 a 20 mil pagando R$1,00.

Outro sinal de desrespeito, na venda de copos de água "mineral": por alguma razão sobrenatural, no estádio do Guarani os copinhos são vendidos abertos!!! Não, meus amigos, não é como os bares de outros estádios que conhecemos, onde o vendedor abre a latinha e enche o copo de "refri" na sua frente.

No Brinco de Ouro, se você tem sede, paga R$ 2,00 por um copinho de água que pode bem ser de chuva, de torneira, ou de outro lugar ainda pior. Situações esdrúxulas semelhantes são notadas com frequência no Canindé. Portuguesa e Guarani parecem não ter acordado para a situação lamentável em que se encontram, e parecem não temer o pior.


Disputa de bola no primeiro tempo. Foto: Estevan Mazzuia.

Com relação à partida, de péssimo nível técnico, pode ser resumida em grande posse de bola da equipe local, sem objetividade. Os visitantes, por sua vez, portaram-se muito bem na defesa, mostrando o tempo todo que o empate estava de bom tamanho, pois em pouquíssimas oportunidades arriscaram-se em contra-ataques. A primeria grande chance do BEC deu-se por volta de 35 minutos da primeira etapa quando, após cobrança de escanteio pela esquerda, a bola foi sobrar do outro lado do campo, para um cruzamento que encontrou três jogadores na banheira.


No final da primeira etapa outra chance dos visitantes. Foto: Estevan Mazzuia.

No final do primeiro tempo, depois de seguidas falhas da zaga bugrina, os visitantes tiveram mais chances de abrir o placar, mas faltou sorte e pontaria. Com justiça, o jogo foi para o intervalo sem abertura de placar. Eu, Emerson e David, derretendo, fomos de encontro ao Fernando "Beluga", já derretido, mas recompondo-se sob uma sombrinha providencial do outro lado da arquibancada.

O segundo tempo continuou com a equipe local concentrando o jogo no campo de ataque, sem nenhuma objetividade. No fim do terço inicial, uma sequencia de faltas e escanteios deixou de cabelo em pé a torcida, mas o zero insistia e permenecer. E o BEC não tinha muito trabalho para se defender, dada a falta de habilidade verde.


A disputa ficou mesmo pelos flancos. Foto: Estevan Mazzuia.

Aos 24 minutos, o Guarani perde sua melhor chance no jogo: atacante ganha a dividida com o goleiro, mas a bola bate na trave, passa pela frente do gol, vazio, mas não é alcançada por outro atacante que se estica todo. A zaga vermelha comemora aliviada. Aos 32 minutos, Éber sobe e cabeceia de costas, mas a bola passa ao lado da trave.


Mais um escanteio para o Guarani. Foto: Estevan Mazzuia.

Com o desespero da equipe local, que sai pro jogo, espaços enormes são abertos para o Bandeirante, que começa a se aproveitar e levar perigo ao gol verde. Aos 38 minutos, após cruzamento da direita, a bola passa por todo o ataque vermelho, na melhor chance de gol para os visitantes. Aos 42 minutos, o sol faz sua principal participação na partida, enganando o goleiro do BEC, que vê passar por entre suas mãos uma bola fraquinha, levantada da direita. Ninguém do bugre aparece para se aproveitar da falha.


Em falha do goleiro do Bandeirante quase um zero sai do placar. Foto: Estevan Mazzuia.

Nos últimos três minutos, o Bandeirante conseguiu ainda três contra ataques perigosos, e acertou a trave bugrina. Mas ficou nisso: Guarani 0-0 Bandeirante, um prêmio à falta de objetividade e categoria às equipes. Após 90 minutos de sofrimento, começamos a entender a razão pela qual as equipes temeram ser eternizadas pelas lentes de nossas câmeras.


Em uma obra em frente ao Brinco, constatamos que o fundo do poço é mesmo verde! Volta dos supercloses: com um singelo olhar, Emerson resume a partida. Fotos: Estevan Mazzuia.

Com apenas três gols em cinco jogos vistos, sendo três péssimos 0 a 0, despeço-me com a expectativa de acertar na escolha dos jogos do próximo final de semana.

Até lá, e abraços!

Estevan

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